domingo, 3 de julho de 2011

A Obsessão pela Natureza: «Outros dos elementos que melhor identificam o estilo nórdico é o profundo respeito que se professa pela Natureza. Trata-se de uma Natureza igualmente temida e amada, não tão idealizada como a romântica, mas igualmente violenta nos seus contrastes»



Cortesia de wikipedia 

«Se algo une as diversas figuras que a Noruega deu à História é o papel de destaque que nas suas vidas desempenha a Natureza, assumida em toda a sua imensidão e esmagadora força telúrica.
O estilo norueguês, ou numa visão mais ampla, o estilo nórdico, foi uma das «novidades» que deram ao mundo as vanguardas do século XX, que internacionalizaram uma estética e uma maneira de viver e de pensar que até finais do século anterior mal chegaram a ultrapassar as fronteiras dos povos escandinavos.

Simplicidade, calor e funcionalidade.
A popularidade conseguida por Amundsen depois dos seus êxitos expedicionários contribuiu de maneira notável para dar a conhecer um tipo de personalidade que haveria de ser muito valorizado no futuro imediato. A competição entre o inglês Robert Scott e o norueguês Roald Amundsen era em boa medida um confronto entre dois modos de aproximação ao mesmo projecto.
Na estratégia de Amundsen, por exemplo, incluía-se levar mais cães que o necessário na viagem de ida, para serem sacrificados no intuito de armazenar carne para o regresso, o que proporcionou uma maior força de tiro, diminuiu o peso da alimentação dos animais e assegurou a dos cães sobreviventes na viagem de volta.
Scott recusou esta estratégia por ser «moralmente inferior» à sua, baseada em cavalos mongóis, que tinham de carregar sacos com aveia para se alimentarem, o que aumentava o seu peso e as possibilidades de se enterrarem na neve.



Cortesia de wikipedia

Além disso, o suor congelava na sua pele. Outra grande qualidade do norueguês, era a simplicidade com que levava a cabo os projectos mais complexos. O explorador Nansen, ídolo da juventude de Amundsen, disse que este era a «própria simplicidade» e que «as suas façanhas levavam o sinal da naturalidade, e é difícil imaginar que pudessem realizar-se de outra maneira». Amundsen também ganhou a partida na sua habilidade para combater o frio mais inclemente. Ainda hoje, o estilo nórdico apresenta esses mesmos traços característicos:
  • simplicidade, calor e funcionalidade.
O poder da Natureza.
Outros dos elementos que melhor identificam o estilo nórdico é o profundo respeito que se professa pela Natureza. Trata-se de uma Natureza igualmente temida e amada, não tão idealizada como a romântica, mas igualmente violenta nos seus contrastes.



Edvard Munch
Cortesia de wikipedia

No mais fundo da motivação dos exploradores nórdicos radicava uma atracção pelo abismo, típica de quem experimentou a grandiosidade de uma natureza que convida a perder-se e a naufragar no seu interior.
Esta visão sagrada da Natureza, conservada nalgumas correntes «ambientalistas» nórdicas, pode observar-se até na pintura de outro norueguês de fama internacional do século XX, contemporâneo de Amundsen, Edvard Munch, cujas telas se enchem de mares e de céus embravecidos, árvores, bosques e rochas junto ao mar, luas, sóis... tudo elementos de um profundo simbolismo e de uma intensa expressividade.
Referindo-se à pintura de Munch, o escritor sueco Strindberg falou do mar como um «devorador de sóis», para evidenciar o papel do Sol na arte expressionista norueguês, que apresenta muitos cenários que têm lugar na moldura de um espectacular entardecer.
A última aventura.  Entre 11 e 14 de Maio de 1926, Amundsen fez parte, juntamente com a tripulação do dirigível Norge, do primeiro grupo humano a sobrevoar o Polo Norte. Em 1928, Amundsen desapareceu numa missão de resgate árctico para localizar outro dirigível, o Italia, capitaneado pelo seu antigo companheiro Nobile». In Wikipédia.

Cortesia de Wikipédia/JDACT