Cortesia
de wikipedia e jdact
«Desde
criança que Emma é uma jovem sensível e romântica e não é surpresa para ninguém
que tenha encontrado a sua vocação como florista de casamentos. Assim está
sempre rodeada de flores e trabalha com as suas três melhores amigas,
Mackensie, Parker e Laurel. Emma não podia estar melhor, certo? Errado. É que
Emma, apesar de bela e encher de vida todas as salas onde entra (aliás, tal
como acontece com os arranjos florais que cria), apenas se cruza com os homens
errados. E o último lugar onde alguma vez se lembrou de procurar é…, bem
debaixo do seu nariz. Jack Cooke é um arquitecto e amigo de longa data que
praticamente faz parte da família. Um dia ele apercebe-se que sente por Emma
algo mais do que apenas amizade. Mas quando a sua paixão é correspondida, as
coisas começam a complicar-se. É que nem ele gosta de compromissos, nem ela é
dada a casos passageiros. Conseguirão confiar nos seus corações, para se
entregarem a uma vida em comum?
«E tenho fé de que todas as
flores
Apreciem o ar que respiram». In Wordsworth
«Com
a cabeça atordoada por tantos detalhes, muitos deles embaralhados, Emma deu uma
olhada na agenda enquanto tomava a sua primeira xícara de café. As reuniões com
os clientes a deixavam tão animada quanto o café forte e doce. Contente com
isso, recostou-se na cadeira do seu aconchegante escritório para reler as anotações
que tinha acrescentado junto ao nome de cada casal. A experiência lhe ensinara
que a personalidade dos noivos, ou, mais precisamente, da noiva, ajudava a
determinar o tom da reunião, a direcção a seguir. Para Emma, as flores eram a
alma de um casamento. Fossem elegantes ou alegres, elaboradas ou simples, elas
eram o romance. Seu trabalho era dar aos clientes toda a alma e todo o
romantismo que desejassem. Suspirou, espreguiçou-se e sorriu para o vaso de
mini-rosas sobre a escrivaninha. A Primavera é o máximo, pensou. A temporada de
casamentos estava à toda, o que significava dias ocupadíssimos e longas noites
imaginando e projectando arranjos, tendo que criar não apenas para os
casamentos desta Primavera, mas também para os da
próxima. Adorava a continuidade quase tanto quanto o próprio trabalho.
Foi isto que a Votos deu a ela e às
suas três melhores amigas: continuidade, trabalho recompensador e realização
pessoal. E ela tinha que lidar com flores, viver entre flores, praticamente
nadar em flores todos os dias. Divagando, examinou as mãos com aqueles pequenos
arranhões e cortes minúsculos. Às vezes pensava neles como cicatrizes de
batalhas; em outras, como medalhas de honra. Nesta manhã, tudo o que queria era
não ter-se esquecido de marcar a manicure.
Olhou para o relógio, fez as
contas. Pulou da cadeira, novamente animada. Foi até ao quarto e pegou numa peça
vermelha para vestir por cima do pijama. Tinha tempo de ir até à mansão antes
de se vestir e se preparar para o dia de trabalho. A sra. Grady já devia ter
feito o café da manhã e, assim, Emma não precisaria ver o que havia na despensa
ou preparar alguma coisa para comer. A sua vida era cheia de coisas fantásticas,
pensou, ao descer correndo as escadas.
Ao passar pela sala que usava
como área de recepção e reuniões, deu uma rápida olhadela no aposento,
dirigindo-se para a porta. Trocaria as flores da decoração antes da primeira
reunião, mas, ah, aqueles lírios orientais tinham desabrochado de um jeito tão
lindo... Saiu da antiga casa de hóspedes da propriedade dos Browns, que agora
era a sua casa e o escritório da Arranjos, a sua parte da Votos. Respirou fundo
aquele ar de primavera. E estremeceu». In Nora Roberts, Um Mar de Rosas, Chá das
Cinco, 2013, ISBN 978-989-710-074-1.
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