domingo, 6 de setembro de 2015

Comunicação. 2009. Geraldo L. Lino. «… essa é a condição que a Humanidade tem enfrentado ao longo de toda a sua existência no planeta. Para restringir-nos apenas ao Quaternário, as grandes oscilações de temperaturas, níveis do mar, humidade do ar e extensão dos glaciares»

Cortesia de wikipedia

Alguns factos básicos sobre mudanças climáticas
«As presentes discussões sobre o chamado aquecimento global e as mudanças climáticas supostamente causadas pelas actividades humanas nada têm a ver com evidências científicas, mas com uma agenda determinada por interesses políticos, económicos e académicos restritos. A despeito de todo o alarmismo sobre o assunto, não existe uma única evidência factual sólida que permita atribuir às actividades humanas, especialmente o uso de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral), quaisquer elevações anormais de temperaturas e dos níveis do mar, retracção dos glaciares, extinção de espécies, proliferação de doenças e numerosas outras consequências rotineiramente apresentadas com grande alarido mediático. Não obstante, tais prognósticos catastróficas têm servido de base para a adopção de uma agenda global de descarbonização da economia mundial, desnecessária e irracional, além de desviar as atenções das verdadeiras emergências globais, como as consequências das deficiências de infraestrutura de saneamento básico, energia moderna e outros requisitos de sociedades civilizadas. Por conseguinte, é preciso reorientar os debates e a formulação de políticas para o campo da verdadeira ciência e do bom senso, mas, para isto, é preciso que uma massa crítica de cidadania esteja convencida de alguns factos elementares sobre o assunto. A seguir, apresenta-se uma pequena lista deles.

Consenso e cepticismo
As distorções que têm envolvido a apresentação dos temas climáticos à opinião pública em geral começam pela descaracterização de princípios básicos da actividade científica. Um exemplo é o alegado consenso que existiria na comunidade científica sobre a influência humana no clima em escala global, que seria encarnado no trabalho do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, doravante IPCC, (em inglês), órgão ligado às Nações Unidas. Ocorre que consenso é uma expressão que não tem sentido na ciência, que não se baseia em prevalências numéricas, mas em um compromisso permanente com a redução das imperfeições do conhecimento dos fenómenos universais. Na história das ciências, com frequência, uma única descoberta divergente tem sido suficiente para obrigar a uma reavaliação do conhecimento prevalecente.
Outra distorção é a apropriação da palavra cépticos para qualificar os cientistas e outros profissionais críticos da atribuição da responsabilidade humana como factor preponderante nas mudanças climáticas recentes. Ora, o cepticismo saudável deve ser uma condição intrínseca de qualquer cientista que se preza, uma vez que o questionamento permanente do conhecimento disponível é condição sine qua non para o progresso científico. Como afirma o livreto Sobre ser um cientista: conduta responsável na pesquisa, publicado em 1995 pela Academia Nacional de Ciências dos EUA, o cepticismo organizado e vigilante, bem como uma abertura às novas ideias, são essenciais para se precaver contra a intrusão de dogmas ou tendências colectivas nos resultados científicos.

O clima está sempre em mudança
O alarmismo aquecimentista passou a conferir à expressão mudanças climáticas um carácter intrinsecamente negativo, como se este não fosse o estado natural do clima ao longo de toda a história geológica da Terra, de facto, em termos históricos e geológicos, não existe um clima estático. Ademais, o género Homo, ao qual pertence a nossa espécie, surgiu junto com o Quaternário (os últimos 2,5 milhões de anos), o período geológico de mais rápidas e drásticas variações climáticas, com bruscas variações entre os períodos glaciais prevalecentes em 90% dele e os períodos interglaciais mais quentes. Toda a Civilização tem existido dentro de um interglacial, o chamado Holoceno, que teve início há cerca de 12.000 anos, e todos os últimos interglaciais foram mais quentes que o actual.

Ou seja, essa é a condição que a Humanidade tem enfrentado ao longo de toda a sua existência no planeta. Para restringir-nos apenas ao Quaternário, as grandes oscilações de temperaturas, níveis do mar, humidade do ar e extensão dos glaciares (cobertura de gelo e neve) têm sido a marca registada do período. As temperaturas médias têm variado entre cerca de 8-10ºC abaixo e 4-6ºC acima das actuais (a actual temperatura média na superfície do planeta é 15ºC); os níveis do mar, entre 120-130 m abaixo e 4-6 m acima dos actuais; e, durante as eras glaciais, vastas massas de gelo com espessura de até 4 km cobriam grande parte do Hemisfério Norte, descendo até ao paralelo 40ºN, nas proximidades da actual Nova York.
As transições entre os períodos glaciais e os interglaciais têm sido relativamente rápidas, até mesmo na escala humana. A passagem para condições glaciais pode levar algumas poucas centenas de anos, mas já ocorreu em menos de um século. As transições glacial-interglacial costumam ser ainda mais rápidas, como ocorreu com o advento do Holoceno, quando as temperaturas subiram 6-8ºC em menos de 100 anos, sendo que a metade deste aquecimento (3-4ºC) pode ter ocorrido em apenas duas décadas. Em latitudes mais altas, já se registaram elevações de 10-15ºC em menos de oito décadas. Essas taxas de variação são muito maiores que a irrisória elevação de 0,8ºC observada entre meados do século XIX e o final do XX». In Geraldo Luís Lino, Comunicação, 2009, Alguns factos básicos sobre mudanças climáticas, autor do livro A fraude do aquecimento global: como um fenómeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial, Capaz Dei, 2009, Oikos, Volume 9, Rio de Janeiro, 2010, ISSN 1808-0235.

Cortesia de Oikos/JDACT