domingo, 11 de julho de 2010

Lopo Soares de Albergaria: Como Governador da Índia pouco fez, além de no exercício do cargo lhe ser imputado a descoberta das ilhas de Ceilão e ter «merecido» o cargo depois de muito intrigar na Corte contra o «Leão dos Mares», Afonso de Albuquerque

(1460-O ano da morte é desconhecida)
Cortesia de Livro de Lisuarte de Abreu
Lopo Soares de Albergaria nasceu provavelmente, em 1460. Foi nomeado por D. Manuel I, em 1515, governador da Índia, sucedendo a Afonso de Albuquerque. Não conseguiu dar continuidade ao trabalho do «Terribil», tendo tido vários insucessos militares. Após três anos de governo na Índia, voltou a Portugal, deixando o cargo para Diogo Lopes de Sequeira, mas não sem antes fundar uma fortaleza em Colombo, Ceilão (actual Sri Lanka). Morreu em data desconhecida. Viveu, por algum tempo, em Vale de Cambra, no lugar da Portela de Vila Chã, no Solar de Refojos.

«Militar e político (séculos XV e XVI). A 22 de Abril de 1504, capitaneou a Armada que partiu para a Índia, onde derrotou os muçulmanos, em Calecute. Regressou a Portugal logo no ano seguinte, para rumar novamente para a Índia, depois de ter sido nomeado governador desse território, sucedendo a Afonso de Albuquerque em 1515. Dois anos depois, investiu contra os turcos no Mar Vermelho, sofendo retumbante derrota. Em 1518, criou uma fortaleza em Ceilão, sendo este identificado como o factor mais significativo da sua governação. A sua permanência no Oriente durou, contudo, pouco tempo, pois regressou a Portugal em 1519, depois de ter desagradado a portugueses e a indianos. Os descontentamentos terão começado mal chegou à Índia, devido às intrigas que lançou sobre Afonso de Albuquerque, inclusive junto da Corte. Reza a história que era um homem honesto. Em Portugal, retirou-se para a sua quinta de Torres Vedras». In História de Portugal, Dicionário de Personalidades, (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004.

Cortesia de wikipédia
«Lopo Soares de Albergaria foi figura controversa. Como Governador da Índia pouco fez, além de no exercício do cargo lhe ser imputado a descoberta das ilhas de Ceilão e ter "merecido" o cargo depois de muito intrigar na Corte contra o Leão dos Mares, Afonso de Albuquerque (que nunca conseguiu o titulo de Vizo Rey!). Na Índia o seu governo desagradou a todos. A sua expedição ao Mar Vermelho em 1517 (a sua armada sai de Lisboa em 1515) redundou num monumental fracasso. O seu governo dura apenas três anos, ao fim dos quais é substituído por Diogo Lopes. de regresso instala-se na Corte, onde é alvo de muitas desconsiderações, sobretudo por parte da rainha. Dispensando qualquer tipo de honras a que tinha direito, bandeia-se para Torres Vedras, onde se acolhe junto das filhas. O rei D. Manuel I intima-o a apresentar-se no Paço, em Lisboa, para prestar contas de acontecimentos havidos em Goa. O fidalgo recusou responder ás injunções do rei. D. Manuel insiste e intima-o a apresentar-se de imediato... Lopo Soares de Albergaria responde-lhe - pedindo que o dispensasse de tal mercê e "pois se era por questão de demandas com Fernão d'Alcaçova não se queria defender delas e se dava por condenado, para o que respondia sua fazenda; se mesmo fosse necessário o ser executado, em Torres Vedras havia picota para toda a execução e ele cá estava de pé quedo; e se sua Alteza o chamava para lhe fazer mercê e bem contente estava com o que tinha, porque Deus o trouxera para junto de suas filhas. El Rei D. Manuel I dispensou-se de insistir na sua demanda». In Aqueduto Livre, José António Albergaria.
(Os pecados de Bastião Pires)
Cortesia de infopédia/José Gomes Martins/História de Portugal/JDACT