Fado
da promessa
«Trago
a minha vida presa
às
promessas que morreram
naquele
adeus derradeiro
que
os teus olhos me disseram.
Quando
a morte me levar
se
eu não tiver mais ninguém
basta
que chorem por mim
os olhos
de minha mãe».
Trova
do amor lusíada
«Meu
amor é marinheiro
meu
amor mora no mar
meu
amor disse que eu tinha
na boca
um gosto a saudade
e uns
cabelos onde nascem
os ventos
e a liberdade.
Meu
amor é marinheiro
meu
amor mora no mar
seus
braços são como o vento
ninguém
os pode amarrar.
Meu
amor é marinheiro
meu
amor mora no mar».
Pensamento
«Meu
pensamento
partiu
no vento
podem
prendê-lo
matá-lo
não.
Meu
pensamento
quebrou
amarras
partiu
no vento
deixa
guitarras.
Meu
pensamento
por onde
passas
estátua
de vento
em cada
praça.
Foi à
conquista
do novo
mundo
foi vagabundo
contrabandista.
Foi marinheiro
maltês
ganhão
foi prisioneiro
mas
servo não.
E os
reis mandaram
fazer
muralhas
tecer
as malhas
de negras
leis.
Homens
morreram
chamas
ao vento
por ti
morreram
meu
pensamento».
Poemas
de Manuel Alegre,
in ‘Trovas do vento que passa”
ISBN
978-989-619-121-7
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