sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Destruição de Cartago. David Gibbins. «Os romanos datavam os anos ab urbe condita, a partir da fundação da cidade em 753 a.C., porém usavam mais comumente o ano consular, que recebia o nome dos dois cônsules…»

Cortesia de wikipedia e jdact

«(…)
Distâncias
A unidade básica de medida linear romana era o (pes), dividido em 12 polegadas (unciae), aproximadamente igual às unidades utilizadas hoje. Para distâncias maiores, usavam a milha (milliarum), uma distância de cinco mil pes, pouco mais de nove décimos de uma milha moderna ou cerca de um quilmetro e meio. Uma unidade intermediária de´origem grega era o stadium (plural stadiae, derivado do grego stadion, uma pista de corrida), cerca de 600 pes, portanto pouco mais de um oitavo de milha ou um quinto de quilómetro.

Datas
Os romanos datavam os anos ab urbe condita, a partir da fundação da cidade em 753 a.C., porém usavam mais comumente o ano consular, que recebia o nome dos dois cônsules no posto em dada época. Como os cônsules mudavam anualmente e, em tese, dois homens não podiam ocupar o cargo duas vezes, a data consular representava um único ano. Em geral era necessário explicitar os nomes completos devido ao predomínio, no período da República, de homens de uma quantidade limitada de gentes como os Cipiões, assim podia não bastar dizer no consulado de Cipião e Metelo, devendo-se mencionar os nomes completos.

Gens
A gens (plural gentes) era a família de um patrício romano. Uma pessoa podia ser de um ramo estabelecido de uma gens, assim, por exemplo, Cipião Africano era do ramo Cipião da gens dos Cornélios, e Sexto Júlio César, do ramo dos Césares da gens dos Júlios. As gentes podem ser comparadas às famílias aristocratas da Europa dos últimos séculos, embora para os romanos o comportamento da gens romana fosse ainda mais formalizado e restritivo, regendo, por exemplo, o casamento bem como os direitos e privilégios. A maioria dos protagonistas da República romana vinha de um número limitado de gentes; assim, nomes como Júlio César e Brutus, que têm enorme ressonância histórica no período da Guerra Civil, brotavam frequentemente em gerações anteriores, muitas vezes com distinção e fama idênticas.

Nomes
Os romanos podiam ser conhecidos entre os amigos por seu praenomen (prenome), exactamente como fazemos hoje, embora também pudessem ser tratados pelos seus outros nomes, no caso de Cipião, o seu cognomen (terceiro sobrenome), um uso comum entre aristocratas. O cognomen era o ramo da família (gens), revelado no segundo sobrenome; assim, o Cipião deste romance, Públio Cornélio Cipião, era do ramo dos Cipiões da gens dos Cornélios. Os Cipiões Cornélios não eram a gens na qual haviam nascido, uma vez que ele tinha sido adoptado quando criança pelo filho do famoso Cipião, o Velho, Públio Cornélio Cipião Africano; porém, segundo o costume, o Cipião mais jovem também mantinha o nome da gens de seu pai verdadeiro, Lúcio Emílio Paulo Macedónico. Assim como Emílio Paulo havia sido agraciado com o agnomen Macedónico por seu triunfo sobre os macedónios em Pidna em 168 a.C., o nome completo de Cipião, o Jovem em 146 a.C., Públio Cornélio Cipião Emiliano Africano, incluía o agnomen Africano, herdado do avô adoptivo depois de este ter sido recompensado na Batalha de Zama em 202 a.C. O fardo da expectativa desse nome sobre os ombros de Cipião na sua juventude e os seus esforços para conquistá-lo por mérito próprio formam um tema subjacente neste romance». In David Gibbins, Destruição de Cartago, Editora Record, 2013, ISBN 978-850-110-121-1.

Cortesia de ERecord/JDACT