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Lerás
«(…)
Antes da Segunda Guerra Mundial, a obra cheia de ódio de Adolf Hitler, Minha
luta (Mein Kampf), também nunca foi colocada no Índex. (…) Os censores
discutiram o que fazer com o ditador nazista, e a discussão se estendeu por
anos. No final, a avaliação de Minha luta foi simplesmente encerrada. Mais
recentemente, cartas enviadas pelo cardeal Joseph Ratzinger a uma crítica
literária alemã colocaram em discussão os livros de Harry Potter. Em março de
2003, um mês após a imprensa de língua inglesa em todo o mundo ter proclamado
falsamente que o papa João Paulo II aprovava Harry Potter, o homem que se
tornaria seu sucessor enviou uma carta a Gabriele Kuby concordando com sua oposição
à obra de J. K. Rowling e sua opinião de que era leitura moralmente não
saudável para as crianças. Em carta datada de 7 de Março de 2003, o cardeal
Ratzinger agradeceu a Kuby por seu instrutivo livro (intitulado Harry Potter:
Good or Evil?), em que Kuby afirma que os livros de Harry Potter corrompem o
coração dos jovens, impedindo que desenvolvam uma noção adequada de bem e mal,
o que prejudica sua relação com Deus enquanto essa relação ainda está em
estágio inicial. É bom que esclareça as pessoas a respeito de Harry Potter,
pois a sedução é subtil, age sem ser percebida e por meio de uma profunda
distorção do cristianismo na alma, antes que possa se desenvolver adequadamente,
escreveu Ratzinger.
A
carta também encorajava Kuby a enviar seu livro a um prelado que, ao fazer umabrincadeira
com Harry Potter, havia induzido a falsa ideia de apoio do Vaticano. Numa
conferência de imprensa para a apresentação de um estudo a respeito da Nova Era
no mesmo ano de 2003, (…) o padre Peter Fleetwood fez um comentário positivo a
respeito dos livros de Harry Potter ao responder à pergunta de um repórter.
Isso resultou em manchetes como o papa aprova Potter (Toronto Star), o papa
defende livros de Potter (BBC Newsround) e Harry Potter é aprovado pelo
pontífice (Chicago Sun Times). Principalmente devido ao livro O Código Da
Vinci, de Dan Brown, apresentar a história da investigação sobre uma
conspiração milenar por parte da Igreja e dos cruzados, conhecidos como
cavaleiros templários, para manter um segredo envolvendo Jesus, que, se
revelado, abalaria as bases da cristandade, para milhões de pessoas no mundo
não há nada mais fascinante em relação ao Arquivo Secreto do Vaticano do que
descobrir o que há nele sobre os notórios cavaleiros.
A
verdade sobre os Templários
Nenhum
papa teve influência mais duradoura no curso da história mundial do que Urbano
II. O conflito actual entre as democracias cristãs do mundo ocidental e os
terroristas fundamentalistas islâmicos do Médio Oriente pode ser atribuído ao
seu apelo aos príncipes cristãos da Europa por uma cruzada para resgatar a
Terra Santa dos muçulmanos. No discurso feito no Concílio de Clermont, na
França, em 27 de Novembro de 1095, ele combinou a ideia de peregrinação
à Terra Santa com a de guerra santa. (…) Ele declarou: a nobre raça dos francos
(franceses) deve vir em auxílio de seus camaradas cristãos no Leste. Os turcos
infiéis estão avançando para o coração da cristandade oriental; os cristãos
estão sendo oprimidos e atacados; as igrejas e lugares santos estão sendo
conspurcados. Jerusalém está gemendo sob o jugo sarraceno (muçulmano). O
Sepulcro Sagrado [a igreja de Jerusalém que segundo as tradições cristãs marca
o local onde Cristo foi enterrado] está em mãos muçulmanas e foi transformado
em mesquita. Os peregrinos são perseguidos e até mesmo impedidos de chegar à
Terra Sagrada. O Ocidente deve marchar em defesa do Oriente. Todos devem ir,
ricos e pobres. Os francos devem pôr fim às suas guerras e disputas internas.
Devem ir contra os infiéis e lutar uma guerra justa. Deus os guiará, pois
estarão fazendo seu trabalho. Haverá absolvição e remissão dos pecados para
todos os que morrerem a serviço de Cristo. Aqui eles são pobres e miseráveis
pecadores; lá serão ricos e felizes. Que ninguém hesite; eles devem marchar no
próximo Verão. Deus assim o deseja!
Foram
empreendidas sete cruzadas entre 1095 e 1250, mas após o sucesso inicial da conquista
de Jerusalém, os cruzados não conseguiram manter o Santo Sepulcro. Desses quase
200 anos de expedições militares realizadas por guerreiros medievais em nome de
Deus, surgiram figuras românticas como o rei Ricardo Coração de Leão e os
cavaleiros fictícios da távola redonda de Camelot, do rei Arthur, sempre em
busca do Santo Graal. Mas foi um romance do século XXI que tirou um grupo de
cruzados dos livros de história, trazendo-o para a cultura popular. O arcebispo
Guilherme de Tiro, testemunha ocular, escreveu em 1118 a respeito dos cavaleiros
templários que certos homens nobres no posto de cavaleiros, homens religiosos, devotos
e tementes a Deus, colocaram-se a serviço de Cristo e prometeram viver sem posses,
sob os votos da castidade e obediência. Seus líderes eram Hugo de Payens,
cavaleiro da Borgonha, e Godefroid (Godofredo) de St. Omer, do sul da França.
Sem uma igreja ou residência fixa quando chegaram a Jerusalém, tiveram
permissão para morar perto do Templo do Senhor (as ruínas do templo judaico em
Jerusalém). Seu principal dever era proteger as rotas e estradas contra o
ataque de bandidos e ladrões. E fizeram isso, observou Guilherme de Tiro, especialmente
para proteger os peregrinos. Por nove anos após a fundação da ordem, os
cavaleiros templários usaram roupas seculares. Usavam as roupas que as pessoas,
para a salvação de suas almas, lhes davam. Adoptando o nome de Pobres
Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ficaram conhecidos como
templários. Sancionados pela Igreja em 1128 no Concílio de Troyes, logo foram
reconhecidos, e temidos, por sua ferocidade nas batalhas. Após a retomada de Jerusalém
pelo Islão em 1239, conquistaram a ilha de Chipre para quartel-general da ordem
e usaram a vasta riqueza acumulada com espólios de guerra para se firmarem como
financeiros internacionais. Inventando o sistema bancário, montaram um Templo
em Paris, tornando-se o equivalente medieval dos actuais Banco Mundial e
Organização Mundial do Comércio. Mais ricos do que qualquer governo do continente,
esses outrora Pobres Cavaleiros de Cristo passaram de nove para algo entre 15
mil e 20 mil membros, com 9 mil mansões e castelos». In Paul Jeffers, Mistérios
Sombrios do Vaticano, 2012, tradução de Elvira Serapicos, Editora Jardim dos
Livros, 2013, ISBN 978-856-342-018(7)-3(6).
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