«Monstros e homens lado a lado.
Não à margem, mas na própria vida.
Absurdos monstros que circulam
quase honestamente.
Homens atormentados, divididos, fracos.
Homens fortes, unidos, temperados.
Ao rosto vulgar dos dias,
à vida cada vez mais corrente,
as imagens regressam já experimentadas,
quotidianas, razoáveis, surpreendentes.
Imaginar, primeiro, é ver.
Imaginar é conhecer, portanto agir».
«Há palavras que nos beijam
como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
de imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
quando a noite perde o rosto;
palavras que se recusam
aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
entre palavras sem cor,
esperadas inesperadas
como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
letra a letra revelado
no mármore distraído
no papel abandonado)
palavras que nos transportam
aonde a noite é mais forte,
ao silêncio dos amantes
abraçados contra a morte.
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