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Arquitectura
e Urbanismo
«(…)
Igualmente no século
XVII, perante um novo surto de peste, o carácter defensivo da muralha, não no
sentido militar mas sanitário, foi activado. Perante a epidemia que atingiu o
reino em 1637 a duquesa Margarida de Áustria, Governadora de Portugal, ordenou,
em nome de sua Majestade pera se gardar nesta cidade e termo e comarqua do
mal da peste (pauta que mandaram fazer o juiz vereadores e procurador sobre
o guardar da peste; ano do nascimento de nosso senhor Jesus Christo de mil e
seissentos e trinta e sete anos aos quatro dias do mês de Julho do dito ano na
cidade de Viseu e câmara della estando juntos em câmara Francisco Fernão
Castelo Branco vereador e juiz pela ordenaçam e Gaspar de Queirós outrosi
vereador e o lecenceado Simão de Barros procurador da cidade logo elles ditos
oficiais mandaram tanger o sino da ditta câmara per a ella acodirem os cidadãos
da dita cidade e logo na ditta câmara se ajuntaram cidadãos homens nobres e os
ditos vereadores lhe diseram por terem ordem do governo da (?) Margarita
governadora deste reino que tinham ordem de sua magestade pera se gardar nesta
cidade e termo e comarqua do mal da peste de que demos (?) e que vissem o que
lhes parecia que deviam fazer sobre a dita guarda) tomando nesse sentido a
Câmara as providências necessárias.
Decidiu-se
em corpo de Câmara, que das sete portas existentes permanecessem abertas apenas
quatro, a saber a do Arco, a de Santa Cristina, a de Cimo de Vila e a de
Massorim (Soar) e que fosse nomeado um guarda-mor para cada uma (e logo se
asentou na dita câmara que ficasem somente quatro portas abertas a saber a
porta do muro do arco há de santa Cristina há de cimo de vila e a de mançorim e
que em cada huma das dittas portas fosse posto seu guarda mor pera dar a guarda
dellas cada dia e despachar o fato e pessoas que ouverem de sair e entrar e
logo foram nomeados pera guarda mores das dittas portas que hão de ficar
abertas a saber na de cimo de vila a João Sampaio Pereira he a de santa Cristina
a Francisco Cardoso Moreira Loureiro e a porta do muro do arco a Gaspar Queirós
Castelo Branco e a porta do muro do soar a Fernão Vaz Amaral). Para além destes
guardas-mores a cidade foi partida em instâncias e cada habitante tinha que
servir de guarda à respetiva porta um dia sob pena de cinco cruzados. (e logo
partiram a cidade em instancias pera cada huma dellas servir de guardas de cada
huma das ditas portas cada pessoa hum dia e loguo se partiram per a porta do
soar os moradores da mesma rua e do resio e os moradores de toda a praça e
miradouro e pera como de villa toda a mesma rua hasi desde a porta de Rodrigo Almeida
ate a mesma porta do muro e pera a porta de santa Cristina toda a rua de
Rodrigo Almeida e rigueira ate a mesma porta do muro e pera a porta do muro do
arco toda a mesma rua desde a pedra de gonçalvinho pera baixo e rua do carvalho
(?) baldes da ribeira). Foram igualmente eleitos dois provedores da saúde e
dois meirinhos, um para cada duas portas (e logo elegeram pera provedores da
saúde a João Pais Amaral pera as duas portas de santa Cristina e cimo de villa
e a (?) Francisco Botelho pera a porta do Soar e arco e logo elegeram dous
meirinhos a saber pera as ditas portas de cimo de villa e santa crestina a
Pedro Rabelo cidadam e pera a porta do arco e do soar Francisco Tourais aos
quais oficiais todos deram juramento dos santos evangelhos em que puseram suas
mãos)». In Liliana Castilho, A cidade
de Viseu nos Séculos XVII e XVIII, Arquitectura e Urbanismo, Tese de
Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2012.
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