sábado, 29 de maio de 2010

O cometa Halley: As órbitas e trajectórias são conceitos que são descritos matematicamente. Por equações e representações gráficas

O cometa Halley em 1835. Gravura do séc. XIX
Cortesia de astronomia-algarve
Com a devida vénia a Vieira Calado (astronomia-algarve).
«O cometa Halley é o mais célebre de todos os cometas. A sua história remonta ao ano de 239 a. C. Devemos aos remotos astrónomos chineses as observações que efectuaram nesses tempos recuados e também todos os registos de outros cometas, incluindo as 10 posteriores aparições do mesmo cometa, entre os anos de 760 e 66 d.C. Desde que Edmond Halley, um astrónomo inglês que viveu no século XVII, observou e estudou a trajectória dum cometa brilhante que se via nos céus, em 1682 e a que foi dado o seu nome. Baseando-se nos escritos enunciados no «Principia», de Newton, onde eram deduzidas as leis da mecânica celeste e nas leis que Kepler equacionara para descrever o movimento dos planetas em torno do Sol, Edmond Halley determinou a trajectória do cometa e foi capaz de prever o seu regresso. Essa órbita é uma elíptica muito alongada e, contas feitas, o cometa regressaria dentro de 75 ou 76 anos. E regressou. O astrónomo já não pertencia ao número dos vivos, para poder presenciar e rejubilar-se com a sua extraordinária previsão, mas o seu nome ficou para sempre ligado à astronomia e o feito serviu de prova complementar às leis de Kepler e à revolucionário teoria da gravitação de Newton.
É vasta a lista de desgraças e cataclismos atribuídas aos cometas, quer ao Halley, quer aos outros. Ainda em relação a este célebre «viajante interplanetário», lembremos Mehemed II e a queda de Constantinopla, em 1456. O responsável por essa calamidade, para os Cristãos e para toda a cristandade... fora o Halley, que, no entanto, só passou 3 anos depois! A última passagem do Halley, junto da Terra, verificou-se entre 1985 e 1986, como previsto. Mas as condições de visibilidade foram muito afectadas pela grande distância a que passou de nós, no seu caminho em direcção ao Sol, e também na sua rota de regresso aos confins do Sistema Solar. Na Europa, na maior parte do tempo ele aparecia-nos muito próximo da estrela, ao nascer ou por do Sol, sendo ofuscado pelo seu brilho. Mas no hemisfério austral – por exemplo, na África do Sul, o Halley manteve-se muito tempo ao alto, no céu nocturno e foi possível observá-lo sem dificuldade. Esta última aparição do célebre cometa terá sido uma das mais pobres de toda a História. A próxima passagem será no ano de 2061». In Vieira Calado

As órbitas e trajectórias são conceitos que podem ser facilmente descritos matematicamente por meio de equações e das suas representações gráficas. O estudo desses gráficos revela, por vezes, ciclos e períodos dessas trajectórias, o que deve ter acontecido no caso do cometa Halley.
Cortesia da semanadaastronomia
 Em cada aparição, o espectáculo da cauda do cometa Halley desvanece-se cada vez mais, como o evidenciou a sua última passagem em 1985-1986. A cauda é composta por gases e por pequenas partículas que são iluminadas pelo Sol. A órbita elíptica manter-se-ia inalterável se não fosse a influência gravitacional de Júpiter e de Saturno. Deste modo, a cada passagem, os cometas aproximam-se cada vez mais do Sol, originando a fusão de maior quantidade de gelo e o aumento da extensão dac sua cauda.
JDACT