terça-feira, 4 de setembro de 2018

Mistérios Sombrios do Vaticano. Paul Jeffers. «… gastos com a caridade da Santa Sé em 2007, e ficaram em segundo lugar (depois da Alemanha) em contribuições para a própria Santa Sé»

jdact e wikipedia

Os Tesouros do Vaticano
(…) A dotação do Vaticano é inferior à de uma universidade católica norte-americana. A sua existência financeira é precária. Exibe o seu esplendor e as suas cerimónias, mas a riqueza que pagava o seu esplendor desapareceu há muito tempo e mal pode pagar pelas cerimónias. Os activos do Vaticano sempre foram um segredo bem guardado, mas sempre um objecto de muita especulação. As estimativas vão de 1,5 bilhão a 15 bilhões de dólares e mais. Inclui as obras de arte e edifícios, que na sua maioria não podem ser vendidos. Grande parte dos activos do Vaticano está em títulos e reservas de ouro. Activos adicionais são formados por receita de aluguéis, venda de moedas, selos e lembranças. Como os palácios, residências reais, residências e propriedades históricas na Grã-Bretanha, o Vaticano tornou-se atracção turística e arrecadador de dinheiro. Especialistas financeiros observam que, apesar da sua riqueza, o orçamento do Vaticano tem mostrado um déficit de vários milhões de dólares desde 2001, mas o seu débito é garantido pelos activos. O maior deles inclui as propriedades do Vaticano, em Roma e as suas cercanias, a residência de Verão do papa em Castel Gandolfo, edifícios de escritórios, palácios e catedrais. A Cidade do Vaticano, com os seus muros que remontam ao século XVI, conquistou a sua independência em 1929, após a conclusão dos Pactos Lateranenses com a Itália. No dia 11 de Fevereiro daquele ano, o papa Pio XI e Benito Mussolini criaram o Vaticano com as suas dimensões actuais e garantiram edifícios e direitos de soberania adicionais.
Segundo Ivan Ruggiero, contador chefe da Santa Sé, o património imobiliário do Vaticano vale cerca de 1,21 bilhão de dólares, sem incluir os seus tesouros de arte de valor inestimável. O valor do património imobiliário foi calculado sem considerar o seu real valor no mercado, disse Ruggiero. E é claro que o grande património artístico da Santa Sé não foi considerado, uma vez que o seu valor é inestimável e não comercial. (Por ser inestimável, o valor dos tesouros de arte foram relacionados como um euro). A basílica de São Pedro é considerada para além dos valores do mercado. Em Julho de 2008, a Associated Press informou que o Vaticano apresentou um déficit em 2007, o que a Santa Sé atribuiu ao dólar fraco nas generosas cestas de doação dos fiéis norte-americanos, e custos elevados para o funcionamento dos órgãos de comunicação do Vaticano (um jornal e uma estação de rádio). O Vaticano publicou valores financeiros mostrando um déficit de quase 13,5 milhões de dólares, citando a forte queda na cotação do dólar norte-americano. O Vaticano de Roma paga muitas das suas despesas em euros, moeda que subiu muito de valor em relação ao dólar norte-americano. O demonstrativo financeiro, publicado pela assessoria de imprensa da Santa Sé, mostrava uma receita de 371,97 milhões de dólares contra uma despesa de 386,27 milhões.
O Vaticano disse que seus investimentos financeiros foram prejudicados principalmente pela inversão aguda nas taxas de câmbio, acima de tudo para o dólar norte-americano, e que os aluguéis e outras receitas do seu grande património imobiliário ajudaram as finanças. Os Museus do Vaticano, que incluem a Capela Sistina, uma das principais atracções turísticas, também ajudaram as finanças da Santa Sé. O óbolo de São Pedro, recolhido em todo o mundo anualmente, mostrou que os fiéis norte-americanos foram os mais generosos em termos absolutos da quantia doada, mais de 18,7 milhões de dólares. Nenhuma nação de católicos doa mais do que os norte-americanos. Um comité consultivo de cardeais publicou em 2008 um relatório mostrando que os Estados Unidos foram a nação que mais contribuiu (19 milhões de dólares, ou 29% do total) para os gastos com a caridade da Santa Sé em 2007, e ficaram em segundo lugar (depois da Alemanha) em contribuições para a própria Santa Sé». In Paul Jeffers, Mistérios Sombrios do Vaticano, 2012, tradução de Elvira Serapicos, Editora Jardim dos Livros, 2013, ISBN 978-856-342-018(7)-3(6).

Cortesia de EJLivros/JDACT