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Aos
Vindouros, se os Houver…
«Vós,
que trabalhais só duas horas
a
ver trabalhar a cibernética,
que
não deixais o átomo a desoras
na
gandaia, pois tendes uma ética;
que
do amor sabeis o ponto e a vírgula
e
vos engalfinhais livres de medo,
sem
preçários, calendários, pílula,
jaculatórias
fora, tarde ou cedo;
computais,
computar a nossa falha
sem
perfurar demais vossa memória,
que
nós fomos pràqui uma gentalha
a
fazer passamanes com a história;
que
nós fomos (fatal necessidade!)
quadrúmanos
da vossa humanidade».
Poema de Alexandre O’Neill, in “Poemas com Endereço”
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