domingo, 28 de fevereiro de 2010

Macau: A Pérola do Oriente


Macau é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China, desde as primeiras horas do dia 20 de Dezembro de 1999. Antes desta data, foi administrada por Portugal.
Portugal começou a administrar Macau em meados do século XVI, transformando o pequeno território num entreposto no comércio entre a China, a Europa e o Japão. Em 1887 a China reconheceu oficialmente a soberania e a ocupação perpétua de Portugal sobre o território através do «Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português». Cem anos foram passados, e após negociações prolongadas, os dois países concordaram que Macau seria, novamente, território chinês. Assim aconteceu em 1999, no dia 20 de Dezembro. Como síntese recordatória apresento «Uma Descrição Sumária da História de Macau».
A RAEM, é conhecida como um país-dois sistemas, de Administração de Macau pela Gente de Macau e de Alto Grau de Autonomia. Este antigo território português ficou conhecido como a Pérola do Oriente.
JDACT

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vitorino Nemésio: Crónica

No pp dia 20 de Fevereiro completaram-se trinta e dois anos sobre a morte do genial Vitorino Nemésio, autor do «romance das ilhas» a que carinhosamente intitulou de Mau Tempo no Canal, a sua obra mais emblemática. Distinguiu-se como uma personalidade completa, com um talento pleno de intelectualidade numa mística de poeta e de sábio. Vitorino Nemésio era um comunicados por excelência, era um virtuoso na recriação da palavra, um fascínio quando pronunciava a frase emblemática e tão popular «Se bem me lembro... »
Como ele dizia: Fui feito de lama quente,/ Pisado de barro à mão./ Enchi de mais a vasilha,/ Quebrou-se-me o coração.
Para seu filho, Manuel Nemésio, o comandante, da «Contrução da Casa do Ser», vão estes comentários que antecedem a Crónica «O capuchinho da Arrábida» da autoria de seu pai, o açoriano poeta e romancista que soube transmitir o seu saber através de inúmeras linguagens. Manuel Nemésio afirmou: «O meu pai era um amante da vida. Era uma espécie de Internet antes de tempo, com tudo o que tinha lá dentro, embora nunca deixasse de usar o seu lápis e a sua agenda»
Maria Maia Gouveia/ICLP, 1ª edição 1986/Adaptação de JDACT

Natália Correia: Auto-retrato


AUTO-RETRATO

Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhada em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos meus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.

Natália Correia, natural dos Açores, foi uma intelectual, poetisa e activista social. Interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Juntamente com José Saramago, Urbano Tavares Rodrigues, Armindo Magalhães e Manuel da Fonseca, fundou em 1992 (um ano antes da sua morte) a «Frente Nacional para a Defesa da Cultura». Ficou conhecida pela sua personalidade forte e livre de convenções sociais. Foi uma mulher polémica e figura central das tertúlias de cultura. Uma mulher vigorosa e dotada de talento oratório e forte coragem para enfrentar o combate pela Liberdade.
JDACT

António José Saraiva e Óscar Lopes: Poesia Maneirista


Em 1982 o Prof. Saraiva fazia a sua apresentação: «Eu sou existencionalmente inconformista. Eu sou, de origem camponês. Eu fui espiritualmente cristão e teoricamente marxista. Eu estou contra a sociedade, independentemente das teorias. Eu acredito no espírito, mas não sou capaz de o definir. Eu estou pronto a emigrar de novo, se necessário. Eu sou António José Saraiva».
O Prof. Ócar Lopes é um especialista em linguística e literatura, ensaísta e crítico literário. É autor de dezenas de obras nos vários domínio e como crítico literário tem uma colaboração em jornais e revistas, nomeadamente a Seara Nova. A História da Literatura Portuguesa foi escrita em colaboração com o Prof. Saraiva.
Estes génios da História da Literatura Portuguesa escreveram «Poesia Maneirista», Porto, Porto Editora, sd, cap IX, pp. 351-362. É uma obra de leitura complexa, mas que exprime os primeiros rastos de Camões na poesia lírica.
António José Saraiva e Óscar Lopes/
Fundação Calouste Gulbenkian/Adaptação de JDACT

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Tempo: As cartas previstas para 27FEV2010

Os modelos físico-matemáticos são um auxílio precioso para a antevisão do estado do tempo.
Deste modo, tendo como referência a Região Autónoma da Madeira e o Território do Continente, mostro as cartas de prognóstico aos diversos níveis, desde a superfície (NMM, nível médio do mar) até aos 500 hPa para os dias 26 e 27 de Fevereiro de 2010. São mapas de temperatura, vento, precipitação, humidade relativa, nebulosidade e vento vertical (Pa/seg).
NÃO se trata de qualquer caso de estudo, mas, sim de cartas de prognóstico gentilmente cedidas pelo IM, IP, AEMET, e Met Office. (Centro Europeu, (ECMWF), AEMET, Met Office).
A imagem em referência diz respeito ao prognóstico para 27FEV2010, às 12:00 UTC, do Centro Europeu (ECMWF) por gentileza do IM, IP.
JDACT

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pai dos Pobres: São Vicente

«Depressa compreenderás que a caridade pesa muito, mais que a panela da sopa e o cesto do pão, mas conserva a tua doçura e o teu sorriso. Nem tudo consiste em levar a sopa ou o pão; isso podem fazê-lo os ricos. Tu és a pobre serva dos pobres, a serva da caridade sempre sorridente e bem humorada. Eles são os teus senhores, senhores terrivelmente susceptíveis e exigentes, de maneira que quanto mais feios e sujos sejam, quanto mais injustos e grosseiros te pareçam, maior amor lhes deverás dar. Unicamente pelo teu amor, e só pelo teu amor, os pobres te perdoarão o pão que lhes dás» (do filme Monsieur Vincent, 1947).
Com a devida vénia reproduzo um texto do Pe. Nélio P. Pita, natural da Ilha da Madeira e ordenado sacerdote em 2000, autor do livro «Vicente de Paulo, pai dos pobres».
Nélio P. Pita/Depósito legal nº 10972-751-776-5/Adaptação de JDACT.

Florbela Espanca: Roseira Brava

Roseira Brava

Há nos teus olhos de oiro um tal fulgor
E no teu sorriso tanta claridade,
Que ao lembrar-me de ti é ter saudade
Duma roseira brava toda em flor.

Tuas mãos foram feitas para a dor,
Para os gestos de doçura e piedade;
E os teus beijos de sonho e de ansiedade
São como a alma a arder do próprio Amor!

Nasci envolta em trajes de mendiga;
E, ao dares-me o teu amor de maravilha,
Deste-me o manto de oiro de rainha!

Tua irmã... teu amor... e tua amiga...
E também, toda em flor, a tua filha,
Minha roseira brava que é só minha!...


A poetisa calipolense (Imagem 2, 3, 4, 5, 6), a Bela, nasceu em Dezembro de 1894 e viria a suicidar-se no dia em que completaria 36 anos de idade, a 8 de Dezembro de 1930 na cidade de Matosinhos. O período em que viveu Florbela Espanca foi conturbado em Portugal, pois entre o ano de 1894 no século XIX e 1930 quase só houve tempo para mudanças, tanto a nível histórico-político, quanto cultural.
Mulher-poetisa insaciável que ousou, contra a misogenia então reinante, proclamar na vida a poesia e mostrar-se em todas as suas contradições.
JDACT/Ângela Marques/Moderna Editorial Lavores.
Desenho de Apeles Espanca, seu irmão.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tufões no Mar da China: Séculos XVI, XVII e XVIII

Em Março de 1998, no dia 31, o livro «Navios de Guerra Portugueses nos Tufões do Mar da China», foi-me ofertado por uma amiga de longa data, responsável por uma biblioteca de carácter científico, a Luísa Cabrita.
Trata-se de uma edição do Insituto Cultural de Macau, em parceria com a Obra Social dos Serviços da Marinha e os Serviços Meteorológicos e Geofísicas de Macau. A autoria é de Pedro Fragoso de Matos, no ano de 1987. (Os tufões e os navios da marinha portuguesa, Capítulo I, séculos XVI, XVII e XVIII).
Os termos furacão e tufão são nomes regionais para intensos ciclones tropicais. Dois conceitos, ditos principais, estão associados a estes acontecimentos meteorológicos, um explícito que retrata os furacões como fenómenos que podem gerar acontecimentos sociais e económicos, e um implícito de que são tempestades com capacidade para gerar precipitações intensas e ventos que sopram com rajadas de elevado valor «bélico», forte agitação marítima e correntes ascendentes e descendentes extremamente intensas no seu interior.
Com a devida vénia, reproduzo o texto do Vice-Almirante Fragoso de Matos, referente aos Tufões no Mar da China, editado pelo Instituto Cultural de Macau, 1987.
Pedro Fragoso de Matos/IC de Macau/ Adaptação de JDACT

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Região Autónoma da Madeira: Tempo de catástrofe

A Região Autónoma da Madeira, no dia de ontem (20 de Fevereiro), foi condicionada por um sistema frontal de actividade forte e associado a um vasto campo depressionário com núcleo principal centrado, às 06:00 UTC (Imagem 1), a nor-noroeste dos Açores. A massa de ar era quente e alimentada por um streamlines aos 300 hPa (Imagem 2). Havia condições de forte instabilidade atmosférica conforme a evolução do parâmetro Ómega aos 700 hPa das 06:00 e as 12:00 UTC (Imagem 3 e Imagem 4). O teor de TPW, quantidade de água precipitável, às 12:00 UTC (Imagem 5) apresentava um máximo na proximidade da RAM, complementada pela figura da SevereStormRGB das 12:00 UTC (Imagem 6).
De acordo com o Instituto de Meteorologia, IP, as quantidades de precipitação registadas entre as 06:00 e as 11:00 UTC foram de 165 l/m2 na estação do Pico do Areeiro e 108 l/m2 na estação do Funchal-Observatório, mas com relevância para as quantidades registadas numa hora: 52 l/m2 no Funchal-Observatório (09-10UTC) e 58 l/m2 no Pico do Areeiro (10-11 UTC).
Alguns produtos do Satrep Online mostram a evolução do acontecimento catastrófico verificado na RAM. (Imagem 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14).
Satrep Online/IM, IP/JDACT

Jorge Buescu: O Mistério do BI


Possuo alguns livros da Editora Gradiva dedicados à Ciência Aberta e sou um leitor atento do Prof. Jorge Buescu (Imagem 1).
Com a devida vénia, reproduzo o texto do matemático Prof. Jorge Buescu referente ao Mistério do BI e outras histórias, editado pela Gradiva na sua 10ª edição, Maio de 2005.

«O que representa aquele misterioso algarismo suplementar que se segue ao nosso número do Bilhete de Identidade? Por que não tem qualquer substância o patético mito urbano que sustenta que ele designa «o número de pessoas com nome igual ao do portador»?
E qual a sua relação com a teoria matemática dos códigos?»
Jorge Buescu/Editora Gradiva 10ª edição/ Adaptação de JDACT

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Roriz: A Conversão dos Costumes

Ao rebuscar os meus escritos deparei-me com uma carta de Roriz. Ao relê-la recuei ao tempo em que ela foi escrita por uma irmã beneditina a quem trato por «mana», com o devido respeito. Trata-se de um trabalho que desenvolveu num Encontro Monástico em Espanha.
«Quando há vinte anos cheguei ao Mosteiro de S. Escolástica de Roriz, para entrar no Postulantado, encontrei na porta do Noviciado uma pequena inscrição que dizia: Aqui se cresce. Que coisa! Já ali cheguei tão crescida, e ainda me dizem que tenho que crescer mais e mais...! Afinal, reconheço com surpresa que crescer em Deus, é tornar-me aberta a que Cristo cresça em mim, na minha mais total liberdade! A frase continua na porta da sala do Noviciado, mas a meu ver, bem poderia ser colocada na porta de qualquer Mosteiro ou de qualquer cela de qualquer parte do mundo, onde se vive a vida monástica»
(A conversão dos Costumes).
Maria Reis Catarino, osb/JDACT

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Prefácio: Diário de Navegação de Pêro Lopes de Sousa (1530-1532)

Numa das visitas a uma livraria com alguns anos de existência, na linda cidade das tricanas, de portas abertas para horizontes dispersos, meus olhos levaram-me ao encontro de uma pequena publicação alusiva a acontecimentos referentes às Descobertas dos portugueses no mundo. Trata-se do Diário da Navegação de Pêro Lopes de Sousa (1530-1532).
A tentação é grande de partilhar convosco o Prefácio da mesma e cuja autoria é de A. Teixeira da Mota em 1968.
Ao terminar a terceira década do século XVI decidiu el-rei D. João III tomar medidas adequadas para enfrentar a crescente actividade de espanhóis e franceses no Atlântico Sul. Até à viagem de Solis ao rio da Prata, em 1515, pode dizer-se que os espanhóis não penetraram no Atlântico Sul, já que se limitaram a raras viagens nas proximidades do equador, pela «costa leste oeste» do continente sul-americano; é sintomático que em Espanha se desconhecesse então a localização do cabo de Santo Agostinho. (Diário da Navegação de Pêro Lopes de Sousa, 1530-1532)
Durante este período, mercê de uma hábil falsificação cartográfica - deslocando-se a costa do Brasil para leste e apresentando-a com uma orientação geral norte-sul, sem indicar a inflexão para oeste a partir do cabo Frio - conseguiram os portugueses ocultar dos espanhóis que no Atlântico Sul, em latitudes mais elevadas, havia terras que se situavam na zona que o Tratado de Tordesilhas atribuíra a Castela.
A. Teixeira da Mota/adaptação de JDACT
Imagem: Mapa de Reinel

Cristovam Pavia: Mais uma poesia a N. S.

Trago-Vos rosas vermelhas, rosas pálidas, rosas brancas...
Trago-Vos violetas e margaridas
Em molhos orvalhados...
Trago-Vos a alegria dos campos...
A claridade do céu azul reflectido nas águas...
Trago-Vos o meu amor natural e fresco
Entre as outras flores...

"Quando um poeta morre - voltando, como dizia Pascoaes, a antes de nascer - o que deixa como testemunho visível da sua passagem pelo mundo (retratos, cartas, livros, papéis) exige dos vivos uma investigacão cuidada".
Como distinguir, porém, o que apenas importará a uns tantos do que pode interessar aos demais?
(Círculo de Poesia, Morais Editores, in Poesia de Cristovam Pavia, Lisboa, 1982.)
Como complemento ver a reportagem publicada no NCV, Outubro de 2008.
JDACT

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Ciência que faz parte do nosso tempo

Os conceitos fundamentais dos fenómenos que intervêm na evolução do tempo, dos fenómenos que ocorrem no seio do ar. Como ocorrem os processos que acabam em chuva, em neve, em secas prolongadas, em ondas de calor ou de frio, em inundações catastróficas...
Ao usar grafismos com muita simplicidade desejo apenas «chegar» à compreensão de crianças, adolescentes e adultos. É um trabalho de 2000 que utilizo em algumas palestras.
A fúria da natureza pode vir com o vento, a chuva e o trovão. Neste instante a previsão do tempo é essencial e a meteorologia «prende» a atenção de todos. Então as perguntas não param de aparecer na mente: o que é um ciclone? e um tornado? porque o céu é azul? porque não neva aqui no Natal?
Tenha uns momentos divertidos.
JDACT

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

José Pinto Peixoto: Um génio

O Professor Doutor José Pinto Peixoto nasceu na Beira Interior a 8 de Novembro de 1922 e faleceu em Lisboa em 6 de Dezembro de 1996. Foi um dos mais destacados geofísicos e meteorologistas portugueses. Dos seus trabalhos destacam-se os estudos da circulação global da atmosfera e em particular do ciclo global da água na atmosfera. Em 1946 ingressou no Serviço Meteorológico Nacional, actualmente com a designação de Instituto de Meteorologia, I. P..
No Massachussets Institute of Technology (MIT) trabalhou com Victor Staar, Edward Lorenz, Barry Saltzman e Abraham Oort, cientistas de mérito reconhecido no estudo da circulação global da atmosfera. Esta colaboração com a equipa do MIT manteve-se desde 1956 e até ao momento da sua morte.
JPP, como era carinhosamente tratado, fez o estudo do ciclo da água à escala global, produzindo os primeiros mapas de transporte global de água pela circulação atmosférica e participou no desenvolvimento dos modelos de circulação global utilizados na previsão meteorológica.
A colaboração com Abraham Oort está na origem do livro «Physics of Climate» (1992), considerado uma obra notável, sendo JPP aclamado como o mestre dos mestres da climatologia nacional. Foi um Professor convidado de universidades estrangeiras de mérito indiscutível e publicou uma vasta obra científica em revistas nacionais e estrangeiras. Foi Presidente da Academia das Ciências de Lisboa.
Os seus ensinamentos foram «aroma» para toda a minha vida profissional. Como homenagem para o amigo Professor JPP publico algumas «sebentas».
JDACT/com a colaboração de AA.

Pedro Nunes: O Nónio

Pedro Nunes nasceu em Alcácer do Sal no ano de 1502, conforme ele próprio o declara na sua Opera quae complectunter (1566). Faleceu em Coimbra a 11 de Agosto de 1578.
Pedro Nunes era de ascendência judaica e fez os seus estudos em artes, medicina e matemática, de 1520 a 1526. A sua mocidade decorreu no primeiro quatel do século XVI, num Portugal excitado e engrandecido pelos descobrimentos e pela epopeia indiana, os quais contudo, o não incitaram para a vida marítima. Segundo a literatura, o próprio o declara no seu Tratado em defensam da carta de marear (1537): «bem sey quam mal sofrem os pilotos que fale na India quem nunca foy nella e pratique no mar quem nelle nam entrou».
Foi nomeado cosmógrafo do reino em 1529, cargo que prova ter-se evidenciado em estudos astronómicos. De facto, com a medicina devia ter aprendido a astronomia, que os médicos de então precisavam de conhecer para a aplicarem à clínica astrológica. O primeiro Tratado da Náutica, sobre certas dúvidas da navegação, principalmente as de Martim Afonso de Sousa, foi escrito em 1534 e nele apresenta a navegação pela «linha curva irregular» e por círculo maior (máximo). Aquela, que é a trajectória no mar, navegando ao mesmo rumo (âgulo entre a direcção da proa e a do meridiano verdadeiro) foi chamada loxodromia (Figura 1). Na que se denomina ortodromia que é mais curta, dá-se o contrário: o rumo varia. Os pilotos de então julgavam que as duas linhas coincidiam mas, Pedro Nunes mostrou que não tinham razão.
Na sua obra De Crepusculis, nº 30, Pedro Nunes indicou um processo para num astrolábio poderem medir-se fracções do grau: traçam-se no plano do astrolábio 44 circunferências concêntricas com a do instrumento, dividem-se os quatro quadrantes de cada uma daquelas em 89,88,...46 partes iguais a partir da primeira exterior para a última interior. O ângulo dado pelo astrolábio mede-se na circunferência que o dá com maior aproximação.
Deve-se ao ilustre salaciense a ideia fundamental que originou os perfeitíssimos instrumentos que permitem medir as mais pequenas divisões de qualquer escala, circular ou rectilínia.
Adaptado por JDACT/Fontoura da Costa.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval Trapalhão 2010, Parte 2


O Carnaval é uma festa popular em Castelo de Vide! As pessoas desfilam fantasiadas e mascaradas dum modo espontâneo, distribuindo alegria e imensos sorrisos (Imagem 1) para todos os visitantes. É usual encontrar foliões (Imagem 2) de idades bem distintas: jovens associados a pessoas na idade madura (Imagem 3), rapazes e raparigas a brincar com os acontecimentos recentes da nossa sociedade (Imagem 4 e Imagem 5), as sátiras das comadres (Imagem 6), o apogeu da idade da pedra (Imagem 7 e Imagem 8), a vestimenta a rigor (Imagem 9) para festejar o Carnaval Trapalhão de 2010 na bela Sintra do Alentejo (Imagem 10, Imagem 11 e Imagem 12).

O estado do tempo não permitiu que os festejos se desenrolassem na sua plenitude, nomeadamente no dia do Entrudo. Os foliões expressaram a sua alegria numa tenda montada na Praça D. Pedro V.

Jorge de Sena: Independência


Recuso-me a aceitar o que me derem.
Recuso-me às verdades acabadas;
recuso-me, também, às que tiverem
pousadas no sem-fim as sete espadas.
Recuso-me às espadas que não ferem
e às que ferem por não serem dadas.
Recuso-me aos eus-próprios que vierem
e às almas que já foram conquistadas.

Recuso-me a estar lúcido ou comprado
e a estar sozinho ou estar acompanhado.
Recuso-me a morrer. Recuso a vida.

Recuso-me à inocência e ao pecado
como a ser livre ou ser predestinado.
Recuso tudo, ó Terra dividida!

Jorge de Sena, (1919-1978) in "Coroa da Terra"

Escritor português, natural de Lisboa.

Desenvolveu uma actividade académica intensa na área da literatura e cultura portuguesa.

Jorge de Sena foi poeta, dramaturgo, ficcionista e historiador de cultura. Não se filiou em nehuma escola literária e foi influenciado por várias correntes, nomeadamente pelo surrealismo em aspectos técnicos e numa tentativa de superar as tendências da época que passou por várias formas de experimentalismo. A sua obra considera-se, simultaneamente clássica e revolucionária: a poesia era uma forma de testemunhar e transformar o mundo. A poesia era assim, uma forma de intervenção.
JDACT

Santarém: A capital do Gótico


Um contributo para os dados climáticos de Verão e Inverno na área da cidade de Santarém no âmbito de ajuda aos projectistas, afim de estruturarem as características principais e específicas dos edifícios, como seja o modo de utilização e os tipos de equipamento de aquecimento e ventilação, a fim de ponderarem no valor adequado da temperatura exterior.
Facilmente se podem definir as Zonas Climáticas, quer através do número médio de graus dias de aquecimento, estimativa das necessidades de aquecimento dos edifícios e na prevenção dos consumos das instalações de aquecimento correspondentes, quer através das temperaturas exteriores de projecto de Verão, dimensionamento da potência nominal das instalações de ventilação.
(Considerações sobre dados da temperatura do ar na cidade de Santarém, 1997).
A formulação dum estudo com variáveis interligadas faz reconhecer a riqueza das diversas disciplinas consideradas individualmente. Uma sólida estrutura deve assimilar o conteúdo das assinaturas: princípios e teorias.
JDACT

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pensar a Escola na sociedade actual

As alterações da personalidade são causa de um desajustamento psicológico na criança que a impede de ter um desenvolvimento normal. Um factor que é considerado muito importante é o afectivo, que provoca perturbações emocionais como insegurança, bloqueio emocional, inibição, agressividade e outros...
Problemáticas, que só com a colaboração entre pais e professores podem melhorar o conhecimento sobre a criança, do seu ingresso na Escola, tentando resolver as dificuldades que a mesma possa sentir.
(Psicologia Final_1).
MLCT/JDACT
imagem blogostim

Brincar com o geoplano


O geoplano é um dos recursos utilizados pelos professores para trabalhar o ensino das figuras geométricas planas. Podem ser definidos vários conceitos de medida, de aresta, de simetria, perímetro e redução de figuras, de entre outros objectivos (Brincar com geoplano_1). O geoplano pode ser construído em casa, tendo o cuidado com as marcações referentes aos quadrados que devem possuir medidas idênticas.
É um benefício para o "gostar" da matemática.
MLCT/JDACT
imagem blogmatematic

O Bambu


Sabiam que o bambu é classificado como uma planta C4?*

O bambu possui uma via adicional que incorpora carbono e com isso faz mais fotossíntese. Os bambus, assim como as árvores e os oceanos, usam o carbono através da fotossíntese, para gerar carbo-hidratos. Quando uma árvore ou bambu cresce é retirada da atmosfera certa quantidade de carbono que fica retido na planta. O bambu gera mais O2 que o equivalente a três árvores. De acordo com a literatura, algumas espécies de bambu chegam a absorver mais de 12 toneladas por hectare de CO2 da atmosfera. É a planta que tem a maior taxa de crescimento da terra, contribuindo para que esta planta seja um importante absorvedor de carbono. Tem um período de 5 anos para que a semente se desenvolva no solo mas, no primeiro ano, o bambu alcança 70% do seu tamanho total. A planta é composta por 48% de carbono, originando que 10 colmos ou uma moita adulta absorvem, no mínimo, 604 kg de CO2. Segundo diversas instituições, isto tem uma equivalência a 240 litros de combustível (gasolina/gasóleo). Como exemplo, se consumirmos 50 litros de combustível por semana, plantando 11 tipos de variadades de bambu, irá compensar esta poluição por um ano. Como absorve maior quantidade de CO2, um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global devido ao efeito de estufa, o BAMBU favorece a manutenção ambiental do nosso planeta.

JDACT/Roberto Riscala/Blog Lopes

*(apresentam especificidades anatómicas, fisiológicas e bioquímicas que constituem o mecanismo C4. Uma característica anatómica particular é que as suas folhas apresentam dois tecidos fotossintéticos distintos, Hopkins, 1995, isto é, utilizam uma via adicional que envolve moléculas de quatro carbonos).

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Tempestade Tropical Delta, 2005


Na temporada dos ciclones tropicais de 2005 no Atlântico Norte, a tempestade tropical Delta foi classificada como o vigésimo quinto acontecimento, superando todos os registos anteriormente estabelecidos e que prevalelecia desde 1933. O desenvolvimento da tempestade tropical Delta decorreu de 23 a 28 de Novembro. Estre trabalho (Considerações sobre a tempestade Tropical Delta e a Influência na Região Autónoma da Madeira, versão reduzida) conduz a uma descrição, de entre outros elementos, do modo como se formam as tempestades tropicais, a diferença existente as depressões associadas a sistemas frontais e os valores da humidade na média troposfera. Numa primeira fase são clarificadas as evidências adicionais ao desenvolvimento de uma tempestade tropical e as suas causas e efeitos. Na fase seguinte, e na procura de objectivar a evolução da tempestade tropical, faz-se a representação esquemática dos modelos numéricos.

JDACT

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ciclogénese explosiva, um caso


Este trabalho (7 de Dezembro de 2000, versão integral) serviu para analisar uma situação meteorológica associada ao desenvolvimento ciclogenético explosivo, que se desenvolveu no Atlântico muito próximo da Península Ibérica, vindo a afectar de forma gravosa o estado do tempo em Portugal Continental, a nível de quantidade de precipitação, intensidade do vento médio e instantâneo, ultrapassando os limites de alerta estabelecidos.
Esta ocorrência teve consequências com alguma gravidade no âmbito social, directa ou indirectamente (lembre-se que neste ano e até esta data já tinham ocorrido variadíssimas situações de "mau tempo", ou seja, com valores de precipitação acima dos limites de alerta), uma vez que ocorreram entre outras situações desabamento de terras com perda de vidas humanas.
JDACT/ICS

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

As Nuvens: As "rainhas" do céu


A nuvem é um conjunto visível de partículas diminutas de água ou gelo que se encontram em suspensão na atmosfera, após se terem condensado em virtude de fenómenos atmosféricos.
As nuvens apresentam diversas formas, que variam dependendo da natureza, dimensões, número e distribuição espacial das partículas que a constituem. A forma e a cor da nuvem depende da intensidade e da cor da luz que ela recebe. O catálogo das nuvens está sempre em crescimento, conforme a imagem em cima.
(http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/), astronomy picture of the day.
JDACT

Depressão na Madeira, ciclone tropical?


As fortes chuvas que caíram durante a noite e manhã de 02 de Fevereiro, pp, na Madeira provocaram várias inundações, derrocadas, queda de árvores e de muros, estradas cortadas e forte agitação marítima, conforme fica demonstrado na imagem que tão bem retrata o acontecimento.
O concelho mais atingido pelo mau tempo foi o de Santana, no norte desta Região Autónoma.
JDACT/NM/imagem de palpitesetal

Carnaval Trapalhão 2010


A Câmara Municipal de Castelo de Vide http://www.cm-castelo-vide.pt/ vai promover, entre os dias 12 e 16 de Fevereiro, mais uma edição do Carnaval Trapalhão 2010.
A "Sintra do Alentejo" contará com a tradicional tenda mágica, música, pinturas faciais para os mais pequenos e ainda com os tradicionais desfiles de mascarados no domingo e na terça-feira de Carnaval. A vila alentejana, onde nasceu Mouzinho da Silveira, conta ainda com o apoio das juntas de freguesia de S. Maria da Devesa, Santiago Maior e S. João Baptista.
JDACT

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Dia Meteorológico Mundial 2010

Todos os anos, a 23 de Março, a Organização Meteorológica Mundial, com os seus 188 Membros e a comunidade meteorológica internacional celebram o dia Meteorológico Mundial com a criação de um tema. Este dia comemora a entrada em vigor, em 1950, do Convénio que estabeleceu a Organização. Posteriormente, em 1951, a OMM foi designada organismo especializado do sistema das Nações Unidas. O tema deste ano é 60 anos ao serviçoda sua segurança e bem-estar.
JDACT/OMM/INM

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Um Caso de Estudo

O caso de estudo consiste essencialmente na análise de uma situação sinóptica, ocorrida em Portugal Continental no início da noite do dia 6 de Dezembro e que se prolongou pelo dia 7.
Foram registadas quantidades de precipitação elevadas a norte do rio Tejo e o vento soprou forte a muito forte, com rajadas que atingiram em alguns locais valores superiores a 110 km/h.
Neste estudo iremos recorrer essencialmente a imagens de satélite, nomeadamente, do vapor de água e infravermelho, a campos meteorológicos do modelo European Centre for Medium-Range Weather Forecasts (ECMWF) e campos derivados.
Após análise exaustiva e segundo autores que direccionaram as suas investigações para a fenomenologia meteorológica da ciclogénese, podemos afirmar que se tratou de um caso de ciclogénese explosiva. Caso de Estudo de 7 de Dezembro de 2000. Estes fenómenos de ciclogénese explosiva manifestam impactos de vária ordem, quer nos meios governativos quer na sociedade em geral, impondo significativa importância na salvaguarda de vidas humanas e bens materiais, já que são acompanhados por ventos fortes à superfície e por chuva que ultrapassa os limites de alerta previamente estabelecidos. Assim, há que analisar e documentar os motivos que levaram ao cavamento da depressão, no seu percurso de sudoeste para nordeste, vindo a afectar o estado do tempo em Portugal Continental.
JDACT