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«Poderia
cantar ao infinito o prazer de ter te conhecido»
Canção
de teus poemas
«Estes
poemas são teus
Porque,
bem vês, são o espelho
que
te reflecte inteira:
cabelos,
olhos, boca, sopro, pés.
Porque
são teus estes poemas,
são
a tua sombra.
Estes
poemas são teus
porque
são teus.
Porque
minhas mãos teleguiaste,
corpo
e alma psicografados,
aqui
e na distância.
Estes
poemas são teus
porque
sugerem primavera
quando
não é primavera,
porque
vieste verão abrasador.
São
teus estes poemas porque
vários
outonos alegraste,
são
teus estes poemas,
somente
teus…»
Canção
das dunas estelares
«Sardas
são estrelas.
Teu
corpo é a Via Láctea
salpicada
de sardas.
São
dunas de areia
as
alvas ondulações estelares
desse
corpo.
Desafios
exigindo sabenças
as
reentrâncias.
Leitosos
caminhos cósmicos,
desafiam
o amante venturoso.
Sardas
são estrelas, astros, sóis,
Pontos
minúsculos de universo
Para
sempre incógnito.
Teu
corpo salpicado de sardas,
ponteado
de alvas ondas estelares,
reentrâncias
como desafios,
convida
o venturoso amante.
Colher
uma a uma as estrelas,
com
os lábios apagar sardas,
deslindar
o sabor lácteo
que
as reentrâncias exalam.
Saber
a sal o sabor da pele,
dos
lábios salpicar de novo,
repor
uma a uma as sardas todas
em
seus devidos lugares.
Via
Láctea chamuscada de sardas
que
são artes estelares
reproduzindo
o trimilenar mistério.
Miríades
de sensações:
teu
corpo tem estrelas»
Poemas
de Salomão Rovedo,
in ‘Sete Canções, 1987’
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