domingo, 18 de abril de 2010

Islândia: Pode enfrentar décadas de actividade vulcânica intensa

Cortesia El País
As viagens aéreas na região do Atlântico Norte podem ficar mais complicadas nos próximos anos. Quem o afirma  são os Vulcanólogos, que os «fogos de artifício» no vulcão islandês Eyjafjallajökull, na Islândia, responsáveis pelo adiamento de todos os voos comerciais no norte da Europa nos últimos dias, podem passar a ser uma cena do quotidiano.
O aumento dos tremores sob a Islândia ao longo da década passada sugere que a área está numa fase mais activa, com mais erupções e potencial para algumas explosões.
Thorvaldur Thordarson, especialista em vulcões islandeses da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido afirma que «...a actividade vulcânica na Islândia parece seguir uma periodicidade que fica entre os 50 e os 80 anos. O aumento na actividade nos últimos dez anos sugere que estamos chegando a uma fase mais activa, com mais erupções». Em comparação, a segunda metade do século 20 foi menos activa do que a média.
Juntamente com a actividade vulcânica, há registos de actividade sísmica continuada perto da Islândia, incluindo o terremoto de magnitude 6.1 que foi sentido em Reykjavík, capital do país, em Maio de 2008.
Em 1998, Gudrún Larsen, da Universidade de Reykjavík, usou 800 anos de dados de camadas de lava, testemunhos de gelo (grandes cilindros retirados de camadas de gelo) e registos históricos para mostrar que o vulcanismo islandês passa por períodos de alta e baixa actividade. Os picos desses ciclos parecem estar ligados a surtos de sismos, que libertam a tensão acumulada de falhas tectônicas perto da Islândia, causada pela expansão do Oceano Atlântico. Além disso, a periodicidade pode estar ligada ao vigor da magma que parte do manto terrestre, bem como a flutuações da superfície causadas pela liquefação de enormes áreas geladas, vulgo glaciares, e actividade geotérmica.
Larsen e seus colegas mostraram que a camada de gelo da região de Vatnajökull, que inclui dois vulcões activos, o Grímsvötn e o Bárdarbunga, registou 6 e 11 erupções a cada 40 anos durante fases de alta actividade. Nas fases de baixa actividade, e no mesmo período de 40 anos, apenas foram registadas 3 erupções. Segundo o mesmo parecer, outras regiões da Islândia parecem seguir o mesmo padrão. Além de se tornarem mais frequentes, as erupções parecem ficar mais intensas durante as fases de actividade elevada. Algumas das erupções mais devastadoras da história islandesa, como a do vulcão Laki em 1783, levou ao surgimento da «fome» e exterminou um quarto da população.
A julgar pela actividade vulcânica e sísmica recente, Thordarson e outros colegas acreditam e estimam que esta fase pode durar uns 60 anos, com seu máximo entre 2030 e 2040.
Cortesia de «New Scientist».
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u722028.shtml
JDACT

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