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de wikipedia e jdact
Londres.
Inglaterra. Maio de 1870
«(…)
Mas este pensamento deixou-a mais fraca fisicamente que nunca, e ela estava
feliz por estar sentada. Ela não gostava de armas, e ela nunca poderia se
imaginar atirando em alguém, nem mesmo lady Jacquelyn Seldon, que bem que merecia.
Além disso, ela disse a
si mesma, mesmo que eu pudesse atirar nela, o que eu positivamente não
poderia, eu não iria. Qual seria o beneficio? Eu iria apenas ser presa. Caroline,
encontrando um cristal perdido na sua saia, puxou-o distraída. E então eu iria que ir p’ra cadeia. Caroline
sabia melhor que ela gostaria de saber sobre cadeia, porque a sua melhor amiga
Emmy era membro da Sociedade Londrina pelo Voto da Mulher (London society for
women’s suffrage} e havia sido presa várias vezes por entrar escondida nas
carruagens de vários membros do parlamento. Caroline não queria ir p’ra prisão,
que Emmy havia descrito p’ra ela em todos os detalhes, mas do que ela iria
querer disparar uma bala contra qualquer pessoa.
E supondo ela pensou que
eles me considerem culpada. Eu seria enforcada. E pelo quê? Por atirar em lady
Jacquelyn? Não seria suficiente. Caroline não tinha nada em
particular contra lady Jacquelyn. Lady Jacquelyn havia sempre sido perfeitamente
sociável com Caroline. De verdade, Caroline decidiu, se ela fosse atirar em
alguém, algo que ela não ia fazer, claro, seria Hurst. Porque, não somente uma
hora atrás ele havia estado surrando na orelha de Caroline que não podia
esperar para a noite do seu casamento, que estava há apenas um mês. Bem,
evidentemente ele estava tão impaciente por isso que ele foi forçado a procurar
outra pessoa p’ra poder ensaiar. Bastardo Traidor! Caroline
tentou pensar noutros xingamentos que ela havia escutado seu irmão mais novo
Thomas e seus amigos chamarem uns aos outros. Ah, sim, Whoremonger. Seria óptimo para aquele whoremongering
bastardo traidor se eu atirasse nele! E então ela sentiu uma culpa por apenas
pensar nisso. Porque era claro, ela sabia perfeitamente o quanto ela devia a
Hurst. E não apenas por o que ele havia feito por Tommy, também, mas porque de
todas as garotas de Londres, ele havia escolhido ela para casar, ela para ser a
receptora daqueles, devagar, sedutores beijos. Ou pelo menos, era o que ela
pensava até recentemente. Agora ela se dava conta, não era ela de longe a única
receptora de tais beijos, mas que os que ela havia recebido eram bem diferentes
do que os que lady Jacquelyn estava acostumada.
Droga! Ela colocou o outro
cotovelo, agora descansando o queixo nas duas mãos. O que ela iria fazer? A
coisa correcta, claro, seria pedir p’ra Hurst cancelar. O marquês era invariavelmente
correcto em todas as suas actividades, bem, com excepção dessa, claro, e então
Caroline pensou que não era racional esperar que ele acabasse o noivado,
poupando-a do embaraço. Querida ela
o imaginou dizendo eu sinto muito, mas
você vê, parece que eu conheci uma garota que eu gosto bem mais do que de você...
Mas não. O marquês de
Winchilsea não era nada educado. Ele provavelmente diria algo como, Caroline, meu docinho, não me peça pra
explicar o porquê, mas eu não posso seguir com isso. Você entende, não entende,
old sport? E Caroline iria dizer que ela entende. Porque Caroline era um
old Sport. Lady Jacquelyn era uma mulher atraente, que cantava e tocava a harpa
lindamente, tão talentosa quanto era amável. Ela iria ser uma esposa
maravilhosa para qualquer homem, apesar dela não ter dinheiro, claro. Todos
sabiam disso. Os Seldons. O pai de lady Jacquelyn havia sido o 14º duque de
Childes, eram uma ancestral e bem respeitada família, mas ele não tinha um
centavo em seu nome, apenas umas poucas casas e umas avenidas ou duas aqui e
ali. Hurst, cuja família era tão nobre, mas também tão pobre, ter escolhido ele
para se alinhar com os Seldons não foi surpreendente, mas Caroline não estava
certa que era a coisa mais prudente que ele tinha feito. Do que ele e lady
Jacquelyn imaginavam viver, afinal? Porque a menos que eles arrendassem todas
aquelas magníficas propriedades para alguns americanos ricos, eles não tinham
qualquer fonte de rendimento para falar. Mas o que é que importa o rendimento
para duas pessoas apaixonadas? Não era problema de Caroline, afinal, como o par
conseguiria. Seu problema era este: o que ela ia dizer p’ra sua mãe?» In Patrícia Cabot, Aprendendo
a Seduzir, 2001, Editorial Planeta, 2010, Editorial Essência, 2012 / 2016, ISBN
978-854-220-677-7.
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