Cortesia
de wikipedia e jdact
«Iremos concentrar-nos,
em especial, na origem das sociedades secretas e no que está por trás das
crenças e rituais de muitas das religiões do mundo. No início, isso nos levará
a assuntos que parecem não estar relacionados, tais como eletromagnetismo e
fenómenos cíclicos, mas tudo ficará claro ao descobrirmos que esse mundo
natural está relacionado, na sua totalidade, aos nossos sistemas de crença.
Esses sistemas de crença são semelhantes em todo o mundo e constituem a base do
aspecto esotérico das sociedades secretas. Contudo, precisamos entender a
linguagem das sociedades secretas e o que é exactamente uma sociedade desse
tipo. Esse é um assunto que gera debates acalorados e, está aberto a várias
interpretações. Existem contos sobre sociedades secretas ao longo de toda a
história. A primeira pergunta que devemos fazer é por que tiveram de permanecer
secretas. De acordo com a crença popular, é porque os que se reuniam em segredo
eram homens de renome ou prestígio que tramavam mudar a civilização, fosse por
meio da destruição da Igreja ou da realeza, fosse defendendo-as. De acordo com
essa crença popular, uma das sociedades secretas originais era chamada
Irmandade da Cobra (ou dragão, ou serpente). Embora não existam registros
históricos reais de uma antiga Irmandade da Cobra, mencionada pela primeira vez
por madame Blavatsky, é facto que os rituais e crenças dessa suposta
organização secreta são semelhantes a muitos que, de facto, existem e são
relacionados, de forma estranha, à serpente. Isso não é surpresa para mim, é
claro; sou considerado um dos assim chamados especialistas em ofiolatria (culto
à serpente). Em Secrets of the
Serpent, descobri que existiu uma religião serpentária antiga
e mundial. Misturada com sistemas de crença solares, lunares e cósmicos, essa
fé ancestral assumia, de facto, um aspecto mundial, utilizando-se da serpente
em muitos níveis. Por fim, essas crenças transformaram-se, aos poucos, em
cultos e sociedades secretas, ficando, assim, ocultas. Em quase todos os
exemplos, essas sociedades secretas cumprem um papel religioso, entram em contacto
com Deus ou com os deuses por meios que a religião oficial não pode ou não faz.
Isso, por si só, nos fornece uma boa indicação. É facto, embora cruel, que a
religião ou as crenças são formas excelentes de atrair membros e utilizar um
estado elevado do indivíduo para seus próprios fins, sejam quais forem. E como
na maioria das religiões, os membros de sociedades secretas são escolhidos, são
membros da minoria. Um exemplo claro disso é o modo como os cristãos dizem, sem
saber o significado real destas frases, que o caminho é estreito, ou que é mais
fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino
dos Céus. Isto, por sua vez, faz com que o iniciado se sinta mais importante
quando é aceite, ainda que muito poucos sejam recusados no estágio inicial.
Esse método de escolha não é apenas o legado de sociedades secretas ou da
religião, mas universal. Também é encontrado nos clubes e organizações normais quotidianos,
nos quais ainda é preciso passar por testes claramente feitos para permitir o
ingresso de todos, mas em diferentes níveis. Dessa forma, a ideia da existência
de níveis diferentes move o processo e assegura que os recém-iniciados se
esforcem para se tornarem discípulos ou membros integrais por meio do
aprendizado das doutrinas do clube ou associação, e assim o iniciado fica
enredado por completo no mundo da sociedade. As sociedades secretas levam essa
participação um pouco mais longe ao incluir certos adereços no rol do
conhecimento que o iniciado tem de aprender. Esses adereços incluem apertos de
mão e palavras secretas, dias especiais do ano conhecidos apenas por poucos e
percepções mais profundas sobre textos amplamente conhecidos. Tudo isso, e
mais, faz com que o iniciado se sinta cada vez mais importante. Em todos os
exemplos, a experiência última de iluminação parece ser reservada para os
níveis mais altos de iniciação, enquanto nos graus menores são permitidos e
usados apenas níveis mais baixos de iluminação. Existe também a construção de
relações de companheirismo por meio de reuniões regulares. Isso permite ao
membro sentir-se parte de uma família mais ampla e, assim, mais importante.
Converse com qualquer integrante a serviço de um corpo militar e você
descobrirá que um dos principais factores do sucesso de sua unidade é atribuído
à camaradagem. Isso conduz o membro por um caminho de tamanha profundidade
emocional dentro da sociedade secreta que deixá-la seria como perder um membro
da família. A zona de conforto em que o iniciado se encontra é tal que ele não
quer sair. A iniciação de uma organização é a parte mais importante. Ela
envolve, em geral, um ritual moldado ao redor de um mito que parece ser
impossível compreender». In Philip Gardiner, Sociedades Secretas, colecção
Millenium, Publicações Europa América, 2008, ISBN 978-972-105-876-7.
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PEAmérica/JDACT