«Será que neste mundo ainda há alguém,
que olhe para o próximo com superioridade? Ó meu Deus, até me dói escrever esta
triste frase».
Neste mundo em que vivemos
«Neste mundo em que vivemos
Mais amor podia haver.
Se nós compreendermos
Todos temos que morrer.
Mas há ainda infelizmente
Muita gente que ignora
Que aquilo que foi outrora
Não é igual ao presente.
Amanhã será diferente!
O futuro desconhecemos,
É por isso que nós devemos
Não ter ódio nem maldade
Nem orgulho nem vaidade
Neste mundo em que vivemos.
Se a vaidade vos ilude
Por terem dinheiro a mais
Perante Deus somos iguais
O dinheiro não paga tudo.
Se és rico e tens saúde!
Conclui que pode ser
Se tu ajudasses com prazer
Os que sofrem no dia-a-dia
Neste mundo da hipocrisia
Mais amor podia haver.
Os humildes e os nobres
Têm todos a mesma sorte
O dinheiro não paga a morte
Isso é um bem dos pobres.
O dinheiro que não encobres!
A ignorância que temos,
Não paga aquilo que queremos
Nem às vezes a felicidade
Mas é um bem da humanidade
Se
nós compreendermos.
Quem somos nós sem amor
Muito menos com sofrimento
Porque nós somos infelizmente
Qualquer coisa sem valor.
Disse-nos Cristo Nosso Senhor!
Ensinando-nos a viver
Há-de ser o que Deus quiser
Mas não o que o homem sonha
E essa frase medonha
Todos
temos que morrer».
Senhor José Mendes da Graça
«É ganadeiro leal e crente,
O Sr. José Mendes da Graça;
É sempre um homem valente
Toureando os touros na praça.
É Senhor de grande fama
Esse de quem estou falando,
O seu nome já vai ficando
Nas caravelas do Gama.
Faz o bem a quem o chama
E o progresso que é sempre em frente
É humano certamente
Esteja ele onde estiver,
Não é um homem qualquer!
É ganadeiro leal e crente.
Há touros na região,
José Vicente mano a mano
Valente Veríssimo e Zé Albano
E o mata-burros tem razão,
Fazendo esta afirmação:
- Somos forcados de raça!
Por muita boquinha passa
Essa frase comovida,
Obrigado foi oferecida
Senhor Zé Mendes da Graça.
A ganadaria lhe dá prazeres
E orgulho por ser famosa,
Tem por residência Tolosa
E por condão as mulheres.
Que lhe desfolha malmequeres
Com amor ardentemente
Por isso exclama muita gente
Mas sem fugir da razão:
Senhor Zé Mendes engatatão
É sempre um homem valente.
É reconhecido o seu valor
E nas glórias se escreve,
A festa brava muito deve
A este grande Senhor.
É incansável o seu ardor
Nas muitas vidas que abraça
E a sua alegria não disfarça
se estalam foguetes no ar,
Ele é mestre e faz vibrar
Toureando
os touros na praça».
Poemas de Manuel Costa Viegas
Edição
do Autor, in “Perante Deus somos iguais”; Julho de 1993