segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

D. Fernando I. 2º duque de Bragança. Maria Barreto Dávila. «Fernando, 3º conde de Arraiolos, 1º marquês de Vila Viçosa e 2º duque de Bragança, nasceu por volta do ano de 1403, filho segundo de Afonso, bastardo legitimado do rei D. João I e de dona Beatriz Pereira…»

Cortesia de wikipedia e jdact

Com a devida vénia à Mestre Maria Barreto Dávila

Vida e Acção Política
«Fernando, 2º duque de Bragança,  nasceu por volta do ano de 1403, filho segundo de Afonso, bastardo legitimado do rei João I e de dona Beatriz Pereira, única herdeira de Nuno Álvares Pereira. A 4 de Abril de 1422 o condestável assegurou casas para os seus netos, desfazendo-se do seu património em favor dos mesmos, assegurando-lhes assim uma importantíssima posição social e a perpetuação da sua linhagem. O duque Fernando ficou com o núcleo de propriedades alentejanas do condestável e com o título de 3º conde de Arraiolos. Casou em Dezembro de 1429 com dona Joana Castro. Deste casamento nascerem oito filhos: Fernando, herdeiro da Casa de Bragança, João, marquês de Montemor-o-Novo; Afonso, conde de Faro; Álvaro; dona Isabel; dona Beatriz, marquesa de Vila Real; dona Guiomar, condessa de Valença e dona Catarina. Nos anos de 1430, dom Duarte pediu conselhos acerca de uma participação portuguesa na conquista de Granada e sobre uma nova expedição a Marrocos. No seu conselho, de 22 de Abril de 1432, Fernando defendeu a ida do infante Henrique à conquista de Granada e enumerou os benefícios políticos que o rei Duarte I poderia obter com esta intervenção. Sobre a prossecução das campanhas militares portuguesas em Marrocos manifestou-se contra. Contudo, quando Duarte I se decidiu a favor da prossecução da guerra marroquina, foi nomeado condestável da frota que tentou a conquista de Tânger, em 1437. No Reino, o conde liderou a força minoritária que, em cortes, se opôs à entrega da cidade de Ceuta em troca do infante Fernando. Em 1438, após a morte de Duarte I, foi nomeado para a regência quadripartida, cabendo-lhe a administração da justiça. Interveio também nos conflitos armados do início da regência defendendo o partido do duque de Coimbra. Todavia não estaria no Reino para presenciar as divergências entre o seu pai e o infante Pedro, que culminariam na Batalha de Alfarrobeira, porque em 1445 foi nomeado para capitão de Ceuta. Após Alfarrobeira, solicitou ao rei o seu regresso a Portugal. Em 1455 foi-lhe concedido o título de marquês de Vila Viçosa, como agradecimento pelos serviços prestados à Coroa. Nestes seis anos em que foi marquês, participou na conquista de Alcácer-Ceguer e, em 1460, foi um dos três nobres que escreveram pareceres a Afonso V aconselhando-o sobre a situação política externa.
Quando o marquês de Valença morreu em Tomar a 29 de Agosto de 1460, antes do pai e sem deixar sucessão legítima, Fernando tornou-se o herdeiro do ducado de Bragança, ao qual ascendeu em 1461. Voltou pela última vez a Marrocos em mais uma tentativa de conquista de Tânger, em 1463-64. Em 1471, quando o rei partiu à conquista de Arzila ficou no Reino como regente. Voltaria a dar a sua opinião sobre a política ibérica em 1475, manifestando-se contrário à vontade de Afonso V casar com sua prima, dona Joana. Morreu no ano de 1478, sucedendo-lhe no ducado o seu filho primogénito» In Resumo

«Fernando, 3º conde de Arraiolos, 1º marquês de Vila Viçosa e 2º duque de Bragança, nasceu por volta do ano de 1403, filho segundo de Afonso, bastardo legitimado do rei D. João I e de dona Beatriz Pereira, única herdeira do condestável Nuno Álvares Pereira. Foi um dos senhores mais poderosos do seu tempo e um dos nobres mais influentes e activos das cortes de Duarte I e Afonso V. A primeira notícia que dele existe data de 4 de Abril de 1422 quando, à semelhança do que João I havia feito com os seus filhos, Nuno Álvares Pereira assegurou casas para os seus netos (Afonso, dona Isabel e Fernando), desfazendo-se do seu património em favor dos mesmos. Ao fazê-lo o condestável assegurou-lhes uma importante posição social, um possível casamento com membros da alta nobreza e até da casa real e, sobretudo, assegurou a perpetuação da sua linhagem. Fernando, ficou com o núcleo de propriedades alentejanas do condestável e com o título de 3º conde de Arraiolos. Para além do legado recebido do Condestável, os irmãos Fernando, Afonso e dona Isabel aumentaram o seu poder e prestígio tanto através de acções individuais como pelo casamento. Foi o caso de dona Isabel que casou com o seu tio, o infante João, protagonizando assim uma nova ligação da família à casa real. O conde de Arraiolos teve um papel de destaque em Marrocos, onde participou como condestável na mal fadada expedição a Tânger em 1437, foi capitão in solido da praça de Ceuta durante os anos de 1445-1451 tendo estado também presente na conquista de Alcácer-Ceguer. Quando o seu irmão Afonso, marquês de Valença, morreu antes do pai e sem deixar sucessão legítima no ano de 1460, Fernando, então marquês de Vila Viçosa, tornou-se herdeiro do ducado de Bragança, ao qual ascenderia no ano seguinte». In Maria Barreto Dávila, D. Fernando I, 2º duque de Bragança, Vida e Acção Política, Dissertação de Mestrado, FCSHumanas, UNLisboa, 2009.

Cortesia de FCSH/UNL/JDACT