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Bashîla (?)
Um dos distritos de Ocsónoba, em
al-Andalus.
Al-Jawf (?)
Território baixo ou avançado no mar, no
ocidente de al-Andalus, sobre o Mar Circundante. E é também, um dos distritos
de Ocsónoba, de al-Andalus.
Al-Zâwiya (Lagos)
Um dos distritos de Ocsónoba, em
al-Andalus.
Sharq (?)
Com a pronúncia de Oriente
contrário de Ocidente. [...] Distrito de Beja [...] em al-Andalus.
Shaqabân (Sacavém)
É um dos povoados de Lisboa, a oriente
dela. Relaciona-se com ela Taytal ibn Ismâ‘îl al-Saqabânî, de quem há
alguma poesia. Este poeta e místico da região de Lisboa, depois de ter vivido e
estudado em Córdova, veio, mais tarde, a escolher a zona da albufeira de
Sacavém para seu local de retiro espiritual, tendo lá edificado uma arrábida ou
azóia. Lá permaneceu, até ao fim dos seus dias, dedicando-se às práticas
espirituais. A sua fama perpetuou-se, tendo a arrábida ficado conhecida,
durante bastante tempo, como a Arrábida de Taytal. A memória daquela arrábida
ou azóia terá permanecido até hoje na região, concretamente no topónimo Azóia,
próximo de Stª Iria da Azóia.
Shilb (Silves)
É uma cidade no ocidente de al-Andalus.
Entre ela e Beja, são três dias. Está a oeste de Córdova. É a capital do
distrito administrativo de Ocsónoba. E entre ela e Córdova são dez dias para o
cavaleiro veloz. Fui informado de que não há em al-Andalus, para lá de Sevilha,
outra [cidade] como ela. Entre ela e Santarém, são cinco dias. Ouvi dizer a
muitos: Poucos serão aqueles entre a sua gente que não digam poesia e não se
interessem pela cultura. E se passares por um agricultor detrás da sua junta de
bois, e lhe sugerires um mote, glosá-lo-á na hora [e de forma
correctíssima].
Shantara (Sintra)
Com vogal a e depois ausência de
vogal, e tâ com dois pontos encima e râ sem qualquer ponto
diacrítico. Cidade dos distritos fiscais de Lisboa, em al-Andalus. Diz-se: nela
há maçãs, em que o perímetro de cada maçã é de três palmos (sobre as
extraordinárias maçãs de Sintra; Sintra ou Santarém, âmbar e maçãs). Deus sabe
se isso é verdade. Está agora em poder dos cristãos, que a conquistaram no ano
543. A partir desta referência cronológica, que precisa de ser confirmada, a
Sintra islâmica teria ainda resistido, no mínimo, mais sete a oito meses à
conquista cristã, após a queda de Lisboa (21 de Outubro de 1147), pois o ano de
543 iniciou-se em 22 de Maio de 1148.
Shantarîn (Santarém)
Trata-se de duas palavras articuladas : shanta,
uma palavra, e rîn outra palavra, como se explicou anteriormente. (Em) rîn
o râ é vocalizado com i ; (sendo)o yâ (mesmo) com dois
pontos (em baixo); e (no fim há) nûn. É uma cidade com dependências
fiscais confinando, com as dependências de Beja, no ocidente de al-Andalus,
para oeste de Córdova. Está situada junto ao rio Tejo, perto da sua
desembocadura no Mar Circundante. É inexpugnável. Entre ela e Córdova, são 15
dias; e entre ela e Beja, são 4 dias. Ela agora é dos cristãos, tendo sido
dominada no ano de 543. Algum erro de leitura se terá dado aqui pois a conquista
de Santarém, em 15 de Março de 1147 sucedeu ainda no ano islâmico de 541, e não
no de 543 (1148/49). Esta informação provirá de Ibn Ghâlib, o qual, no relativo
à conquista cristã, tratou numa mesma passagem Lisboa, Sintra e Santarém. Yâqût
decompôs essa passagem em tantas partes quantas as localidades referidas. Para
a Lisboa de Ibn Ghâlib, e para Lisboa e Sintra de Yâqût». In António Rei, O Gharb al-Andalus em dois geógrafos árabes do século
VII/XIII, Yâqût al-Hamâwî e Ibn Sa’îd al-Maghribî, Bolseiro da FCT,
Lisboa, Revista Medievalista, director Luís Krus, Ano 1, Nº 1, Instituto de
Estudos Medievais, FCSH-UNL, FCT, 2005, ISSN 1646-740X.
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