quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mini-Biografia de Vasco de Lima Couto. Conversa, muita Conversa. «Gaivota d´asas coradas, que não sentes madrugadas e acorda à noite a chorar. Gaivota que faz o ninho porque perdeu o caminho onde aprendeu a sonhar»

Cortesia de wikipedia

«Vasco de Lima Couto estreou-se nos palcos em 27 de Março de 1947 "empurrado" por Alves da Cunha. Percorreu todo o país em digressão falando de poetas e de teatro até que, em 13 de Março de 1951, ingressa na Companhia de Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, para o elenco da peça "La Niña Boba", de Lope de Vega, que seria posta em cena em 7 de Abril de 1953, com Gina Santos como "menina tonta", Helena Féliz, Álvaro Benamor e Maria Albergaria.
Lima Couto representou em mais de 40 peças ao longo de toda a sua carreira, nunca acusando qualquer atitude de concessão ao "status" ou amolecimento das linhas mestras da sua personalidade criativa e, por vezes, revolucionária. Mas, como refere João Aguiar no Diário de Noticias de dia 14 de Março de 1980, "será exagerado dizer que Vasco de Lima Couto foi 'actor por acréscimo'. Algumas das suas interpretações não serão esquecidas tão cedo".


Disse-te Adeus E Morri
Disse-te adeus e morri
e o cais vazio de ti
aceitou novas marés.
Gritos de búzios perdidos,
o varão dos meus sentidos,
a gaivota que tu és.

Gaivota d´asas coradas,
que não sentes madrugadas
e acorda à noite a chorar.
Gaivota que faz o ninho
porque perdeu o caminho
onde aprendeu a sonhar.

Preso no ventre do mar
o meu triste respirar
sofre a invenção das horas.
Pois, na ausência que deixaste,
meu amor, como ficaste?
Meu amor, como demora!
Poema de Vasco de Lima Couto

Por volta de 1952, Lima Couto volta ao Porto para se juntar ao Teatro Experimental, onde permanece cerca de oito anos. Aí, representou peças tão importantes como: "A Morte de um Caixeiro Viajante", de Miller; "As Guerras de Alecrim e Manjerona", de António José da Silva; "Volpone", de Ben Johnson; "Edda Gabler", de Ibsen; "Ratos e Homens", de Steinbeck; "Tio Vania", de Tchecov, entre outras.
Em 1960 volta para a capital portuguesa onde representará a figura de D. Afonso IV na peça "Castro", de António Ferreira. "Teve enorme êxito, o qual, segundo as próprias palavras, se deve à direcção de Paulo Renato". Durante dois anos trabalhou para o Teatro da Câmara - Estufa Fria, sob a direcção de Pedro Bom, mas considerava o tipo repertório lá representado como "chato e despido de qualquer realidade". O grande sucesso vem com o "Mercador de Veneza", de Shakespeare, onde Vasco de Lima Couto representava o papel de Lancelote Gobbo. O êxito foi tal que, ao sair de cena, num dos melhores momentos da peça, o público interrompia a representação com uma salva de palmas». In Wikipédia, Conversa, muita Conversa, José Soares Ferreira, 2005.

continua
Cortesia de Wikipédia/JDACT