quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Poesia. Brasil. «Esse filho vai ter que apanhar compra laranja menino e vai p’ra feira. É madrugada, vai sentindo frio…»

Cortesia de wikipedia e jdact

Menino das Laranjas

«Menino que vai pra feira

Vender sua laranja até se acabar

Filho de mãe solteira

Cuja ignorância tem que sustentar

É madrugada, vai sentindo frio

Porque se o cesto não voltar vazio

A mãe já arranja um outro pra laranja

Esse filho vai ter que apanhar

Compra laranja menino e vai pra feira

É madrugada, vai sentindo frio

Porque se o cesto não voltar vazio

A mãe já arranja um outro pra laranja

Esse filho vai ter que apanhar

Compra laranja, laranja, laranja, doutor

Ainda dou uma de quebra pro senhor!

Lá, no morro, a gente acorda cedo

E é só trabalhar

E comida é pouca e muita roupa

Que a cidade manda pra lavar

De madrugada, ele, menino, acorda cedo

Tentando encontrar

Um pouco pra poder viver até crescer

E a vida melhorar

Compra laranja, doutor

Ainda dou uma de quebra pro senhor!

Compra laranja, doutor

Ainda dou uma de quebra pro senhor!

Compra laranja, laranja, laranja, doutor

Ainda dou uma de quebra pro senhor!

Lá, no morro, a gente acorda cedo

E é só trabalhar

Comida é pouca e muita roupa

Que a cidade manda pra lavar

De madrugada, ele, menino, acorda cedo

Tentando encontrar

Um pouco pra poder viver até crescer

E a vida melhorar

Compra laranja, doutor

Ainda dou uma de quebra p’ro senhor!

Compra laranja, doutor

Ainda dou uma de quebra pro senhor!

Ainda dou uma de quebra pro senhor!

Compra laranja doutor, que eu dou uma

de quebra pro senhor, seu doutor!

Compra laranja doutor, seu doutor!»

Poema de Gil Gilberto / Campos Dos Santos

Cortesia de Wikipedia

JDACT, Poesia, Gil Gilberto,