Cortesia
de wikipedia e jdact
(…) Foi assim que o basco encontrou Bijou. Ao
chegar à casa certo dia, foi recebido por uma Maman derretida que lhe
disse que Viviane estava ocupada. A seguir, ofereceu-se para consolá-lo, quase
como se fosse um marido traído. O basco disse que esperaria. Maman continuou
com as provocações e carícias. Então, o basco disse: posso espiar? Todos os
quartos eram arranjados de modo que os curiosos pudessem assistir por meio de
uma abertura secreta. De vez em quando, o basco gostava de ver como Viviane se
comportava com osseus visitantes. Então, Maman levou-o
ao compartimento, onde o escondeu atrás de uma cortina e o deixou olhar. Havia
quatro pessoas no quarto: um homem e uma mulher estrangeiros, trajados com
discreta elegância, observando duas mulheres na cama grande. Viviane, a
grandona de pele escura, jazia esparramada na cama. De quatro em cima dela
estava uma mulher magnífica de pele cor de marfim, olhos verdes e cabelo negro
comprido e espesso. Os seios eram empinados, a cintura afinava-se em
adelgaçamento extremo e expandia-se de novo para uma farta exibição de quadris.
Ela tinha um formato que parecia ter sido modelado num espartilho. O corpo
tinha a lisura firme do mármore. Não havia nada de flácido ou solto nela, mas
um vigor escondido, como o vigor de um puma, e uma extravagância e veemência
nos gestos que lembravam os das espanholas. Aquela era Bijou. As duas mulheres
combinavam lindamente, sem receios ou sentimentalismo. Mulheres de acção, ambas
portavam um sorriso irónico e uma expressão corrupta. O basco não saberia dizer
se estavam fingindo ou de facto desfrutando uma da outra, de tão perfeitos que
eram os gestos. Os estrangeiros devem ter pedido para ver um homem e uma mulher
juntos, e aquela tinha sido a solução de Maman. Bijou havia amarrado um
… de borracha, que tinha a vantagem de nunca definhar. Portanto, não importava
o que ela fizesse, aquele … projectava-se do seu monte de pelos femininos como
se espetado ali numa erecção permanente. Agachada, Bijou deslizava a falsa
virilidade não dentro, mas entre as pernas de Viviane, como se estivesse
batendo leite, e Viviane contraía as pernas como se estivesse tantalizada por
um homem de verdade. Mas Bijou recém começara a provocá-la. Parecia decidida a
fazer Viviane sentir o … apenas do lado de fora. Segurava-o como uma aldraba,
batendo gentilmente contra a barriga e a virilha de Viviane, cutucando os pelos
gentilmente, depois a ponta do clitóris. Neste último, Viviane deu um pulinho,
e por isso Bijou repetiu, e Viviane pulou de novo. A mulher estrangeira então
inclinou-se para perto, como se fosse míope, para flagrar o segredo daquela
sensibilidade. Viviane rolou impaciente e ofereceu o sexo a Bijou. Atrás da
cortina, o basco sorria com o excelente desempenho de Viviane. O homem e a
mulher estavam fascinados. Estavam parados bem perto da cama, de olhos
arregalados. Bijou disse a eles: querem ver como fazemos amor quando estamos
com preguiça? Vire-se, ordenou a Viviane. Viviane virou-se para o lado direito.
Bijou deitou-se ao lado dela, entrelaçando os pés. Viviane fechou os olhos.
Então Bijou abriu espaço para a entrada com as mãos, afastando a carne
moreno-escura das nádegas de Viviane de modo que pudesse deslizar o … para
dentro, e começou a meter. Viviane não se mexeu. Deixou Bijou empurrar, meter.
Então, inesperadamente, deu um pinote, como um coice de cavalo. Bijou, como que
para puni-la, recuou». In Anais Nin, A Fugitiva, L&PM Pocket,
Brasil, 2012, ISBN 978-852-542-654-3.
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