quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Uma Terra de Fogo. Morgan Rice. «Ela vasculha o mar diante dela, procurando, esperançosa, por qualquer sinal de Ralibar e torcendo para encontrá-lo»

Cortesia de wikipedia e jdact

«(…) Ouve-se um grande chiado, e nuvens de vapor se erguem quando as águas do mar apagam o fogo. Gwen observa ansiosa, torcendo para que ele esteja bem, e momentos depois, Ralibar ressurge, sozinho. O outro dragão logo aparece, mas o seu corpo está inerte, boiando nas ondas, morto. Sem hesitar, Ralibar dispara para o céu, rumo às dezenas de outros dragões que mergulham na direcção dele. Ao mesmo tempo em que eles descem, com as suas grandes mandíbulas abertas com a intenção de mordê-lo, Ralibar parte para o ataque: ele estica as suas imensas garras, inclinando-se para trás, abre suas asas e agarra dois deles ao mesmo tempo em que gira e os empurra para dentro do mar. Ralibar os segura dentro da água, mas ao fazer isso, dezenas de dragões atacam as suas costas expostas. O grupo inteiro mergulha para dentro do mar, levando Ralibar junto com eles. Ralibar, por mais destemidamente que esteja lutando, está simplesmente em grande desvantagem, e é levado para o fundo do mar debatendo-se, preso por dezenas de dragões que gritam enfurecidos.

Gwen suspira, seu coração aos pedaços ao ver Ralibar lutando com tanta coragem por todos eles, enfrentando sozinho todos aqueles dragões; tudo o que ela mais quer é poder ajudá-lo. Ela vasculha o mar diante dela, procurando, esperançosa, por qualquer sinal de Ralibar e torcendo para encontrá-lo. Mas para sua tristeza, ele não aparece. Os outros dragões ressurgem, voando para o céu e se reagrupando, e voltam as suas atenções para as Ilhas Superiores. Eles parecem olhar directamente para Gwendolyn ao darem um grande rugido ao mesmo tempo em que estendem suas asas. Gwen sente seu coração partir. Seu grande amigo Ralibar, a última esperança do seu povo, sua última forma de resistência, havia morrido. Gwen vira-se para os seus homens, que observam paralisados pelo choque. Eles sabem o que viria a seguir: uma inevitável onda de destruição. Gwen se sente pesada; ela abre a boca, mas as palavras ficam presas na sua garganta. Soem os alarmes, ela diz finalmente com a voz rouca. Todas as pessoas aqui em cima precisam descer, agora. Levem-nos para cavernas, porões, qualquer lugar, menos aqui. Levem-nos, agora!

Soem os alarmes! Steffen grita, correndo para a entrada do forte e gritando para os soldados no pátio. Logo, os sinos tocam por toda a praça. Centenas do seus súbditos, sobreviventes do Anel, começam a fugir, correndo para se esconderem, indo para cavernas nos arredores da cidade ou descendo para os porões e adegas no subsolo, preparando-se contra a inevitável onda de fogo que certamente viria. Minha rainha, Srog diz, voltando-se para ela, talvez possamos todos nos refugiar no forte. Afinal de contas, ele é feito de pedras. Gwen balança a cabeça. Você não conhece a fúria dos dragões, ela diz; Nada que estiver na superfície estará seguro. Absolutamente nada. Mas minha senhora, talvez nós fiquemos mais seguros dentro do forte, ele insiste. Ele resistiu ao teste do tempo. As paredes de pedras têm quase um metro de espessura. Não seria melhor ficarmos aqui do que por baixo da terra? Gwen balança a cabeça. Há um rugido, e ela olha para o horizonte e pode ver que os dragões se aproximam. Seu coração se sobressalta ao ver, à distância, os dragões assoprando uma parede de fogo na sua frota, que continua atracada no porto ao sul das ilhas. Ela assiste horrorizada quando os seus preciosos navios, a sua única forma de escapar daquelas ilhas, navios belíssimos cuja construção tinha levado anos, são reduzidos a nada além de brasas. Ela fica satisfeita por ter previsto aquilo, e feliz por ter escondido alguns navios no outro lado da ilha». In Morgan Rice, Uma Terra de Fogo, 2014, colecção Anel do Feiticeiro, Stockcom, Frentusha, 2015, ISBN 123-000-053-563-2.

Cortesia de Stockco/Frentusha/JDACT

JDACT, Morgan Rice, Literatura, Fantasia,