sábado, 29 de junho de 2013

Dança. Olga Roriz. Teatro Garcia de Resende. Évora. «Algo ficou por fazer, tanto ficou por ser dito. Pretendo encontrar um outro estar, uma acumulação do mesmo mas sempre em renovação, jamais entendido. Ignorar os tabus, reescrever a história, acrescentar as referências e criar o momento»

Cortesia de rodrigosousa

«A Companhia de Dança Olga Roriz vem a Évora apresentar dois espectáculos no Teatro Municipal Garcia de Resende, intitulados Present in Progress e A Sagração da Primavera, sendo que o primeiro realiza-se no pf dia 3 de Julho e o segundo no dia 6 de Julho, ambos com início às 21h30. Present in Progress, com coreografia e interpretação de Olga Roriz e com duração de 20 minutos, é um encontro de dois gestos distintos, a dança e a pintura. Juntos e ao vivo, pintor e coreógrafa dialogam na sua solidão. A música é a única ligação entre eles, espacial e temporal. Ela move-se colada a uma tela branca. Ele está em pé em frente a uma mesa em branco, câmaras de vídeo, tintas, pincéis, papeis… O Movimento dela flutua entre as explosões de linhas e cores. O resultado é ora dramático, ora poético.


No segundo espectáculo, A Sagração da Primavera, Olga Roriz, após 36 anos de carreira como intérprete e 9 solos criados, lança-se pelo duplo desafio: a revisitação de uma obra maior como é A Sagração da Primavera e a insistência da sua longevidade como bailarina e intérprete. Poucos são no mundo os criadores que se propõem a coreografar esta obra, muito menos ainda os que aos 56 anos de idade dançam. Olga Roriz é a única intérprete/criadora no nosso país, e das poucas na Europa, que continua a transmitir pelo seu próprio corpo o seu legado coreográfico e artístico, continuando a construir, desenvolver e partilhar com o público a sua presença gestual e interpretativa ímpar. Em 2013 celebra-se o centenário da criação de A Sagração da Primavera por Nijinsky/Stravinsky e, após a sua primeira criação desta obra.


Olga Roriz confessa: Algo ficou por fazer, tanto ficou por ser dito. Pretendo encontrar um outro estar, uma acumulação do mesmo mas sempre em renovação, jamais entendido. Ignorar os tabus, reescrever a história, acrescentar as referências e criar o momento. Paixão, memórias e saber, manter-se-ão intactos, serão respeitados mas sem voz, sem espaço, sem presente. Corpo a corpo num confronto nunca pacífico. Estes espectáculos da Companhia de Dança Olga Roriz são uma organização do Cendrev no âmbito da Rede Culturbe, Braga, Coimbra e Évora, que conta com o apoio do Inalentejo e da Câmara Municipal de Évora». In C. M. de Évora

Cortesia da CMEvora/JDACT