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de wikipedia e jdact
Com
a devida vénia ao Mestre Hugo Calado
O
castelo de Noudar e a defesa do património nacional
O castelo de Noudar na historiografia Regional
Portuguesa
«(…) Nem sempre todos os artigos
sobre Noudar são de natureza historiográfica, a arqueologia também tratou a
questão deste local, dando-nos uma aproximação às diversas etapas cronológicas
de ocupação humana no sítio, procurando tratar a sua cronologia através dos
materiais encontrados, como as cerâmicas, enquadrando esses materiais em
diferentes períodos cronológicos, consoante paralelismos feitos com achados em
outros locais. O estudo de espólio arqueológico ligado à mineração é bastante
importante, pois explica a presença de uma actividade que caracteriza este
sítio na pré e proto-história, um aproveitamento da presença e exploração de
minério, nomeadamente chumbo.
A arqueologia também trata do
contexto geográfico, aliando este último ao histórico, situando o castelo
dentro de uma determinada paisagem, a sua incorporação na administração do
território peninsular islamizado, o tipo de estruturas que o castelo apresenta,
das quais pode derivar a sua função. A arqueologia socorre-se sempre do suporte
material cerâmico, como auxiliar importante na datação da ocupação do local do
castelo de Noudar. A epigrafia, é uma área de estudo que também deu alguma
importância ao sítio deste estudo, através das lápides funerárias encontradas,
e que ajudou certamente na determinação de um determinado período de ocupação cronológica
do sítio, nomeadamente o islâmico, com o aparecimento da datação do óbito numa
delas, que pertencia ao século XI.
A informação acerca dos materiais
construtivos de estruturas militares, já referida anteriormente nas histórias
gerais, é também trazida por artigos que estão incluídos em catálogos de
exposições, textos de natureza arquitectónica e também arqueológica. Podemos
encontrar referências sobre a constituição das suas muralhas e técnicas
construtivas, além da origem cronológica e civilizacional das mesmas. Os
estudos sobre os castelos portugueses têm interesse desde décadas recuadas do
século XX, como a década de sessenta, o que mostra uma sensibilidade do mundo
científico português da área de ciências humanas e arquitectura para este tipo
de investigação, embora o castelo de Noudar não figure nas preocupações dos
investigadores que se debruçaram sobre esta temática.
Obras dos anos sessenta,
apresentam informação sobre estas estruturas, uma listagem algo extensa de
castelos, embora o castelo em questão não esteja referido, sendo então colocado
marginalmente no plano historiográfico e arquitectónico do país. Pode haver
várias razões para que o castelo de Noudar não seja referido em muitas obras
que têm como principal temática o estudo dos castelos, nomeadamente a distância
e acessos a determinados locais, onde se perderia muito tempo e verbas, também
porque na altura da publicação de muitas destas obras, as vias de comunicação
não estarem tão desenvolvidas como estão hoje. Note-se que ainda hoje existem
dificuldades de acessos, pois como já referi anteriormente, a via de Barrancos
a Noudar está em bastante mau estado. No entanto, encontramos obras sobre
estruturas fortificadas onde Noudar está presente, como roteiros de monumentos
militares, que têm bastante informação sobre esta fortaleza raiana, tanto
geográfica como histórica, apresentando plantas e fotografias, nomeadamente uma
destas últimas é aérea, que possivelmente só estaria ao alcance dos militares, estatuto
que possuí o autor da obra. Outros roteiros referem primeiramente a vila de
Barrancos, dando depois importância ao castelo de Noudar, com um pequeno
enquadramento histórico da fortaleza». In Hugo Miguel Pinto Calado, A Raia
Alentejana Medieval e os Pólos de Defesa Militar, O Castelo de Noudar e a
Defesa do Património Nacional, Tese de Mestrado em História Regional e Local,
Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Departamento de História, 2007.
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