sábado, 16 de novembro de 2013

The Roots of the Blues. A Vida Breve. «Tudo que era difícil era fácil aos que vinham da Dor directamente. A flor só era bela na raiz, o Mar só era belo nos naufrágios, as mãos só eram belas se enrugadas, aos olhos sabedores e vividos dos que vinham da Dor directamente. Mar azul!, mãos de lírio!, lírios puros!»

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«Os que vinham da Dor tinham nos olhos estampadas verdades crudelíssimas. Tudo que era difícil era fácil aos que vinham da Dor directamente. A flor só era bela na raiz, o Mar só era belo nos naufrágios, as mãos só eram belas se enrugadas, aos olhos sabedores e vividos dos que vinham da Dor directamente. Os que vinham da Dor directamente eram nobres de mais pra desprezar-vos, Mar azul!, mãos de lírio!, lírios puros! Mas nos seus olhos graves só cabiam as verdades humanas crudelíssimas que traziam da Dor directamente».

«Somos de barro. Iguais aos mais.
Ó alegria de sabê-lo!
(Correi, felizes lágrimas,
por sobre o seu cabelo!)
Depois de mais aquela confissão,
impuros nos achamos;
nos descobrimos
frutos do mesmo chão.
Pecado, Amor? Pecado fôra apenas
não fazer do pecado
a força que nos ligue e nos obrigue
a lutar lado a lado.
O meu orgulho assim é que nos quer.
Há de ser sempre nosso o pão, ser nossa a água.
Mas vencidas os ganham, vencedores,
nossa vergonha e nossa mágoa.
O nosso Amor, que história sem beleza,
se não fôra ascensão e queda e teimosia,
conquista... (E novamente queda e novamente
luta, ascensão... ) Ó meu amor, tão fria,
se nasceramos puros, nossa história!
Chora sobre o meu ombro. Confessamos.
E mais certos de nós, mais um do outro,
mais impuros, mais puros, nós ficamos».


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