Cortesia de wikipedia
«O Castelo de Segura
localiza-se na freguesia e povoação de Segura, concelho de Idanha-a-Nova,
distrito de Castelo Branco, na margem direita do rio Erges.
As origens da fortificação raiana de Segura são obscuras,
a povoação apenas sendo mencionada nos
primeiros anos da monarquia portuguesa. Entretanto, a sua
posse definitiva, pela Coroa de Portugal, só se efectivou em 1282.
A primeira referência sobre o castelo data do reinado de Dinis
I (1279-1325), quando, em 20 de Agosto de 1299, o soberano isentou
os seus moradores dos impostos tradicionalmente pagos em Salvaterra do Extremo, com a condição de
estes construírem um castelo. Vinte anos mais tarde, o monarca doou os domínios
da vila e seu castelo à Ordem de Cristo, que aqui instituiu uma
comenda, prova de que, nesta fase, Segura já se constituía em um expressivo
centro regional.
Sob o reinado de Fernando I (1367-1383), o soberano doou
os domínios da vila e seu castelo ao frei Nuno Martins (1376). Nesse período
iniciou-se a edificação de uma barbacã,
defesa que se articulava com um fosso.
Posteriormente, sob Manuel I (1495-1521), encontra-se figurado
por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). A povoação foi
elevada a vila e sede de concelho em 1510, posição que desfrutou até 1836, quando foi anexada
ao município de Salvaterra do Extremo.
Da Guerra da Restauração aos
nossos dias
No contexto da Guerra da Restauração da independência a
povoação e sua fortificação readquiriram importância estratégica sobre a
fronteira da Beira Baixa. Por essa razão, as suas defesas
foram reformuladas, sendo a vila dotada de uma muralha envolvente, abaluartada.
Essa defesa foi insuficiente para deter a invasão francesa, que por essa
fronteira penetrou durante a Guerra
Peninsular, em 1807. Posteriormente, em 1846, foi extinto o seu
governo militar, o que conduziu ao desmantelamento das defesas, absorvidas
desde então pelo progresso urbano.
No início do século XX, foi erguida a Torre do Relógio,
hoje referido como uma lembrança do passado militar de Segura, embora sem
conexão com o mesmo. Os remanescentes do conjunto defensivo encontram-se
classificados como Imóvel de Interesse Público por Decreto
publicado em 8 de Maio
de 1959».
In Wikipédia.
A opinião do IGESPAR
«São ainda obscuras as origens da fortaleza de Segura, não havendo
notícias confirmadas acerca da sua existência até uma época bem tardia da
consolidação desta linha de fronteira. Este facto não deixa de motivar uma
certa estranheza, devido à posição estratégica da localidade e da atenção
concedida ao extremo leste do actual Distrito de Castelo Branco nos primeiros
anos da monarquia portuguesa.
Com efeito, só temos conhecimento de povoamento efectivo na terceira década do
século XIII, época que ultrapassa, em muito, as doações destes territórios aos
Templários. Este facto sugere que Segura não terá desempenhado um papel de
relevância no contexto defensivo dos primeiros tempos do reino de Portugal e só
tenha entrado no domínio régio militar numa fase avançada, possivelmente já na
viragem para o século XIV, depois de ter passado definitivamente para a posse
portuguesa, em 1282.
A primeira referência conhecida sobre o castelo data de 20 de Agosto de 1299,
data em que D. Dinis isentou os moradores da localidade de impostos
tradicionalmente pagos em Salvaterra do Extremo, com a condição destes
construírem um castelo. Vinte anos depois, o mesmo monarca doou a vila à Ordem
de Cristo, que aqui instituiu comenda, o que prova que, por essa altura, Segura
detinha já uma centralidade regional, com grande probabilidade alicerçada no
seu castelo.
Da primitiva fortificação gótica é muito pouco o que chegou até aos nossos
dias. A torre de menagem (que em 1505 tinha dois andares) foi substancialmente
transformada nos séculos seguintes e a maior parte dos troços de muralha
desapareceu, conservando-se apenas pequenas parcelas. A marca mais visível
desses primeiros tempos é dada pelo urbanismo do núcleo antigo, organizado em
torno de uma Rua Direita que rasga a localidade ao meio e articula as duas
portas ainda existentes, a de Baixo e a de Cima, estas de configuração já
moderna.
No final da Idade Média, registaram-se alguns melhoramentos. Em 1376, D.
Fernando entregou-a a Fr. Nuno Martins. Pouco depois, há notícia de se ter
edificado uma barbacã, que se articulava com um fosso (mencionado em 1505). Em
1509, Duarte d'Armas desenhou o castelo ainda com grande parte da sua
configuração medieval. De perímetro oval, protegido por duas cercas, fosso e
barbacã, tinha pelo menos seis torres, para além da de menagem, que se adossava
ao circuito interno de muralhas. A povoação não estava cercada por qualquer
muralha e desenvolvia-se colina abaixo, a nascente do reduto defensivo.
jdact
As grandes transformações ao núcleo medieval aconteceram no século XVII, no
contexto das Guerras Peninsulares resultantes da proclamação da independência
portuguesa em 1640. Nas duas décadas seguintes, Segura desempenhou um papel
fundamental na defesa da raia da Beira Baixa e esse estatuto foi assegurado
pela redefinição do seu sistema militar. Assim, a localidade foi integralmente
cercada por uma muralha, a qual, por sua vez, era protegida por guaritas. As
Portas de Cima e de Baixo permitiam o acesso ao interior da vila, datando deste
mesmo período o seu actual aspecto, de arcos abatidos e, aparentemente, sem
protecção lateral por torres. O castelo foi também objecto de obras, embora não
se conheçam, hoje, as suas características principais, à excepção dos vestígios
de três baluartes associados à velha barbacã.
Com o final da guerra, a praça de Segura viu-se relegada para um papel secundário, o que não a impediu de ser, ainda, uma importante porta de entrada em 1807, por ocasião das invasões francesas. No entanto, o declínio avizinhava-se e, em 1846, foi extinto o governo militar, diploma que precipitou o desmantelamento de grande parte das suas muralhas para diversas construções civis e privadas. No século XX, um projecto reinventivo foi responsável pela construção da Torre do Relógio, actual marco da história militar de Segura mas que já tem muito pouco que ver com o papel desempenhado por esta vila de fronteira ao longo da sua história». In PAF, IGESPAR.
Com o final da guerra, a praça de Segura viu-se relegada para um papel secundário, o que não a impediu de ser, ainda, uma importante porta de entrada em 1807, por ocasião das invasões francesas. No entanto, o declínio avizinhava-se e, em 1846, foi extinto o governo militar, diploma que precipitou o desmantelamento de grande parte das suas muralhas para diversas construções civis e privadas. No século XX, um projecto reinventivo foi responsável pela construção da Torre do Relógio, actual marco da história militar de Segura mas que já tem muito pouco que ver com o papel desempenhado por esta vila de fronteira ao longo da sua história». In PAF, IGESPAR.
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