sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Mitos Celtas da Irlanda. Canal História. «… muitos factos e personagens foram preservados também no folclore da Irlanda, da Ilha de Man e da Escócia. ‘A magia’ é uma característica constante: humanos assumem a forma de animais…»

Cortesia de wikipedia

Ciclo Mitológico. O Livro das Invasões da Irlanda
«(…) Conhecido como a Canção de Amergin, esse poema é uma ode à Natureza, tão nobre e inspirador quanto os textos sagrados hindus. Parafraseando Peter Ellis, grande pesquisador dos mitos e lendas celtas, nesta canção Amergin une o universo a seu próprio ser, num pensamento filosófico que remete à declaração de Krishna no Bhagavad Gita hindu. Assim como os textos mitológicos indianos estão repletos de referências históricas e vice-versa, também na Irlanda celta o mesmo se aplica. Por analogia, se Shiva, Sarasvati, Ganesh e outas deidades hindus são ainda hoje cultuadas após a restauração do hinduísmo nos últimos séculos, também os deuses e deusas celtas permanecem vivos nos corações, nas mentes e nas almas dos que procuram restaurar a mitologia/espiritualdiade celta como fonte coerente e válida de inspiração para nossas vidas.

Ciclo do Ulster
A Irlanda celta era dividida em cinco províncias:
  • Leinster, a leste; 
  • Munster, ao Sul; 
  • Mídhe, no centro; 
  • Connacht no oeste; 
  • Ulster ao norte.
Daquela região nos chegam as lendas e feitos de heróis como Cuchulainn, Conchobhar mac Nessa e Fergus mac Róich, poderosas mulheres como Macha, Maedbh e Fedelm, e a trágica história de amor de Deirdre dos Pesares. Menos divino do que o Ciclo Mitológico, o Ciclo do Ulster, também conhecido como Ciclo do Ramo Vermelho tem os seus primeiros registos por escrito datando do século VIII, e muitos factos e personagens foram preservados também no folclore da Irlanda, da Ilha de Man e da Escócia. A magia é uma característica constante: humanos assumem a forma de animais e interagem com os divinos Tuatha de Danann. Os hábitos e costumes relatados fornecem um retrato bastante claro dos valores dos celtas da Irlanda:
  • sociedades guerreiras em busca de prestígio e ascensão, mulheres e homens em paridade, riqueza representada pela posse de gado, heroísmo individual e irmandade tribal.
Alguns dos textos mais importantes do Ciclo do Ulster são: O Banquete de Bricriu; A Destruição da Pousada de Da Derga; A Doença de Cuchulainn e o Único Ciúme de Emer e, principalmente, O Roubo de Gado de Cooley (Táin Bó Cuailgne), onde vemos a saga de Cuchulainn como o guerreiro irlandês por excelência.

Ciclo Feniano
Como diz o próprio nome, este grupo de lendas, poemas e contos apresentam as aventuras dos Fianna Éireann, um mítico grupo de guerreiros liderados pelo herói Fionn mac Cumhaill. Os relatos apresentam diversos factos históricos que retratam a transição da religião celta para o cristianismo, especialmente no Colóquio dos Anciães, em que Oisín, filho de Fionn, argumenta com S. Patício a favor da antiga religião, enaltecendo suas virtudes: a coragem, a generosidade, a hospitalidade e a liberdade da sociedade celta original. Oisín também é o protagonista da bela história de amor A Balada de Oisín em Tír na nog, na qual o nobre guerreiro é atraído para o Outro Mundo pela aparição de Niamh dos Cabelos Dourados, uma donzela de irresistível beleza. Também as lutas entre tribos celtas do sul e do Oeste da Irlanda são retratadas. Assim como no Ciclo do Ulster, as lendas do Ciclo Feniano estão repletas de eventos mágicos e contactos com deuses ancestrais. Além de O Colóquio dos Anciães, dois outros textos significativos são Os Feitos de Fionn na Infância, que relatam como ele se tornaria o grande guerreiro e sábio que é, e a história de amor A Perseguição de Diarmuid e Gráinne, que pode ser identificada como uma das mais remotas raízes para o clássico Romeu e Julieta de Shakespeare». In Canal História, Jean Markale, Wikipédia.

Cortesia de CHistória/JDACT