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«Afonso Sanches, nasceu em Cerva no ano de 1289, filho do rei Dinis e de D.
Aldonça Rodrigues Talha. Filho bastardo,
depois legitimado, predilecto de Dinis I, talvez por ser o primeiro antes
do casamento com a rainha Santa Isabel, e pretendente ao trono português, ou porque acompanhava
sempre o seu pai. Afonso Sanches casou com D. Teresa de Martins (de Meneses), no
ano de 1304. A 2 de Dezembro de 1312, dez meses após a morte do conde Martim Gil,
por carta escrita pelo rei Dinis concedeu a seu filho Afonso Sanches e sua
esposa vinte mil libras, com as quais compra numerosas terras que Martim Gil
tinha entre Douro e Minho, entre outras as terras de Cerva e Atei.
Talvez por tudo isto é que Dinis I, seu pai e rei de Portugal, ordenou ao
seu porteiro, quando das inquirições que entrasse em todas as freguesias
excepto na de Cerva e Atei.
Afonso Sanches no ano de 1318 surge na origem e protecção do mosteiro de
Santa Clara de Vila do Conde. No ano de 1322 manda construir em Castela o
castelo de Albuquerque na Extremadura espanhola. Seu pai Dinis
presta auxílio ao Mosteiro no ano de 1319 e nomeia Afonso Sanches mordomo-mor
do Rei ou da Corte, isto é, o maior homem da casa del-Rei. Destacando-se pelo
seu talento para a poesia e desempenho das suas obrigações, provoca ciúmes no
seu meio-irmão infante Afonso e futuro rei Afonso IV, provocando uma
contenda-revolta contra o rei Dinis, pai de ambos.
Sempre vos eu d'outra rem mais amei
por quanto bem Deus em vós pôs, senhor,
des i ar hei gram mal e desamor
de vós e por ém, mia senhor, non sei
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
por quanto bem Deus em vós pôs, senhor,
des i ar hei gram mal e desamor
de vós e por ém, mia senhor, non sei
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
Por quanto bem, por vos eu nom
mentir,
Deus em vós pôr, vos am' eu mais que al,
des i ar hei mi grand'afam e mal
de vós, e por ém nom sei bem partir
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
Deus em vós pôr, vos am' eu mais que al,
des i ar hei mi grand'afam e mal
de vós, e por ém nom sei bem partir
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
Por quanto bem Deus em vós foi poer
vos am'eu mais de quantas cousas som
hoje no mund'e nom hei se mal nom
de vós, e por ém nom sei escolher
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
vos am'eu mais de quantas cousas som
hoje no mund'e nom hei se mal nom
de vós, e por ém nom sei escolher
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
Pero, senhor pois m'escolher
convém.
escolh'eu d'ambas que mi praza ém.
escolh'eu d'ambas que mi praza ém.
In Rosa do Mundo, ‘2001 Poemas para o Futuro’
(Assírio & Alvim, 2001)
(Assírio & Alvim, 2001)
Mais tarde, no ano de 1323, o rei e seu filho infante Afonso fazem as
pazes. Afonso Sanches vendo o seu pai doente e conhecendo o rancor do seu
irmão, resignou ao cargo de mordomo-mor e refugiou-se com a família no Castelo
de Albuquerque. É nomeado Senhor de Albuquerque, na Extremadura espanhola,
senhor do castelo
onde mais tarde D. Inês de Castro viveu vários anos.
O rei Dinis morre a 7 de Janeiro de 1325, e o infante
Afonso é aclamado rei de Portugal passando a ser Afonso IV. A sua primeira
decisão foi mandar executar um outro irmão ilegítimo, João Afonso, mas não pôde fazer o mesmo com Afonso
Sanches. No entanto promulgou um decreto que o condenava ao desterro perpétuo e
lhe confiscava os bens que possuía em Portugal. Afonso Sanches pediu a
devolução de seus bens e, perante a recusa, juntou um exército com o qual
invadiu Portugal, por Trás-os-Montes. As tropas reais nem sempre saíram
vencedoras. A Rainha Santa interveio para dar um fim a esta luta. Foi feito um
Tratado de Paz no ano de 1326 em que Afonso Sanches viu restituídos os seus
bens patrimoniais.
Afonso Sanches morre em 1329 no Castelo em
Albuquerque. O seu corpo foi levado para o Convento de Santa Clara de Vila do
Conde. Actualmente encontra-se no seu túmulo na Capela dos Fundadores do
Mosteiro, juntamente com sua esposa D. Teresa Martins. Em 1722, foi aberto o processo
de beatificação deste casal. Na altura, o frade franciscano
Fernando da Soledade
escreveu um livro intitulado ‘Memória dos Infantes’, a atestar as suas
virtudes». In Wikipédia.
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