sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Prior do Crato. António I. Manuel Amaral. «E então fora rei de direito, entre o fatídico 4 de Agosto de 1578 até à aclamação de seu tio Henrique, a 28 desse mesmo mês»

Cortesia de wikipedia e jdact

«(…) Dom António nasceu em Lisboa, em 1531, tendo falecido em Paris, a 26 de Agosto de 1595, tendo sido enterrado no Convento de S. Francisco da mesma cidade. Era filho natural ou legitimado do infante Luís e de Violante Gomes, mulher plebeia. Foi rei de Portugal desde 19 de Junho de 1580, data da sua aclamação em Santarém, até à derrota de Alcântara, a 25 de Agosto seguinte. Nunca resignou aos seus direitos e, embora exilado em França a na Inglaterra, manteve luta armada contra Filipe II, nos Açores (1582‑1583) a em Lisboa (1589). De várias mulheres teve 10 filhos, sendo os mais conhecidos:

Manuel de Portugal (n. em Lisboa, 1568; f. em Bruxelas, a 22 de Junho de 1638), acompanhando seu pai no exílio e vivendo em França, na Inglaterra a na Flandres. Casou em 1597 com Emília de Nassau, princesa de Orange, dela se separando em 1625 por motivos de ordem religiosa;
Cristóvão de Portugal (n. em Tânger, em Abril de 1573; f. em Paris, a 3 de Junho de 1638). Viveu também no estrangeiro, sustentando a causa paterna e, após a morte de António I, manteve vivo o mesmo ideal.

A Legitimidade de Dom António, prior do Crato
Diz Vaz São Payo que não podemos crer que o cura da Sé chamasse sogro ao pai da manceba do Príncipe, mesmo que com ele vivesse maritalmente Também refere que este assento fornece o nome, que não vimos mencionado em nenhuma outra fonte, do pai de Violante Gomes. Justiça seja feita, já em 1917 o visconde de Faria, na 3ª edição da Descendance de D. Antonio, Prieur de Crato nomeava o pai da Bela Pelicana como Pedro Gomes, não hesitando também em afirmar que D. António era filho do casamento secreto de Luís, duque de Beja, com Violante Gomes, filha de Pedro Gomes. Não menciona a fonte em que se baseia. Mas poderá ser a mesma que está guardada no Arquivo de Évora. Já antes de Alcácer Quibir, e com grande acuidade depois, a questão é recorrente e nunca mais foi encerrada. A comprová-lo está o tópico recente no Fórum do Genea Portugal Dom António I, 18.º Rei de Portugal?!... O tema, que também nos apaixona, levou a que o reestudássemos. E os resultados são surpreendentes. A todos passou despercebido o estudo recente de Luis Mello Vaz São Payo, D. António Prior do Crato e outros cavaleiros da Ordem do Hospital de São João (1997). Neste trabalho, tão discreto como fundamental, vem reproduzido um assento da Sé de Évora de 15 de Junho de 1544, descoberto pelo autor, no qual um baptizando é filho de uma escrava de Pero Gomes sogro do Infante Dom Luis.

Sustenta Faria que o casamento fora secreto por morganático, mas que a família real reconhecia António como um dos seus membros, vistos os cargos e prerrogativas que seus tios João III e que o cardeal Henrique lhe concederam. Quanto à sua mãe Violante Gomes, não era judia como com alguma conveniência se disse. Pertenceria à pequena nobreza, católica, tendo abandonado o mundo, com o consentimento de seu marido, e professado na Ordem de São Bernardo, morrendo ainda jovem no Mosteiro de Almoster. Poderá concluir-se assim que António I sucedeu a Sebastião I, por preceder na linha sucessória ao cardeal. E então fora rei de direito, entre o fatídico 4 de Agosto de 1578 até à aclamação de seu tio Henrique, a 28 desse mesmo mês. Enredado nos interesses imperiais dos Áustrias, o cardeal Henrique pressionou o papa a pronunciar-se pela ilegitimidade do sobrinho. Mas o próprio Gregório XIII veio a revogar aquela sua declaração». In Manuel Amaral, Portal da História, Arqnet, Portugal, 2000-2015, Wikipédia

Cortesia de PdaHistória/JDACT