domingo, 23 de outubro de 2016

Elvas na Idade Média. Fernando Branco Correia. «O território do termo de Elvas, excepto uma pequena franja ocidental do mesmo, integra-se na área da bacia vertente para o Guadiana, rio este que se sabe ser bastante irregular»

Cortesia de wikipedia e JDACT

Altimetrias
«(…) O relevo assume na região uma oscilação morna, variando entre os 150 e os 500 metros de altitude. Dentro deste intervalo dominam as altitudes inferiores a 400 metros, embora a zona oeste do termo de Elvas, junto a Vila Boim, apresente já altitudes superiores às demais zonas do território do termo. Aliás o alto de Vila Boim, entre esta localidade e a capela de S. Lourenço, é precisamente o ponto do termo de Elvas em que se regista a cota de maior altitude, precisamente 495 m de altitude. Em redor do núcleo urbano de Elvas dominam as cotas próximas dos 300 metros. A cota máxima urbana quase atinge este valor. A norte, no cabeço em que se encontra o forte da Graça e que, no período medieval, era conhecido como serra de S. Domingos, encontra-se a cota mais alta das suas imediações, precisamente 383 m. Trata-se de um relevo que nunca impediu a penetração de ventos de civilização vindos sobretudo do sul.

Hidrografia
Sente-se a falta de um estudo aprofundado sobre as linhas de água na região, situação comum a outras regiões de Portugal. Não faltam, porém, na região as linhas de água. No entanto, a quantidade de água disponível é, geralmente, escassa e, a esse nível, Elvas não foge às características próprias da zona raiana (pode aplicar-se, mas de forma cautelosa, a opinião de Amorim Girão de que no sul de Portugal, como na sua zona fronteiriça de este, a escassez da água é o fenómeno geográfico por excelência, causa das causas). Assumindo papel de destaque está o rio Guadiana que corre sensivelmente a SE e ao qual se junta o rio Caia que corre na parte norte do termo de Elvas. A maior parte das ribeiras e dos pequenos ribeiros é a estas duas linhas de água que se vão juntar. O território do termo de Elvas, excepto uma pequena franja ocidental do mesmo, integra-se na área da bacia vertente para o Guadiana, rio este que se sabe ser bastante irregular, mas cujo regime continua muito pouco conhecido (o próprio projecto da barragem do Alqueva, que atinge áreas do termo de Elvas, tenha dado origem a um estudo hidrológico e geográfico aprofundado). Para a zona do curso médio do Guadiana, junto a Elvas, escasseiam as informações. Em geral, as várias linhas de águas da zona de Elvas têm um regime muito irregular, dependente da pluviosidade e da dureza das estiagens. Parece não terem sido publicados estudos específicos quanto às características da região a nível de águas subterrâneas. Na verdade, registam-se algumas fontes e nascentes, locais de abastecimento de água de relevante importância. Orlando Ribeiro inclui o troço do Guadiana, que se localiza próximo de Elvas até montante de Mérida, numa zona de navegação fluvial importante, o que transforma este troço médio do Guadiana numa estrada de indiscutível interesse, sobretudo para os tempos mais recuados». In Fernando Branco Correia, Elvas na Idade Média, Edições Colibri, CIDEHUS, Universidade de Évora, 2013, ISBN 978-989-689-365-1.

Cortesia de EColibri/JDACT