Origens da Linhagem. A quem serve o Graal?
«Após a Revolta dos
Judeus em Jerusalém, no I século da era cristã, os senhores romanos teriam
destruído todos os registros a respeito do legado de David da família de Jesus,
o Messias. A destruição, porém, nunca foi completa, e alguns documentos
relevantes foram guardados pelos herdeiros de Jesus, que trouxeram a herança
messiânica do Médio Oriente para o Ocidente. Como confirma a Enciclopédia
Eclesiástica de Eusébio, bispo de Cesareia, esses herdeiros eram chamados de Desposyni (antigo termo grego para do Mestre), um título sagrado reservado
exclusivamente para aqueles da mesma descendência familiar de Jesus. Eles
tinham o legado sagrado da Casa Real de Judá, uma linhagem dinástica existente
ainda hoje.
A extraordinária
história dessa linhagem soberana, um detalhado relato genealógico do Sangue
Real Messiânico (o Sangreal) em
descendência directa de Jesus e seu irmão Tiago. Contudo, para abordarmos esse
tema, teremos de considerar as histórias bíblicas do Antigo e do Novo
Testamento sob uma perspectiva diferente daquela normalmente transmitida. Não
estaremos reescrevendo a história, mas remodelando relatos conhecidos, levando
a história de volta à sua base original, em vez de perpetuar os mitos de estilo
estratégico daqueles cujos interesses são tendenciosos. Com o passar dos
séculos, uma contínua conspiração governamental e da Igreja tem prevalecido acima
do legado messiânico. Essa tendência aumentou quando a Roma Imperial desviou o
curso do Cristianismo para servir a um ideal alternativo, e continua até o
presente.
Muitos eventos
históricos aparentemente não relacionados foram, na verdade, capítulos da mesma
e contínua supressão da linhagem. Das guerras judaicas do 1º século d.C.,
passando pela Revolução Americana do século XVIII e além, as maquinações têm
sido perpetuadas por governos europeus e ingleses, em colaboração com a Igreja
Católica Romana e a Igreja Anglicana. Em suas tentativas de restringir o
direito nato real de Judá, os Altos Movimentos cristãos instalaram vários
regimes próprios, tal como a própria Casa de Hanover, da Grã-Bretanha,
SaxeCoburg, Gotha. Essas administrações foram forçadas a apoiar doutrinas
religiosas específicas, enquanto outras foram depostas por pregar a tolerância
religiosa.
Agora, na entrada de um
novo milênio, é hora de reflexão e reforma no mundo civilizado, e para a realização
dessa reforma é apropriado considerar os erros e os sucessos do passado. Para essa
finalidade, não há registo melhor do que o existente nas crónicas do Sangreal. A definição Santo Graal
apareceu pela primeira vez na Idade Média, como um conceito literário, baseado numa
série de erros de interpretação por parte de escrivães. O termo derivava
imediatamente como uma tradução de Saint Grail e das antigas formas San Graal e
Sangreal. A antiga Ordem do Sangreal, uma Ordem dinástica da Casa Real Escocesa
de Stewart, era directamente aliada à continental Ordem Europeia do Reino de
Sion, e os cavaleiros de ambas as Ordens eram adeptos do Sangreal, que define o
verdadeiro Sangue Real (o Sang Real)
de Judá: a Linhagem do Santo Graal.
Bem distinto de seu
aspecto físico dinástico, o Santo Graal também tem uma dimensão espiritual. Ele
tem sido simbolizado por muitas coisas, mas, como objecto material, costuma ser
visto como um cálice, especialmente contendo o sangue vital de Jesus. O Graal
também já foi retratado como uma vinha, estendendo seus ramos através dos anais
do tempo. O fruto da vinha é a uva, e da uva vem o vinho. Nesse sentido, os
elementos simbólicos do cálice e o vinho coincidem, pois o segundo há muito é
comparado como o sangue de Jesus. Na verdade, essa tradição está presente bem
no coração do sacramento da Eucaristia (Sagrada
Comunhão), e o sangue perpétuo do Graal, ou do cálice, representa nada
menos que a duradoura linhagem messiânica.
Na cultura esotérica do Graal, o cálice e a vinha sustentam
o ideal de serviço, enquanto o sangue
e o vinho correspondem ao eterno espírito de cumprimento. A busca espiritual do Graal é, portanto, um desejo
pelo cumprimento, prestando e recebendo serviço. Aquilo que é chamado de Código do Graal é, em si, uma
parábola para a condição humana, da busca de todos nós, por meio do serviço. O
problema é que o preceito do código foi sufocado por um complexo avaro da
sociedade, baseado na noção da sobrevivência
do mais forte. Hoje, é evidente que a riqueza, não a saúde, é um demarcador
na trilha dos socialmente fortes, enquanto outro critério seria a obediência à
lei. Acima dessas considerações, porém, há outra exigência: submeter-se à
disciplina do partido enquanto se serve aos semideuses do poder. Esse
pré-requisito nada tem a ver com a obediência à lei ou o comportamento
adequado; depende totalmente de não balançar o barco a opiniões não-conformistas.
Aqueles que quebram as
regras são considerados hereges, intrometidos ou criadores de encrenca, e como
tais reputados por seu governo elementos socialmente impróprios. Consequentemente,
a adequação social é conseguida quando se submete à doutrinação e se abandona a
individualidade pessoal para que seja preservado o status quo administrativo. Sob qualquer padrão de
reconhecimento, isso dificilmente seria descrito como um modo de vida
democrático». In Laurence Gardner, A Linhagem do Santo Graal, A verdadeira história
de Maria Madalena e Jesus Cristo, Madras Editora, 2004.
Cortesia de Madras/JDACT