terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Encanto. Luz. No 31. Elis Regina. «Que vive ao léu, perdeu seu ninho, é a esperança de um encontrar. Poema é a solidão da madrugada, um ébrio triste na calçada, querendo a lua namorar»

Cortesia de wikipedia e jdact

Poema
«Poema é noite cheia de amargura.
Poema é a luz que brilha lá no céu.

Poema é ter saudade de alguém,
Que a gente quer e que não vem.

Poema é um cantar de um passarinho,
Que vive ao léu, perdeu seu ninho,
É a esperança de um encontrar.

Poema é a solidão da madrugada,
Um ébrio triste na calçada,
Querendo a lua namorar».

Fascinação
«Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil, um castelo ergui
E no teu olhar, tonto de emoção,
Com sofreguidão, mil venturas previ

O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso quente, inebria, entontece
És fascinação, amor»

As aparências enganam
«Aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague
se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada p’ra se fazer, senão chorar sob o cobertor
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam p’ra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada amor».
Poemas de Canções de Elis Regina, in Wikipedia

Cortesia de Wikipedia/JDACT