O De Avibus de
Alcobaça. Uma cópia de Clairvaux? Seminário. Amanhã, dia 8 de Janeiro.18h00.
«Décimo encontro do ciclo de seminários Um mês, um
códice iluminado, iniciativa do Instituto de Estudos
Medievais (IEM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) em parceria com a Biblioteca
Nacional de Portugal.
Durante a Idade Média, a procura de novos métodos de ensino e pregação
no meio clerical vai propiciar o aparecimento de obras de carácter
simbólico-alegórico, comumente conhecidos por bestiários, que irão utilizar as
características dos animais como modelos de comportamento. Apesar destes
gozarem de uma enorme popularidade em Inglaterra e França, não temos conhecimento
de qualquer exemplar produzido em Portugal. Por outro lado, no contexto
monástico português do final do séc. XII, encontraremos três cópias do De Avibus, escrito por Hugo de
Folieto em meados do século, cuja temática, semelhante à dos bestiários, se
centra exclusivamente em aves. Esta obra foi produzida nos scriptoria
de três dos mais importantes mosteiros do românico português.
Esta sessão pretende dar a conhecer uma das obras singulares do
românico, cujo programa iconográfico, associado a diversos modelos de
circulação, revela informações acerca da sua origem e ligação a outras cópias
europeias. Particular destaque será dado ao manuscrito iluminado Livro das Aves (Alc. 238),
proveniente do Mosteiro cisterciense de Santa Maria de Alcobaça, que
apresenta grande semelhança com a cópia francesa do Mosteiro de Clairvaux
(ms. 177), actualmente
conservada na biblioteca Municipal de Troyes. A partir do estudo em curso sobre
o significado da cor na iluminura românica bem como da iconografia e do texto,
acentuaram-se os enigmas acerca da origem e produção desta obra.
A apresentação estará a cargo de Rita Castro». In
BNP
Cortesia da BNP/JDACT