«Identificar os percursos do Caminho
de Santiago no sul de Portugal, bem como conseguir o seu reconhecimento
oficial e cultural é o objectivo da investigação que a diocese de Beja está a
desenvolver há quase 20 anos. A redescoberta
do Caminho
de Santiago no sudoeste de Portugal por peregrinos nos anos 90
surpreendeu a diocese, que desencadeou uma investigação no sentido de
aprofundar o conheceimento sobre o assunto. Foram
os peregrinos que redescobriram o Caminho e que vieram colocá-lo no seio das
nossas comunidades, disse o director do Departamento do Património
Histórico da Diocese de Beja (DPDB), José António Falcão, que lidera a
investigação sobre o trajecto do Caminho no Baixo Alentejo. O
especialista considera que o facto de terem começado a aparecer peregrinos em Santiago
do Cacém pode estar relacionada com a divulgação de que os Caminhos
de Santiago tiveram na altura a nível internacional e ao mesmo tempo
com a intervenção de recuperação da Igreja Matriz da cidade.
Actualmente, são registados entre 70 e 130 peregrinos por ano em Santiago do Cacém, um "número modesto", disse, quando comparado com Santiago de Compostela, mas que este ano poderá aumentar com a celebração do Ano Jacobeu.
A investigação do Caminho, que estudou arquivos e dados artísticos e entrevistou "pessoas antigas", levou à descoberta de indícios do caminho em todo o Baixo Alentejo, em localidades como Almodôvar, Serpa, Beja ou Alvito, mas é no Litoral Alentejano que José António Falcão afirma já o ter identificado.
Actualmente, são registados entre 70 e 130 peregrinos por ano em Santiago do Cacém, um "número modesto", disse, quando comparado com Santiago de Compostela, mas que este ano poderá aumentar com a celebração do Ano Jacobeu.
A investigação do Caminho, que estudou arquivos e dados artísticos e entrevistou "pessoas antigas", levou à descoberta de indícios do caminho em todo o Baixo Alentejo, em localidades como Almodôvar, Serpa, Beja ou Alvito, mas é no Litoral Alentejano que José António Falcão afirma já o ter identificado.
Entrando no território por Odeceixe,
seguia por São Miguel, na freguesia de São Teotónio, e continuava depois até
Odemira, de onde partia para Cercal do Alentejo e conduzia até
Santiago do Cacém, de onde podia seguir dois percursos, um por Melides e outro
por Grândola e Alcácer do Sal. Apesar de este ser sobretudo um Caminho
religioso, o responsável do DPDB considera o reconhecimento cultural
importante, porque permite criar condições
de circulação e acolhimento dos peregrinos, o que passa pela divulgação
de informação, pela sinalização e pela criação de albergues. Contudo, esse
reconhecimento deve ser feito, primeiro pelo Instituto dos Itinerários
Culturais, que está dependente do Conselho da Europa, e depois pela UNESCO,
algo que, considera ser uma miragem
por enquanto, já que ainda falta completar partes do percurso, que é preciso
continuar a investigar. Quanto ao
reconhecimento religioso, esse já existe por parte da diocese, afirmou,
explicando que em Santiago do Cacém, Cercal do Alentejo, Odemira e Grândola há anos que são carimbados os passaportes
dos peregrinos.
José António Falcão vai apresentar a investigação que tem vindo a
desenvolver, durante as jornadas culturais Santiago
- Os Caminhos do Património, promovidas pela Câmara de Santiago do Cacém,
no âmbito do projeto Santiago Une.
Os Caminhos de Santiago, que estendem por várias zonas da Europa, são os percursos religiosos percorridos pelos peregrinos em direção a Santiago de Compostela, onde repousam os restos mortais do apóstolo São Tiago, desde o Século IX». In Correio Alentejo, 2010
Os Caminhos de Santiago, que estendem por várias zonas da Europa, são os percursos religiosos percorridos pelos peregrinos em direção a Santiago de Compostela, onde repousam os restos mortais do apóstolo São Tiago, desde o Século IX». In Correio Alentejo, 2010
«Centros Históricos e Caminhos de Santiago foi o
tema do primeiro painel das Jornadas Culturais organizadas pela Câmara
Municipal de Santiago do Cacém. Neste primeiro
painel de debate, moderado por Arlindo Magalhães da Faculdade de
Teologia da Universidade Católica do Porto, participaram como oradores Rui
Parreira, técnico da Direcção Regional de Cultura do Algarve, Javier
Fernandéz, chefe do Departamento do Centro Histórico, Ayuntamiento de Santiago
de Compostela, e Adeline Rucquoi, Directora de Investigação Histórica do
Centro Nacional de Investigação Cientifica de Paris e autora de vários livros
sobre Historia Medieval da Península Ibérica. Depois da exposição de Rui
Parreira que abordou a autenticidade e valorização dos centros históricos
urbanos, foi a vez dos participantes das Jornadas que decorreram no Auditório
Municipal António Chainho, ficarem a conhecer a regeneração e valorização do centro
histórico de Santiago de Compostela com bons e maus exemplos. A terminar
o primeiro painel de debate, seguiu-se a intervenção de Adeline Rucquoi
que abordou a origem das peregrinações na Europa em direcção a Santiago de
Compostela. Os trabalhos foram retomados com o 2º painel a ser moderado por José
d’Encarnação da Universidade de Coimbra. Miróbriga e Património Arqueológico foi o tema deste 2º
painel que contou com a participação de José António Falcão, Director do
Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, Vasco
Mantas, da Universidade de Coimbra, José Carlos Quaresma,
Investigador do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, Filomena
Barata, Assessora do Instituto dos Museus e da Conservação e Juan
Murillo, arqueólogo do Ayuntamiento de Córdova.
José António Falcão explicou durante a sua intervenção que a redescoberta do Caminho de Santiago no sudoeste de Portugal por peregrinos nos anos 90 surpreendeu a diocese de Beja, que desencadeou a investigação que foi apresentada em Santiago do Cacém, no âmbito das jornadas culturais promovidas pelo município.
José António Falcão explicou durante a sua intervenção que a redescoberta do Caminho de Santiago no sudoeste de Portugal por peregrinos nos anos 90 surpreendeu a diocese de Beja, que desencadeou a investigação que foi apresentada em Santiago do Cacém, no âmbito das jornadas culturais promovidas pelo município.
A
autarquia tem um projecto para a criação de um albergue no Centro Histórico de
Santiago do Cacém e de um Centro de Estudos Jacobeus. O reconhecimento deve ser
feito, primeiro pelo Instituto dos Itinerários Culturais, que está dependente
do Conselho da Europa, e depois pela UNESCO. Depois da intervenção de José
António Falcão, seguiu-se Vasco Mantas que apresentou no Auditório
Municipal um trabalho sobre Vias,
Pontes e Comércio Marítimo na Época Romana. O especialista deu vários
exemplos da rede viária romana que foi enorme
e importantíssima. José Carlos Quaresma analisou e mostrou a génese
de Mirobriga,
a evolução e o abandono da cidade romana. Quase a terminar o painel, Filomena
Barata, arqueóloga e uma apaixonada
por Miróbriga fez uma retrospectiva do trabalho que desenvolveu nas Ruínas
defendendo que tem que haver mais
investimento no que se refere a recursos humanos. Coube ao
representante de Córdova terminar os trabalhos. Juan Murillo mostrou o
trabalho desenvolvido durante duas décadas em Córdova, importante cidade Romana
e a forma encontrada pela cidade para enquadrar e preservar o legado histórico
deixado pelos romanos com os edifícios contemporâneos». In Wikipédia, Santiago do Cacém.
Cortesia do Jornal Alentejo e CMS do Cacém/JDACT