quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Poesia. Safo Poemas. Marcelo Barbão (Ciberfil). «Trançamos juntas! Multiflores, colares atei para o tenro pescoço de Átis; os perfumes…»

Cortesia de wikipedia e jdact

A Átis
«Não minto: eu me queria morta.
Deixava-me, desfeita em lágrimas:
mas, ah, que triste a nossa sina!
Eu vou contra a vontade, juro,
Safo. Seja feliz, disse,

E lembre-se de quanto a quero.
Ou já esqueceu? Pois vou lembrar-lhe
Os nossos momentos de amor.
Quantas grinaldas, no seu colo,
Rosas, violetas, açafrão

Trançamos juntas! Multiflores
Colares atei para o tenro
Pescoço de Átis; os perfumes
Nos cabelos, os óleos raros
Da sua pele em minha pele!
[...]

Cama macia, o amor nascia
De sua beleza, e eu matava
A sua sede [...]
Cai a lua, caem as pléiades e
É meia-noite, o tempo passa e
Eu só, aqui deitada, desejante.

Adolescência, adolescência,
Você se vai, aonde vai?
Não volto mais para você,
Para você volto mais não».
Poemas de Safo, in Marcelo Barbão (Ciberfil)

Cortesia de Ciberfil/JDACT