sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Neutrino. O evento científico de maior impacto social em 2011. «Os neutrinos apenas têm massa e não têm carga, de modo que o seu sinal é tão fraco que poderia atravessar a Terra sem sofrer variações no número ou na direcção. E essa é uma parte fundamental na metodologia da experiência realizada no CERN»

Acelerador de partículas do cern
Cortesia de reuters

No início deste ano, o comum dos mortais não tinha ideia do que significava a palavra “neutrino”. Mas hoje, não é necessário ser doutorado em Física para conhecer o nome da partícula, classificada como estrela mediática da ciência em 2011, ao superar a velocidade da luz, e questionar a Teoria da Relatividade de Alberto Einstein ao alimentar a fantasia utópica dos “Viajantes no Tempo”. Os neutrinos apenas têm massa e não têm carga, de modo que o seu sinal é tão fraco que poderia atravessar a Terra sem sofrer variações no número ou na direcção. E essa é uma parte fundamental na metodologia da experiência realizada no CERN. Ao não ter carga, os neutrinos não podem acelerar-se num acelerador de partículas como o LHC de Genebra.

Rolf Heuer, director do CERN
Cortesia de efe

Há uma semana a revista ‘Science’ apresentou a sua tradicional lista de “descobertas” do ano, e a famosa experiência dos neutrinos realizada no CERN e no LN de Gran Sasso na Itália não surge nos acontecimentos mais votados. Isto é fácil de compreender, já que boa parte da comunidade científica pôs em causa a validade dos resultados, e a imensa polémica que rodeia todo este assunto.
Todavia, ainda que para muitos cientistas a ideia de que os neutrinos viajam mais rápido que a luz não seja de momento mais do que uma hipótese duvidosa, é indiscutível que a experiência apresentada e apregoada pelo CERN foi o evento científico de maior impacto social em 2011». Pablo Jáuregui, Mono Pensante.
Manuscrito de Alberto Einstein 

Cortesia de cern

Houve outras ditas descobertas, mas nenhuma foi capaz de competir com o extraordinário impacto dos “neutrinos” que foram os protagonistas indiscutíveis de um ano que voltou a demonstrar, mais uma vez, a fascinação cada vez maior da ciência na nossa sociedade. Fenómeno que alguém definiu (Punset), e com razão, como "a emergência do conhecimento científico na cultura popular".

JDACT