«(…) E os outros trabalhos de
Leonardo, temos descoberto, ressaltam suas próprias obsessões heréticas embora
cuidadosamente aplicadas na formação consistente de imagens, algo que não
aconteceria se o artista fosse um ateu meramente engajado em ganhar a sua vida.
Estas desnecessárias inclusões e símbolos também são muito, muito mais do que
uma resposta céptica satírica a uma tal comissão; eles não são apenas o
equivalente de aderir um nariz vermelho a São Pedro, por exemplo. O que estamos
olhando na Última Ceia e seus outros
trabalhos é o código secreto de Leonardo da Vinci, que acreditamos ter
uma surpreendente relevância para o mundo hoje. Pode ser argumentado que seja o
que for que Leonardo acreditou ou não acreditou, isto era meramente o ponto
fraco de um homem, e um homem notoriamente estranho, um em cuja história
encontramos infindáveis paradoxos. Ele pode ter sido um solitário, mas ele era
também a vida e alma do grupo; ele desprezava os previsores da fortuna, mas
suas narrativas listam dinheiros pagos a astrólogos; ele era um vegetariano a
amante de animais mas sua ternura raramente se estendia à humanidade. Ele
obcessivamente dissecava cadáveres e observava execuções com os olhos de um
anatomista. Ele era um profundo pensador e mestre de enigmas, conjurando
truques e farsas. Dado uma tal visão geral complexa, talvez fosse de se esperar
que as suas opiniões pessoais sobre religião e filosofia fossem não usuais, até
mesmo excêntricas. Apenas por esta razão, pode ser tentador descartar suas
crenças heréticas como irrelevantes hoje. Conquanto seja geralmente admitido
que Leonardo era enormemente dotado, a tendência moderna ao epoquismo arrogante busca indeterminar as
suas obtenções. Afinal, quando ele estava no seu florescimento, até mesmo a
técnica da impressão era uma novidade. O que poderia um tal inventor solitário
em tal tempo primitivo possivelmente ter a oferecer a um mundo que é
infindavelmente informado pela Net, e
que pode, numa questão de segundos, se comunicar por telefone ou máquina de fax com pessoas em continentes que nem mesmo foram descobertos nos dias dele?
Há duas respostas a isso. A
primeira é a de que Leonardo não foi, para usar um paradoxo, um génio comum.
Embora a maioria das pessoas saiba que ele projectou máquinas voadoras e
primitivos tanques militares, algumas de suas invenções eram tão improváveis nos
seus dias quando aquelas de um virada mental mais caprichosa tem até mesmo
sugerido que ele possa realmente ter tido visões do futuro. Seus projectos para
uma bicicleta, por exemplo, apenas vieram a luz em 1960. Diferente dos dolorosos estágios de tentativa e erro no
desenvolvimento da inicial bicicleta vitoriana, contudo, o traçador de estrada
de da Vinci tinha duas rodas e igual tamanho e um mecanismo de cadeia e
engrenagem. Mas até mesmo mais fascinante do que o projecto actual, está a
possível razão porque ele pode ter inventado uma bicicleta em primeiro lugar.
Para um homem que sempre havia querido voar como os pássaros, mas tendo um
desejo motor para pedalar ao longo em estradas menos do que perfeitas,
precariamente equilibrado em duas rodas, é completamente surpreendente. (e não
é, diferente de voar, uma figura em qualquer fábula clássica). Leonardo também
previu o telefone, entre muitas outras afirmações futurísticas pela fama. Se
Leonardo era algo mais do que um génio, do que os livros de
história o permitem, há ainda a questão como o possível conhecimento que ele
poderia ter tido, se impingiria de um modo significativo ou disseminado cinco
séculos depois que ele viveu.
Conquanto possa ser argumentado que
os ensinamentos de um rabino do século I possam ser esperados terem até mesmo
menos relevância para nosso tempo e lugar, também é verdade que algumas ideias
são universais e eternas, e que a verdade, se ela pode ser encontrada ou
definida, nunca é essencialmente indeterminada pela passagem dos séculos.
Contudo não foi a filosofia ou a arte de Leonardo que primeiramente nos atraiu
até ele. Foi seu trabalho mais paradoxal, aquele que é ao mesmo tempo incrivelmente
famoso e menos conhecido, que motivou nossa pesquisa intensiva sobre Leonardo.
Como descrito em detalhes no nosso último livro, descobrimos que ele foi o
mestre que falsificou o famoso Sudário de Turim, que há muito tinha sido
acreditado ter sido impresso com a imagem de Jesus ao tempo de sua morte. Em 1988 a datação por carbono provou ser
ele um artefacto do final dos tempos medievais ou início da Renascença, mas
para nós, ele permaneceu uma imagem verdadeiramente notável, para dizer o
mínimo. Principal em nossas mentes estava a questão da identidade do fraudador,
porque seja quem fosse que tenha criado esta relíquia, tinha que ser um génio.
O Sudário de Turim, como
toda a literatura reconhece, a favor e contra a sua autenticidade, se comporta
como uma fotografia. Ele exibe um curioso efeito
negativo o que significa que se parece como uma vaga marca de
queimadura ao olho nu, mas pode ser visto em bons detalhes no negativo
fotográfico. Porque nenhuma pintura conhecida ou impressão por riscar se comporta
desta maneira, o efeito negativo tem sido tomado pelos crentes no Sudário
como sendo a prova das qualidades miraculosas da imagem. Contudo, descobrimos
que a imagem no Sudário de Turim se comporta como uma fotografia
precisamente porque é isso que ela é. De início, tão incrível quanto possa
parecer, o Sudário de Turim é uma fotografia. Nós, juntamente
com Keith Prince, reconstruimos o que acreditamos ser a técnica original e ao
fazer isso se tornou claro que a primeira pessoa até mesmo replicou todas as
caracteristicas até então inexplicadas do Sudário. E a despeito das afirmações
dos crentes no Sudário que isso era impossível, nós o fizemos usando um
equipamento extremamente básico. Usamos uma câmara escura, uma roupa
quimicamente coberta, tratada com materiais prontamente disponíveis no século
XV, e grandes doses de luz. Contudo, o sujeito experimental de nossa fotografia
era um busto de gesso de uma menina, que estava desapontadamente anos luz longe
do modelo original. Porque embora a face no Sudário não fosse, como tem
sido amplamente afirmado, aquela de Jesus, ela era de facto a face do próprio
fraudador. Em resumo, o Sudário
de Turim é, entre outras coisas, uma fotografia de cinco anos de não outro que
Leonardo da Vinci». In Lynn Picknet e Clive Prince, A Revelação
dos Templários, Narrativa, Editora Planeta, 2006, ISBN 857-6651-75-0.
Cortesia de Planeta/JDACT