segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

As grandes Datas da História de Portugal. Fazer História sem recorrer à cronologia é impossível. «Disposto de través na zona mediterrânea, bem engastado numa península que é como a miniatura de um continente, o território português abre-se para o mundo por uma vasta fachada oceânica. Alongado no sentido meridiano, [...] ora estende sobre ele massas de ar sereno, quente e seco»

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Da Pré-História à Fundação da Nacionalidade
«Encontramos vestígios de sucessivas culturas, na faixa ocidental da Península Ibérica, desde a Pré-História à época castreja. Já na era cristã a influência dos romanos, germanos e muçulmanos foi determinante, deixando marcas profundas no modo de vida das populações.
No século XI, AfonsoVl de Castela, na sequência das dificuldades criadas pelo processo de reconquista, doou a Henrique de Borgonha o Condado Portucalense. Desde logo, o nobre borgonhês demonstrou ser sua intenção o engrandecimento e a autonomia do território que lhe foi confiado, recorrendo à via insurreccional ou diplomática relativamente a Leão e a Castela e à luta armada contra os muçulmanos para atingir os seus fins. A completa autonomia, no entanto, só se tornou realidade com o seu filho Afonso Henriques, que, apoiado na nova nobreza, os infanções, levou de vencida a facção aliada à Galiza, encabeçada por sua mãe, D. Teresa.
Afonso VII reconheceu Afonso Henriques como rei na conferência de Zamora, em 1143, mas, só em 1179, a independência de Portugal adquiriu credibilidade internacional, através do reconhecimento pontifício pela bula “Manifestis Probatum”.

Dados cronológicos
a. C. 1104 a 1103
Fundação da colónia fenícia de Gadir (Cátis)

Cerca de 500
Começo da Idade do Ferro.

237
Aníbal Barca desembarca em Gades.

237-206
Os cartagineses dominam o Ocidente da Península Ibérica.

218
Os primeiros exércitos romanos, sob o comando de Cneu Cipião, desembarcam na Península Ibérica.

209
Nova Cartago é tomada por Cneu Cipião.

Cortesia de custojusto

O território português
“Disposto de través na zona mediterrânea, bem engastado numa península que é como a miniatura de um continente, o território português abre-se para o mundo por uma vasta fachada oceânica. Alongado no sentido meridiano, atravessa-o um limite climático de primeira importância, que ora o cobre de tipos de tempo comuns à Europa oceânica, ora estende sobre ele massas de ar sereno, quente e seco. Por seu turno, também o bloco peninsular determina alternâncias climáticas e com ventos divergentes, frios, continentais e secos de Inverno, e brisas tépidas, atlânticas, que, durante o Estio, mantêm sempre elevada, na faixa litoral, a humidade do ar. O repartimento do relevo marca entre as duas metades, setentrional e meridional, do país, a vigorosa oposição das terras altas e montanhosas, cortadas de vales profundamente incisivos, e os plainos de ondulações frouxas, cristas baixas e distantes e largas bacias deprimidas”. In Orlando Ribeiro, Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico, esboço de Relações Geográficas, Lisboa, 1963.

206
Gadir celebra um pacto com os romanos. Fim do domínio cartaginês no Ocidente.

197
C. Semprónio Tuditano e M. Hélvio procedem à divisão administrativa da Península Ibérica em Hispânia Ulterior e Hispânia Citerior.
Cerca de 194-193
Início da luta dos lusitanos contra a dominação romana.

150
Sérvio Galba derrota os lusitanos, obrigando à sua capitulação. Os exércitos de Roma chacinam os lusitanos.

Cortesia de portugalsecreto 

Os Lusitanos, segundo Estrabão
“Ao norte do Tágos estende-se a Lusitânia, a mais forte fdas nações ibéricas que durante mais tempo lutou contra os romanos. Entre os povos que habitam no rio Douro dizem que alguns vivem de modo austero e usam azeite, aquecem os seus recipientes com pedras em brasa, banham-se com água fria e fazem uma comida simples e parca. Os Lusitanos fazem sacrifícios e examinam as vísceras sem as separar do corpo; observam assim as veias do peito e adivinham apalpando. Também auscultam as vísceras dos prisioneiros, cobrindo-as com Ságoi. Quando a vítima cai pela mão do ‘hieroskopos’ fazem uma primeira predição pela queda do cadáver. Amputam as mãos direitas dos cativos e consagram-nas aos deuses”.

147-139
Sob o comando de Viriato os lusitanos revoltam-se contra os romanos.

139
Servílio Cipião é nomeado governador da Hispânia Ulterior. Viriato é assassinado.

138
O cônsul Décio Júnio Bruto fortifica a cidade de Felicitas Iulia Olisipo (Lisboa) para lhe servir de base às suas operações contra os lusitanos e lhe assegurar o abastecimento do exército por mar.

138-137
Os romanos levam a cabo uma campanha de verdadeiro extermínio contra os lusitanos. Enfraquecimentos da resistência ao invasor.

133
Cipião conquista Numância, na Celtibéria.

83-72
Sertório, apoiado pelos celtiberos e pelos lusitanos, subleva-se contra Roma.

72
Assassinato de Sertório.

In As Grandes Datas da História de Portugal, Antónia Moreira e Alcino Pedrosa, Biblioteca da História, Editorial Notícias, 1993, ISBN 972-46-1555-3.

Cortesia da Editorial Notícias/JDACT