sábado, 24 de setembro de 2022

Igreja da Misericórdia de Olivença. Maria do Rosário Cordeiro Carvalho. «Se esta zona foi pintada com pinceladas mais ténues, para dar a ilusão de perspectiva, a cena em primeiro plano ganha maior destaque pelo enquadramento do pórtico, que enquadra a figura de Jesus»

Cortesia de wikipedia e jdact

 Com a devida vénia à Doutora Rosário Cordeiro Carvalho

 Os painéis do sub-coro e nave

«(…) À esquerda encontra-se um grupo de figuras, onde se inclui o paralítico, sentado, que olha para Jesus, cuja mão se eleva num gesto de benção, encontrando-se um homem atrás a observar a cena e um outro à frente, em contraponto. O homem parece estar deitado na sua cama, ou seja, a enxerga de que fala São João. Atrás ergue-se uma espécie de pórtico, formado por duas pilastras a que se adoçam duas esculturas, suportando as primeiras o entablamento, onde assentam as urnas laterais e os querubins que se apoiam no brasão central, sem representação de armas e com uma curiosa cabeça de pato a rematá-lo. É um dos cinco pórticos referidos no Evangelho, onde o paralítico jaze há já trinta e oito anos. Na paisagem fundeira, distingue-se uma piscina, e três figuras junto dela, tal como um anjo. Se esta zona foi pintada com pinceladas mais ténues, para dar a ilusão de perspectiva, a cena em primeiro plano ganha maior destaque pelo enquadramento do pórtico, que enquadra a figura de Jesus.

Na nave, o painel de grandes dimensões ilustra Daniel na cova dos leões, e é uma alusão a dar de comer aos famintos. A cartela assim o corrobora, ainda que o algarismo final do versículo não esteja pintado: FER PRANDIUM QUOD HA BES, INBABILONEM DANIELI QI EST IN LACU LEONU Daniel Cap. 14 v: Porém, um anjo do Senhor disse-lhe: Levas esta refeição à Babilónia, a Daniel que se encontra na cova dos leões. Tal como no painel anterior, o pintor parece obedecer rigorosamente ao relato bíblico. Ao recusar-se a venerar outro Deus que não o Senhor (Bel que Daniel destruiu, e um dragão que Daniel matou sem armas), Daniel acabou por ir parar à cova dos leões, para ser devorado por estes. Mas Deus enviou-lhe o profeta Habacuc, da Judeia, com a refeição destinada aos ceifeiros que trabalhavam no campo. Transportado por um anjo, alimentou Daniel que escapou incólume aos sete leões, ganhando assim o respeito do Rei, que uma semana depois esperava encontra-lo morto. Num cenário natural, mas com grutas construídas e cavernas, em arcos de volta perfeita, Daniel, enleado nas suas vestes e numa posição estranha, com a perna muito cruzada sobre a outra, estende as mãos para cima, para aceitar a comida do profeta». In Maria do Rosário Cordeiro Carvalho, Igreja da Misericórdia de Olivença, Caso de Estudo, Wikipédia.

Cortesia de wikipedia

JDACT, Maria do Rosário Cordeiro Carvalho, Caso de Estudo, Castelo de Vide, Património, Conhecimento, Olivença,