terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Mistérios Sombrios do Vaticano. Paul Jeffers. «Erguida na margem esquerda do rio Tibre em Roma, onde segundo a tradição São Pedro, o primeiro papa e apóstolo, foi martirizado em 67 d. C.»

jdact e wikipedia

A verdade sobre os Templários
«(…) Sobre as revelações do Pergaminho de Chinon, a revista Time observou que a ideia de que tanto dinheiro, poder e influência tenham desaparecido com um golpe da pena papal parece ter sido demais para a mítica sensibilidade ocidental, que gostaria de acreditar que os templários tinham, de alguma maneira, sobrevivido, se adaptado ou se transformado em outro grupo, ainda mais secreto e transnacional. Ao longo dos séculos, a ordem supostamente ainda existente tem sido retratada como maligna, benigna, heroica e oculta. A Time observou que organizações de todo o mundo, sem ter nenhuma ligação directa, se apropriaram do seu nome. (…) Essas homenagens não devem obscurecer o facto de que, por maior que seja o seu poder no reino da ficção e da fantasia, quase certamente não se compara ao que já possuiu realmente, e que perdeu abruptamente. Cinco séculos após o conluio entre o papa Clemente V e o rei Filipe, o Belo ter aniquilado os templários, os arquivos do Vaticano receberam uma declaração conhecida como bula (encíclica) papal emitida pelo papa Leão XIII que proibia a adesão dos católicos à Maçonaria. Intitulada Humanum Genus, promulgada no dia 20 de Abril de 1884, declarava: que nenhum homem pense que pode por qualquer motivo filiar-se à seita maçónica se valoriza seu nome católico e sua salvação eterna como deve valorizar. O Código da Lei Canónica, edição de 1917, no Cânone 2.335, declarou: pessoas que aderem a associações da seita maçónica ou quaisquer outras do mesmo tipo que tramam contra a Igreja, e as autoridades civis legítimas, incorrem ipso facto à excomunhão reservada simplesmente à Sé Apostólica.
No dia 18 de Julho de 1974, o cardeal Franjo Seper, prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, escreveu uma carta aos presidentes de todas as conferências episcopais dizendo: (1) A Santa Sé tem repetidamente procurado informações dos bispos sobre actividades maçónicas contemporâneas dirigidas contra a Igreja; (2) não haverá nova lei sobre essa matéria enquanto se aguarda a revisão da Lei Canónica incluindo o Cânone 2.335; (3) todos os cânones penais devem ser interpretados estritamente; e (4) a proibição expressa contra a filiação à Maçonaria de clérigos, religiosos e membros de instituições seculares permanecerá em vigor. Muitos sacerdotes bem-intencionados interpretaram essa carta (…) como permissão para que católicos leigos se tornassem maçons caso o bispo local considerasse que a loja em questão não estava conspirando activamente contra a Igreja Católica ou as autoridades civis. Como o Cânone 2.335 estava em vigor na época, e assim permaneceu até 1983, deveriam ter compreendido que nem mesmo o cardeal Seper tinha autoridade para permitir que os católicos leigos se tornassem maçons. Em 17 de Fevereiro de 1981, o cardeal Seper tentou pôr um fim à confusão com uma declaração formal que dizia que sua carta original não havia de maneira alguma alterado a força do Cânone 2.335, e que as penalidades canónicas declaradas não estavam de maneira alguma revogadas. (…) Quando surgiu o novo Código, em 1983, o Cânone 1.374 declarou: uma pessoa que se filia a uma associação que trama contra a Igreja será punida com uma penalidade justa; quem promover ou ocupar um cargo em tal associação será punido com uma interdição. (…) O cardeal Joseph Ratzinger, então novo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e agora papa emérito Bento XVI promulgou a sua Declaração sobre as Associações Maçónicas (…) na qual afirma que o julgamento negativo da Igreja em relação às associações maçónicas permanece inalterado, pois seus princípios sempre foram considerados irreconciliáveis com a doutrina da Igreja, e por isso a filiação a elas continua proibida. Os fiéis que se filiarem às associações maçónicas estarão cometendo pecado grave e não poderão receber a Sagrada Comunhão. O Vaticano esperava que a maioria das cópias do pergaminho de Chinon fosse adquirida por bibliotecas especializadas das principais universidades e por importantes estudiosos da Idade Média. A Biblioteca Maçónica Livingston, de Nova Iorque, talvez seja a única instituição de pesquisa maçónica a adquirir um exemplar. (…) Temos consciência de que essa compra despertará alguma reprovação, tanto no interior como fora da fraternidade maçónica, observou Thomas M. Savini, director da Biblioteca Maçónica Livingston. Mas a aquisição dessa obra condiz com nossa missão de recolher, estudar e preservar a herança maçónica, que inclui a pesquisa das raízes históricas da Maçonaria, mas também o estudo de suas raízes inspiradoras, o que inclui os rosa-cruzes, a filosofia do iluminismo europeu e os cavaleiros templários. Essa reunião de documentos é importante não apenas para estudiosos da Maçonaria, mas para especialistas em religião e Idade Média, e também historiadores. É importante que alguém nos Estados Unidos disponibilize esses documentos e o Conselho de Directores da Biblioteca concordou, por unanimidade, que seríamos nós.

Os Tesouros do Vaticano
Erguida na margem esquerda do rio Tibre em Roma, perto do Circo de Nero, onde segundo a tradição São Pedro, o primeiro papa e apóstolo a quem Cristo confiou seu ministério, foi martirizado em 67 d. C.. A sede da Santa Sé e local da principal residência do papa é o menor estado independente do mundo. Mas é o mais rico? Em 320–327 d. C., o imperador Constantino construiu uma basílica de cinco naves, sobre o que se acredita ser o local da sepultura de São Pedro, com um santuário na abside da igreja para marcar a localização da tumba. No século XV, o edifício estava em mau estado e havia necessidade de mais espaço; foram feitos planos para reformar e ampliar a igreja. No reinado do papa Júlio II (1503–1513), conhecido como o papa Guerreiro por ter vestido armadura para liderar tropas em defesa das terras papais, o trabalho começou com um túmulo para Júlio, um enorme monumento independente criado por Michelangelo. Júlio decidiu então derrubar a basílica constantina e reconstruir a São Pedro inteiramente. Ao mesmo tempo, Júlio encomendou afrescos para o interior do Palácio Vaticano. Ele pediu a Rafael que pintasse quatro salas para serem usadas como área de recepção e escritórios papais». In Paul Jeffers, Mistérios Sombrios do Vaticano, 2012, tradução de Elvira Serapicos, Editora Jardim dos Livros, 2013, ISBN 978-856-342-018(7)-3(6).

Cortesia de EJLivros/JDACT