Lisboa
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«Lisboa é como uma manta
de retalhos. Uma cidade grande, feita de paisagens, arquitecturas e modos de
vida muito distintos. E se a alma de uma cidade está nas suas gentes e nos seus
lugares, faz todo o sentido começar o passeio pelo Castelo de S. Jorge. A primeira edificação enquanto edifício de
defesa é muçulmana e datada dos séculos X-XI. Em 1147, o castelo
e a cidade foram conquistados aos mouros por Afonso Henriques, primeiro Rei de
Portugal.
Desça até Alfama, um dos bairros mais típicos de
Lisboa. Aqui encontra o Museu do Fado e
inúmeras casas-restaurantes onde pode jantar enquanto ouve esta canção nacional
centenária, sempre actual e actualizada. Rumando ao coração da
cidade, encontra por fim a Baixa
Pombalina, construída por ordem do Marquês do Pombal, ministro de José
I, depois do grande terramoto de 1 de Novembro de 1755. De traçado recticular
de rua/quarteirão e inspiração iluminista, a reedificação da Baixa constituiu o
primeiro caso de planificação e construção normalizada e em série. Destaque
para o surpreendente Elevador de
Santa Justa, da autoria de Mesnier du Ponsard, suposto discípulo
de Gustave Eiffel.
Subindo encontra o Chiado, local de cultura e ambiente
sofisticado, de encontro e de troca
entre artistas, intelectuais e poetas. O famoso Fernando Pessoa tem estátua à
mesa em frente à “A Brasileira”
e logo ao lado o Carmo. O seu
largo foi palco privilegiado na revolução de 25 de Abril de 1974, quando
militares e populares cercaram o quartel. Mesmo ao lado, encontra as ruínas do Convento do Carmo, actualmente Museu Arqueológico.
Continuando a subir, o
passeio conduz-nos inevitavelmente ao Bairro
Alto, Meca dos jovens e da vida nocturna lisboeta, este é um lugar onde
o antigo e o novo, o típico e o sofisticado convivem em harmonia. Mercearias,
tascas e casas de fado ombreiam com bares, lojas de moda e design, num caldo de
gentes e tendências muito próprio. Ponto de partida para
outras paragens, Belém é testemunho de influências e de trocas centenárias que
se prolongam no Futuro. É o rio que nos conduz ao mar. E é o mar que nos chama.
Daqui partiram as caravelas tendo como destino final terras de Oriente, com
cheiro a pimenta e açafrão.
Foi precisamente a
chegada à Índia que motivou a construção do talvez mais representativo monumento
da época dos Descobrimentos, o Mosteiro
dos Jerónimos. Mandado erguer em 1501 por Manuel I só foi concluído 100
anos depois. Este testemunho máximo da portugalidade do século XVI, integra
elementos do gótico tardio e do renascimento, juntamente com motivos régios,
religiosos, naturalistas e náuticos. O resultado é de uma grandiosidade e
beleza ímpares, que o tornam digno do reconhecimento enquanto Património
Cultural da Humanidade da UNESCO. No interior, a Igreja de Santa Maria de Belém é uma oração sob a forma de
um magnífico templo de três naves. A altura do edifício, sustentado por
elegantes pilares, que se articulam com uma bela abobada ogivada, e os raios de
luz que entram furtivamente pelos vitrais criam um ambiente único, marcado pelo
encontro entre o humano e o espiritual. Aqui encontra também os túmulos do
navegador Vasco da Gama e do poeta épico, cantor da epopeia dos Descobrimentos,
Luís de Camões. Mas o encontro e as
trocas entre as gentes e culturas não são coisas do passado. Continuam a
acontecer e a ser actualizados, todos os dias, no quotidiano da cidade e em
actividades artísticas, como as que acontecem no Centro Cultural de Belém.
Do outro lado da linha
de comboio, banhada pela água está a Torre
de Belém, monumento concebido no século XVI por Francisco Arruda, marca
o local de início da epopeia, a pequena praia de onde partiam as embarcações. A
sua arquitectura mistura influências árabes e venezianas nos balcões e
varandins, com os elementos orgânicos e marítimos de decoração, próprios do
estilo manuelino.
Junto à pequena marina
de Belém encontra ainda o Padrão dos Descobrimentos.
Mandado construir em 1960 pelo 5º Centenário da morte do Infante Henrique,
homenageia o impulsionador máximo da empreitada marítima portuguesa e todos os
que consigo a tornaram possível.
A Oriente encontra uma
nova Lisboa, feita de infra-estruturas modernas, horizontes abertos e um
convívio estreito com o Rio Tejo. Antiga zona industrial, o Parque das Nações
foi objecto de uma requalificação total aquando da realização, neste espaço, da
Expo 98. Hoje assume-se como um novo bairro da cidade, com vida própria e uma oferta
única em termos de cultura, serviços, desporto, animação e lazer.
O maior destaque vai
para o Oceanário de Lisboa. Da
autoria do arquitecto norte-americano Peter Chermayeff, o edifício instalado num
cais e rodeado de água, apresenta as riquezas naturais de fauna e flora dos
oceanos Antárctico, Índico Tropical, costa rochosa do Pacífico e Atlântico
Norte. Mas a atracção principal é o tanque central, um grandioso aquário com
cerca de 1000 m2 e 5000 m3 onde pode encontrar cerca de 100 espécies diferentes
de peixes de vários recantos do oceano, convivendo pacificamente.
Saindo dos Oceanos
podemos continuar a aventura no Pavilhão
do Conhecimento, um museu interactivo que ensina a ciência a miúdos e
graúdos, de modo acessível e divertido. Aqui pode encontrar grandes exposições
temáticas e um espaço multimédia com cibercafé.
Para ficar a conhecer a
extensão e a oferta deste espaço, pode usar o comboio ou o autocarro.
Encontrará uma paisagem marcada por uma arquitectura arrojada, como a do Pavilhão de Portugal da autoria
de Siza Vieira, com a sua imponente pala de betão baseada na ideia de uma folha
de papel pousada em dois tijolos». In Turismo de Portugal, Lisboa, Tanto e Tão
Perto, Uma rota única, feita por si, O antigo sempre Novo.
Cortesia de Turismo/JDACT