«Não leves a
mal, perdoa...
Mas a frieza que
eu ponho
nos meus beijos
não é cansaço,
nem tédio.
O teu corpo
tem o charme
necessário
para iludir ou
prender,
e a tua boca
tem o aroma dos
cravos
à tarde, ao
anoitecer.
Não é cansaço,
nem tédio.
É somente uma
certeza
que eu não sei
como surgiu
aqui - no meu
coração:
não, amor; não
és aquela
que o meu sonho
distinguiu...
Não queiras a
realidade.
A realidade
mentiu...»
«Ia a tarde no
final.
Somem-se os
últimos ecos
duma jota
aragonesa.
E a tarde,
não tem o ar
natural
de quem falece
na sombra.
Quando Ele surge
na arena
Uma flor de
oiro!
Sensualíssimo,
viril,
e flexuoso
procura
aproximar-se do toiro
a multidão
refulge num
delírio de loucura.
Então,
com suprema
galhardia
ergue o braço
para matar.
Há uma luz de
labareda,
e o silêncio é
mais profundo.
Os cornos tocam
no oiro e na seda.
E ele, - tomba,
vencido,
Rasgado,
cheio de sangue
na fronte.
A tarde
principia a
arrefecer.
Tem o ventre
descoberto,
e as negruras
da sua
virilidade
toda a gente as
pode ver».
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