sábado, 10 de janeiro de 2015

Batalha de Covadonga. Reconquista Cristã. «Uma década depois destes acontecimentos, provavelmente no verão de722, a vitória de Covadonga assegurou a sobrevivência da soberania cristã no Norte da Península Ibérica, sendo considerado por muitos como sendo o início da reconquista cristã»

Cortesia de wikipedia

As origens de Garabandal
«…) Para melhor pudermos entender a história de Garabandal, temos primeiro que recuar algumas centenas de anos atrás, quando se iniciou na região das Astúrias a reconquista cristã. Quero informar que Garabandal é uma aldeia vizinha desta região que foi provavelmente povoada por volta dessa altura da reconquista. Garabandal fica perto de Covadonga e a alguns quilómetros do mosteiro de Liebana, mesmo ali ao lado. Poucas ou quase nulas são as informações sobre o início da entrada do cristianismo na península Ibérica e em Garabandal. Sabe-se no entanto que o povo cantábrico era um povo pré-romano, tendo sofrido a romanização por meados do ano de 29 A.C.. Entre a história e a lenda, foi indicado a viagem do apóstolo Santiago, bem como a visita à Hispânia por parte do apóstolo São Paulo. Essa informação encontra-se indicada na sagrada Bíblia, na epístola aos romanos. Segundo Tertuliano (famoso escritor latino do século II D.C..), a entrada do Cristianismo extendeu-se ao norte peninsular com verdadeiro êxito, nomeadamente nas povoações da região da Cantábria e Astúrias, que tanto haviam resistido às investidas romanas. Pode-se assim afirmar com toda a certeza que já no século II D.C. havia algumas comunidades cristãs nestas regiões. Os primeiros mártires cristãos desta região foram o santo Emetério e Celedónio da região de Santander, perseguidos por terem abraçado a fé cristã, isto porque naquela altura os cristãos eram ainda considerados inimigos do império romano. Entre o século V e século VIII, após a queda do império romano, a Península Ibérica foi invadida pelos povos germânicos (ano 409 a 711 D.C.), entre eles os suevos e os visigodos que predominavam em quase toda a península Ibérica, através da instauração de várias monarquias que se foram sucedendo ao longo dos tempos. Numerosas batalhas deram-se entre este dois povos, pois tinham intenções de governar toda a Península Ibérica. Por diversas vezes os povos visigodos tiveram ajuda do império Romano, com objectivos puramente estratégicos e políticos. No entanto, na zona menos romanizada do noroeste da Hispânia, resistiam mais uma vez às investidas destes povos germânicos, os povos das Astúrias e da Cantábria, regiões onde se situa Garabandal. Os povos visigodos acabaram por extender todo o seu domínio à Península Ibérica, isto já no reinado do monarca visigodo Leovigildo. O filho de Leovigildo, Hermenegildo converteu-se mais tarde ao catolicismo, religião contrária ao da maioria dos visigodos, que praticava o arianismo. Alguns séculos mais tarde, Hermenegildo foi considerado mártir da igreja católica, patrono dos convertidos e acabou por ser canonizado mais tarde pelo papa Sisto V. Hermenegildo foi morto e decapitado no Domingo de Páscoa pelo facto de ter afirmado a sua fé cristã, que era contrária à de seu pai. O seu dia de Santo é comemorado a 13 de Abril. Após a morte de Leovigildo, o rei visigodo Recaredo converte-se também ao Catolicismo no III Concílio de Toledo, em 589 D.C., e marca assim o início de uma estreita aliança entre a monarquia visigoda e a igreja católica ibérica, desenvolvida marcadamente ao longo do século VIII.
Após a conquista dos árabes no século VIII, grandes monarcas visigodos que reinavam nesse tempo, fugiram para a região das Astúrias, região essa que estava fora do alcance da conquista muçulmana, entre eles o oficial Pelayo. Foi nesta região das Astúrias, em Covadonga, que se realizou a famosa e importante Batalha de Covadonga. Esta foi a primeira grande vitória das forças militares cristãs na Península Ibérica a seguir à invasão árabe em 711. Uma década depois destes acontecimentos, provavelmente no verão de722, a vitória de Covadonga assegurou a sobrevivência da soberania cristã no Norte da Península Ibérica, sendo considerado por muitos como sendo o início da reconquista cristã. Sete anos depois da invasão árabe sobre Hispânia, Pelayo das Astúrias, um nobre descendente dos monarcas visigodos, conseguiu expulsar um governador provincial, Munuza, do distrito das Astúrias, no noroeste da Península. Conseguiu ainda segurar o território contra inúmeras investidas dos árabes. Depressa estabeleceu o Reino das Astúrias, que viria a transformar-se na região cristã de soberania contra a expansão islâmica. Pelayo, embora incapaz de conter os muçulmanos em muitas situações, sobrevivia e dinamizava o movimento para a Reconquista cristã. Para que isto fosse possível Pelayo distribuiu os seus homens, pondo-os a postos nos cumes dos morros com o objectivo de atacar e ferir o inimigo islâmico. Aos desprovidos de armas, muniu-os de alavancas e picaretas, para removerem as pedras e fazê-las cair sobre os assaltantes, enquanto ele, com quantos soldados pôde reunir, emboscou-se numa caverna ou gruta, chamada pelos nativos de a caverna de Covadonga, e ali esperou pacientemente pela chegada dos mouros, encomendando-se fervorosamente, a si e a seus restantes soldados, a Deus e à poderosa intercessão da Santíssima Virgem Maria». In Tales Pinto, Pelayo e a batalha de Covadonga, Wikipedia.

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