«Eu sabia que ele estava satisfeito, na verdade, radiante. Tinha dado o
primeiro passo para o que ele esperava que fosse a última luta pela libertação
de Goa. Lica foi então levado para um dos carros da polícia, desaparecendo na
curva da estrada, por detrás do largo do mercado. O jogo do cão e do gato tinha
terminado. Podiam todos voltar para casa. Todos, menos eu. Onde era agora a minha casa? Senti um terrível vazio à minha
volta. Estava completamente´só. Tinha caído numa terra de ninguém, num limbo
político. Nem leste nem oeste. Nem portuguesa nem indiana. Nem hindu nem
cristã. Sem Lica estava perdida. Outra noite em branco. A minha mente num
remoinho. Sabia muito bem que dentro em breve apareceriam forças externas que
tentariam influenciar-me para que tomasse certas decisões, mas eu nunca trairia
Lica. Agora tinha de ser cautelosa. Muito cautelosa, mesmo».
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