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Varina
Ó varina, passa,
passa tu primeiro!
Que és a flor da raça,
a mais séria graça
do país inteiro.
O teu vulto seja
sonora fanfarra,
zimbório de igreja;
que logo te veja
quem entra na barra.
Lisboa, esquecida
que é porto-de-mar
sente a sua vida
reconstituída
pelo teu andar.
Dá-lhe a tua graça
clássica e sadia.
Ó varina, passa!
Na noite da raça
Teu pregão faz dia.
Vê que toda a gente
ao ver-te, sorri.
Não sabe o que sente,
mas fica contente
de olhar para ti.
E sobre o que pensa
quem te vê passar,
eterna, suspensa,
acena a imensa
presença do mar.
Poema de Carlos Queirós, in ‘De Desaparecido’
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