sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Imitação. Literatura. Música. Outras Imitações. Infopédia. «A imitação desde sempre existiu na música, tendo sido parte integrante da polifonia da Idade Média e do Renascimento. A imitação nesta arte é um dos artifícios mais úteis e necessários na composição»

Cortesia de wikipedia e jdact

Imitação na Literatura
«(…) O poeta mais não faz senão imitar as coisas sensíveis, que já não são o que elas verdadeiramente são mas apenas reflexos deteriorados da única realidade verdadeira: o mundo das ideias. Portanto, tudo é imitação, tudo é idealismo, ao contrário do que Aristóteles defendia, quando dizia na sua Poética que a origem da poesia devia ser procurada no instinto primitivo do homem que consiste em fruir das imitações feitas pelos seus semelhantes. Aristóteles defendia mesmo vários tipos de imitação, como a narrativa, que definia a epopeia, e a imitação dramática, em que a acção é imitada pela própria acção e não pelo discurso (o drama). Na literatura, a imitação reside no facto de um autor tomar a outro, não só os argumentos, plano e disposição da obra, como também a elocução e estilo da mesma. Por vezes, a imitação literária limita-se a apenas um destes elementos. Senão, veja-se: Virgílio imitou Homero no argumento, nas personagens e nas situações, mas não na elocução. Corneille e Molière, por exemplo, retiraram do teatro espanhol os argumentos das suas comédias, embora lhes tenham dado uma elocução e estilo próprios. Chama-se inspiração em obra alheia, o que é uma imitação menor, sempre que um autor cultiva o género a que aquela pertence, no intuito de produzir algo que seja o mais pessoal possível, sem cair no plágio (cópia servil) ou cópia, preservando a maior margem de originalidade, ou criatividade, dir-se-ia, do autor.

Imitação na Música
Como a poesia, não imita directamente a natureza, repete a mesma melodia, parcial ou, quase sempre, totalmente. No caso da música, a imitação assume contornos evidentes. É, de facto, um elemento fundamental da música constituída por melodias sobrepostas. A imitação desde sempre existiu na música, tendo sido parte integrante da polifonia da Idade Média e do Renascimento. A imitação nesta arte é um dos artifícios mais úteis e necessários na composição. Forma parte do estudo do contraponto e consiste na reprodução, mais ou menos exacta, por uma voz ou instrumento, de um desenho melódico ou rítmico previamente enunciado por outra voz ou instrumento. A imitação, esteticamente, é uma das leis fundamentais que regem a forma na arte musical. É assim um processo compositivo que é a base da polifonia e das principais formas de contraponto, como o cânone ou a fuga. Na composição em geral, proporciona ao artista recursos inesgotáveis de particular beleza, quando empregada com bom gosto. Mas atente-se: na música, imitação não é repetição de um motivo melódico ou rítmico nem progressão melódica ou harmónica. Na imitação, ao contrário dos outros casos, a reprodução é feita de uma forma diferente da que apresenta o modelo. Grandes exemplos de imitação são as suites e fugas de Bach, as sinfonias, quartetos e sonatas de Haydn, Mozart e Beethoven. Todos os compositores clássicos e românticos, tanto na suas obras vocais como nas instrumentais, conseguiram admiráveis efeitos usando a imitação.
 
Outras "imitações"
Também no teatro ou no cinema, as artes ditas miméticas, ou na vida quotidiana de qualquer sociedade, o gesto, o tique, a dicção, a maneira de vestir ou de olhar, são alvo de imitação».
In Infopédia, Porto Editora, Porto.

Cortesia de Infopédia/JDACT