quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Peniche. Forte da Berlenga: Foi utilizado durante as Guerras Liberais, servindo de base às tropas de D. Pedro para a conquista da fortaleza de Peniche, ocupado por forças miguelistas. Catorze anos depois foi desartilhado, o que levou ao seu gradual abandono


Forte da Berlenga, Peniche
Cortesia de flickr

«A ocupação humana da Berlenga Grande (única habitável) remonta à Antiguidade, sendo assinalada como ilha de Saturno pelos geógrafos Romanos. Posteriormente foi visitada por navegadores Muçulmanos, Vikings, corsários Franceses e Ingleses.
Em 1513, com o apoio da rainha D. Leonor, monges da Ordem de São Jerónimo aí se estabeleceram com o propósito de oferecer auxílio à navegação e às vítimas dos frequentes naufrágios naquela costa atlântica, assolada por corsários, fundando o Mosteiro da Misericórdia da Berlenga, no local onde, desde 1953, se ergue um restaurante. Entretanto, a escassez de alimentos, as doenças e os constantes assaltos de piratas e corsários Marroquinos, Argelinos, Ingleses e Franceses, tornaram impossível a vida de retiro dos frades, muitas vezes incomunicáveis devido à inclemência do mar.

Cortesia de portalicnb
A ilha da Berlenga Grande, ao largo da costa de Peniche, foi ocupada no início do século XVI por uma comunidade de frades jerónimos. No entanto os ataques de corsos afastaram os frades do arquipélago, e em meados do século XVII,  D. João IV ordenava a edificação de uma fortaleza na ilha, com o objectivo de reforçar a defesa da cidadela de Peniche.

Foi então edificado o Forte de São João Baptista, sobre um ilhéu junto à enseada da ilha e a ela ligado por uma ponte de alvenaria. O projecto da fortaleza é atribuído ao engenheiro Mateus do Couto. Em 1666 o Forte da Berlenga foi preponderante para travar o ataque de uma esquadra espanhola, que tinha por objectivo raptar a rainha D. Maria Francisca de Sabóia na sua chegada a Portugal, à época do seu casamento com D. Afonso VI. Depois deste ataque o rei mandou reparar a fortaleza, aumentando o poder de fogo da mesma, como atesta a inscrição na porta de armas.

Cortesia de picasaweb

Cortesia de olhares 
Durante as Invasões Francesas, serviu de base a tropas inglesas, tendo sido posteriormente pilhada pelos franceses. Em 1821, D. João VI ordenava um novo restauro da fortaleza, mandando reedificar a capela, anos antes queimada pelas tropas napoleónicas. Foi ainda utilizada durante as Guerras Liberais, servindo de base às tropas de D. Pedro para a conquista da fortaleza de Peniche, ocupada por forças miguelistas. Catorze anos depois foi desartilhada, o que levou ao seu gradual abandono.

Na década de 50 do século XX a Fortaleza de São João Baptista foi restaurada pela DGEMN para uma posterior adaptação do espaço a pousada.


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O Forte da Berlenga possui planta octogonal irregular, adaptada à morfologia do ilhéu onde está implantada, cujos alçados virados ao mar se encontram rasgados por canhoeiras, dispostas a intervalos regulares. No interior da praça foram edificadas diversas construções de planta rectangular, no centro do forte e adossadas a dois dos alçados. O portal, de moldura rusticada, possui lápide no tímpano com inscrição, sendo encimado por frontão de aletas interrompido por escudo coroado. As fachadas principal e lateral são rasgadas por dois registos de janela de moldura redonda. Adossadas às muralhas exteriores foram edificadas as antigas casamatas e o paiol». In IGESPAR, Catarina Oliveira, GIF/ IPPAR/ 2004.

Cortesia de IGESPAR/JDACT