domingo, 17 de julho de 2011

A Serenidade Clássica: «A difusão de imagem das ruínas de edifícios greco-latinos clássicos serviu de modelo ao equilíbrio de proporções, simplicidade de formas, sobriedade de estilo, elegância de carácter... em suma, de uma beleza discreta, medida e ordenada pela razão humana e adoptada como cânone estético»


Cortesia de wikipedia e obviousmag 

«Graças ao seu carácter racionalista e universalista, e a sua inspiração na harmonia clássica, a arte neoclássica imperou por igual, acima das convulsões políticas da sua época, durante momentos históricos tão diversos como o iluminismo, a Revolução e o período napoleónico, todos de claro predomínio cultural francês.
Entre 1750 e 1815, alastrou pela Europa e pela América um gosto pela bela racionalidade da antiguidade greco-latina. O desenvolvimento das ciências, a generalização das viagens e os achados arqueológicos que o saber europeu empreendeu durante a Idade Moderna frutificaram, precisamente nos alvores da Idade Contemporânea, numa admiração renovada pela arquitectura da Grécia e da Roma antigas.

Modelo de Perfeição.
A difusão de imagem das ruínas de edifícios greco-latinos clássicos serviu de modelo ao equilíbrio de proporções, simplicidade de formas, sobriedade de estilo, elegância de carácter... em suma, de uma beleza discreta, medida e ordenada pela razão humana e adoptada como cânone estético.


Cortesia de portalsaofrancisco e vivercidades 

Também foi um movimento contestatário impulsionado por uma burguesia com crescentes reivindicações democráticas perante a aristocracia, assim como diante dos estilos barroco e rococó que esta classe utilizava como sua expressão característica. Em confronto com a complexidade e confusão destes estilos, o movimento opôs a clareza e simplicidade do clássico, entendido como norma de perfeição, tal como já se assimilava no Renascimento.
Além disso, o seu espírito universalista levou-o a expandir-se de Paris, que constituiu o epicentro do movimento, até ao resto da Europa, sobretudo no âmbito anglo-saxão e germânico, mas também em Espanha, Itália e Rússia, tal como nos Estados Unidos da América, onde se converteu no estilo fundador da sua identidade cultural e no Brasil.

O Neoclassicismo Britânico.
Diversamente da França, o barroco não chegou a enraizar-se na Grã-Bretanha. Após o legado de Christopher Wren, foi o paladianismo, derivado da influência do arquitecto italiano António Palladio, século XVI, o representante de grande parte da época georgiana. Também herdeiro da simetria e da simplicidade das formas clássicas, o neoclassicismo não impôs uma grande ruptura comparativamente à arte de Palladio, mas constituiu uma renovação mais enriquecida e profunda que foi beber às fontes originais da Antiguidade.

Nos EUA, o neoclassicismo foi o estilo com que se forjou a unidade nacional.
Deu forma a um mundo novo.
O Capitólio é o símbolo da emergente democracia.
Cortesia de slideshare

Por volta de 1770, durante o reinado de Jorge III, que teve de enfrentar a independência dos EUA e a influência ameaçadora da Revolução Francesa e do império Napoleónico, a obra de Robert Adam e William Chambers fundou um modelo arquitectónico de raízes profundas na cultura anglo-saxónica». In Gayban Grafie.

Cortesia de Wikipédia e Gayban Grafie/JDACT